João Amílcar Salgado

domingo, 23 de abril de 2023

 


JOSÉ JUNQUEIRA E RODOLFO VALENTINO

João Amílcar Salgado

Em 1922, as moças de Nepomuceno consideravam os jovens José Junqueira e João Salgado os galãs da cidade. A Julinda, irmã do Zé era verdadeira miss e namorava o João. Este romance causava ciúmes, mas o Sargado era poeta e fez para ela a seguinte quadra: “EU SOU UM NAUTA PERDIDO, / NUM MAR JUNCADO DE ESCOLHOS, / VAGANDO DESILUDIDO, / À LUZ DE TEUS LINDOS OLHOS!” Vê-se que o verbo juncar era recado aos enciumados. Foi neste clima que passa o filme TANGO e a população da Vila não tem dúvidas: o astro é alguém fingindo ser o Zé Junqueira. Hoje pela internete é possível assistir o mesmo filme. E também o filme sonoro que repete aquele, bem como os dados da vida do famosíssimo ator RODOLFO VALENTINO

https://youtu.be/C4ELzf0u7Q8

https://youtu.be/oFcraniRJH0

https://youtu.be/zRVdmdSU4mc

quinta-feira, 20 de abril de 2023

 


AS VACINAS E A ESPERANÇA

João Amílcar Salgado

Agora é a hora de perguntar por aquelas vacinas que são velhas promessas: hanseníase, malária, sífilis, doença de Chagas, riquétsia, príon, helmintíases e neoplasmas. Desde o século 19, cada vacina que aparecia era motivo de esperança para todos os males, mas os insucessos foram frequentes. O próprio Carlos Chagas deve ter acreditado que a vacina contra a doença descoberta por ele, em 1909, seria logo possível, já que 3 anos antes, seu auxiliar Alcides Godoy descobrira a vacina do carbúnculo. A primeira tentativa foi de Émile Brumpt. Com a tecnologia genômica, as esperanças hoje renascem.

Eu próprio convivi com esta questão, na tripanossomose, na esquistossomose, na gripe, na estrongiloidose e na leishmaniose, acompanhando os esforços, no âmbito das imunizações em geral, de José Noronha Peres, John Enders, Albert Sabin, Zigman Brener, Humberto Menezes, Mauricio Martins Rodrigues, Israel e Ruth Nussenzweig, Luiz Hidelbrando, Henrique da Rocha Lima, José Lemos Monteiro, Geraldo Chaia, César Barros Vieira, José Teubner, Archimedes Theodoro, José Geraldo Ribeiro, Edward Tonelli, Elmo Peres, Giovanni Gazzinelli, Samuel Pessoa, Paulo Magalhães e Wilson Mayrink. Enquanto isso, acompanhei também as erradicações, sem vacina, da malária no Brasil (vale do rio Grande-Paraná, que repetiu a vitória contra o anófeles gambiae) e, em outros países, recentemente na China. Faço homenagem especial a dois Josés, notáveis cientistas mineiros: José Lemos Monteiro, mártir da ciência, e José Noronha Peres, o primeiro brasileiro a desenvolver, na epidemia de 1957, uma vacina antigripal.

 

Na atual pandemia devemos louvar a maravilhosa descoberta da tecnologia mRNA e lamentar a monumental ignorância dos detratores das vacinas em geral.

domingo, 16 de abril de 2023

 


VACINA IGUALITÁRIA PARA A GRIPE

João Amílcar Salgado

Acabei de receber a vacina atualizada contra gripe. Paguei pela vacina tetra, enquanto a gratuita é tri. Reservar a tetra para quem pode pagar é incompatível com as tão elogiadas propostas igualitárias do atual governo.  Tenho certeza de que isso será corrigido logo. Em O RISO DOURADO DA VILA (2020) descrevo como a gripe pandêmica de 1918 chegou à Vila e matou meu bisavô José Augusto Ribeiro de Oliveira Costa, enquanto minha mãe, com 11 anos, que dormia no quarto ao lado, teve forma muito branda da infecção. Escrevi o capítulo inicial do livro DOENÇAS INFECCIOSAS NA INFANCIA (1987) de autoria do brilhantíssimo nepomucenense Edvard Tonelli, o maior infectologista pediátrico do país, de renome internacional. Ali traço a longa história das infecções que vitimaram a humanidade e me refiro àquela pandemia, semelhante à da covide. Os epidemiologistas estão colecionando os casos daqueles que poderiam estar vivos, se tivessem tomado a vacina anti-covide. A maioria não teve acesso a ela, mas tanto os que impediram tal acesso, como  os que impediram familiares de serem protegidos e também os que disseminaram “fake news” contra a vacina, devem ser acusados de gravíssimo crime.

quinta-feira, 13 de abril de 2023

 


BRILHANTE LIA, MAIS BELA QUE QUALQUER RAQUEL

João Amílcar  Salgado

A brasileira Lia Medeiros é notícia hoje, 13/4/23, porque participou da façanha de obter a foto mais nítida de um buraco negro. O neto desbocado de um meu amigo comentou que a beleza e o brilhantismo da astrofísica discrepam de sua especialidade, que é estudar o orifício anal do universo. Na verdade, ele usou um sinônimo chulo na expressão.

            Lia é paulista, mas morou quatro anos em BH e ninguém faz isso impunemente. Daí que é viciada em pão de queijo, sua delícia diária nos EUA. Diz ter orgulho de pesquisar no mesmo prédio onde Einstein pesquisou, na Universidade de Princeton, Nova Jersei. Coincide que a evidência do buraco negro deriva da matemática do alemão.

            Nos jardins de Princeton outro brasileiro esteve com Einstein.  O incrível médico mineiro Antônio da Silva Melo, diplomado em Berlim, participou da recepção ao alemão, quando este esteve no Brasil, em 1925. Espantosamente, o levou a ingerir uma feijoada (ver meu texto sobre isso). Mais tarde, Antônio visita Princeton, supondo que o Albert não o reconheceria. Ao chegar, o juizforano se alegra, pois está por ali o homem da relatividade. Este encara o visitante e abre os braços para um saudoso reencontro.