QUATRO MÉDICOS DA FEB E A
CIRURGIA CARDÍACA
Na primeira
guerra mundial, o Brasil entrou não com soldados, mas com médicos. Na segunda
guerra mundial, além de soldados, entrou também com médicos, entre os quais se
projetaram três mineiros e um paulista. Dos mineiros, Alípio Correa Neto foi
notável cirurgião e docente em São Paulo, o primeiro presidente da Associação
Médica Brasileira e o primeiro a propor um sistema público de saúde para o
Brasil. Outro mineiro foi Fábio Fonseca, severo crítico da indústria
farmacêutica, que o retaliou folclorizando sua imagem de excelente clínico e
desportista. Outro foi Amílcar Viana Martins, excepcional cientista e o maior
parasitologista do país, ao lado de Samuel Pessoa. O paulista é Mansur Taufic,
cuja biografia gloriosa necessita ser resgatada. Nasceu em Leme, SP, e após a
guerra foi para os EUA, onde faleceu em 2005. Ele está na história do início da
cirurgia cardíaca por ter criado a hipotermia, a partir da qual tudo ficou
menos difícil. Sua façanha, em colaboração com John Lewis, ocorreu na
Universidade de Minnesota em 1952. Ele abriu caminho para outros proeminentes
brasileiros que também estão na crônica da cardiologia brasileira e mundial,
entre eles os mineiros Adauto Barbosa Lima, Arnaldo Antônio Elian, André
Esteves de Lima e Domingos Junqueira Moraes.
[Este é um trecho da homenagem
que fiz a Arnaldo Antônio Elian na Academia Mineira de Medicina em 5-11-19]