DIANTE DE ESCÂNDALO COMO
ESSE NADA ACONTECE
João Amílcar Salgado
Muitos sabem que sou estudioso da relação entre
publicidade e saúde. Venho anotando os grandes escândalos nesse negócio. Agora
acontece mais um.
Em abril de 2015, teve início a seguinte campanha
promovida pela corporação dos farmacêuticos:
DIGA NÃO À AUTOMEDICAÇÃO Criado em Segunda, 27 Abril 2015
12:10 Ações de conscientização da campanha pelo Uso Racional
de Medicamentos 2015 têm início no dia 04 de maio, na rodoviária de Belo
Horizonte. Projeto deve percorrer ainda outras 17 cidades, mobilizando
farmacêuticos e acadêmicos para esclarecerem a população sobre os riscos da
automedicação Tomar medicamentos por
conta própria ou sem orientação adequada é um dos grandes problemas de saúde
pública no Brasil. Dados do Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) apontam os medicamentos como os maiores agentes
causadores de intoxicação no país, tendo sido registrados 27.008 casos de
intoxicação medicamentosa em 2012. Para
conscientizar a população sobre os riscos que envolvem a automedicação, o
CRF/MG dá início à terceira edição da Campanha pelo Uso Racional de
Medicamentos no dia 04 de maio, no terminal rodoviário de Belo Horizonte. O
evento acontece na capital durante toda a semana em parceria com a Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte – Regional Centro Sul, e apoio das faculdades de
farmácia das instituições Faminas, Newton, Nova Faculdade, Pitágoras, UFMG e
Una. A campanha vai percorrer ainda outras 17 cidades
com ações de rua, mobilizando farmacêuticos e acadêmicos para prestarem
serviços farmacêuticos gratuitos de orientação à população.
É espantoso que esta campanha apareça, em importante emissora de rádio, intercalada entre a propaganda da panaceia MANTEIGA DE SUCURI, anunciada como cura de qualquer doença, e a propaganda da panaceia REUMARTROSE, anunciada como cura de qualquer reumatismo. Nem a corporação farmacêutica, nem a corporação jornalística manifestam qualquer estranheza, ou melhor, ambas parecem considerar todo esse escândalo como coisa normalíssima.
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