João Amílcar Salgado

quinta-feira, 7 de novembro de 2019


QUATRO MÉDICOS DA FEB E A CIRURGIA CARDÍACA

Na primeira guerra mundial, o Brasil entrou não com soldados, mas com médicos. Na segunda guerra mundial, além de soldados, entrou também com médicos, entre os quais se projetaram três mineiros e um paulista. Dos mineiros, Alípio Correa Neto foi notável cirurgião e docente em São Paulo, o primeiro presidente da Associação Médica Brasileira e o primeiro a propor um sistema público de saúde para o Brasil. Outro mineiro foi Fábio Fonseca, severo crítico da indústria farmacêutica, que o retaliou folclorizando sua imagem de excelente clínico e desportista. Outro foi Amílcar Viana Martins, excepcional cientista e o maior parasitologista do país, ao lado de Samuel Pessoa. O paulista é Mansur Taufic, cuja biografia gloriosa necessita ser resgatada. Nasceu em Leme, SP, e após a guerra foi para os EUA, onde faleceu em 2005. Ele está na história do início da cirurgia cardíaca por ter criado a hipotermia, a partir da qual tudo ficou menos difícil. Sua façanha, em colaboração com John Lewis, ocorreu na Universidade de Minnesota em 1952. Ele abriu caminho para outros proeminentes brasileiros que também estão na crônica da cardiologia brasileira e mundial, entre eles os mineiros Adauto Barbosa Lima, Arnaldo Antônio Elian, André Esteves de Lima e Domingos Junqueira Moraes.
[Este é um trecho da homenagem que fiz a Arnaldo Antônio Elian na Academia Mineira de Medicina em 5-11-19]