COMO
ERA A CARA DE SANTO ANTÔNIO
João Amílcar Salgado
O
dia de Santo Antônio, no ano de 2015, coincide com a revelação do rosto do
santo, reconstituído a partir de seus restos mortais. Seu túmulo foi aberto e
seu crânio foi tomografado e impresso tridimensionalmente. Os tecidos moles
foram acrescentados, em harmonia com a estrutura óssea subjacente, e assim
chegamos a saber como era sua feição mais provável. Surge então um senhor
moreno, tipicamente um português lisboeta, bastante diferente das imagens
disseminadas popularmente. Esse acontecimento é de particular importância para
Nepomuceno, porque a cidade está incluída entre aquelas que contam com
descendentes da família desse extraordinário santo.
Santo
Antônio, antes de adotar o nome Antônio, era o jovem Fernando Bulhões Taveira
de Azevedo e viveu de 1195 a 1231. Parte
desta família veio para o sul de Minas com o sobrenome Alves Taveira. Em
Nepomuceno uma jovem da família Alves Taveira, de nome Escolástica Alves
Taveira, se uniu a Joseph Luiz Garcia, um dos filhos de Mateus Luiz Garcia, o
fundador da cidade. Desse modo, desde
cedo, numerosos descendentes desse casal
do início da Vila – os Alves Garcia - se
orgulham de serem parentes de Santo Antônio. Além disso, o genealogista Luiz
Franco Junqueira, recentemente falecido,
pesquisava a possibilidade de que as famílias nepomucenenses que levam o
sobrenome Alves, tivessem também tal ascendência: são os Alves, Alves
Figueiredo, Alves Carrijo, Alves Barbosa e Alves Vilela. A família Taveira de
Nepomuceno é a mais genuina e nela quase todos os filhos masculinos e alguns
femininos se chamam Antônio e Antônia. Diante disso não é de admirar que os
estudantes dos colégios sulmineiros apelidassem Nepomuceno como a terra dos
Toninhos. Demais, como Santo Antônio foi maravilhoso pregador, a fama de
Nepomuceno como terra dos oradores está perfeitamente explicada.
A
Trumbuca ou Trombuca, depois de ser aldeia indígena e quilombo, foi uma fazenda
satélite à grande fazenda do Morembá, dos Alves Garcia, sendo que Francisco
Alves Garcia – o primeiro Chico Frade, filho de Escolástica e neto de Mateus –
foi também o primeiro Taveira do lugar. Daí que o nome cristão da Trumbuca é
Santo Antônio do Cruzeiro. As fotos
anexas apresentam os restos mortais do santo, seguidos de uma imagem de Santo
Antônio loiro, ao lado de outra em que ele se parece mais com a reconstituição
feita, a qual é vista em seguida. Meu grande interesse pelo caso está ligado a
meus estudos sobre o branqueamento e até o aloiramento de morenos e negros que
se tornaram personagens históricas.
Interessante! Francisco Alves Garcia,(Coronel Chico Frade) nascido em 1817, assinava Alves, que era o sobrenome de seu avô materno: Joaquim Alves Taveira. O Coronel Chico Frade foi meu bisavô. Isto me faz tb descendente de Sano Antonio?
ResponderExcluirSaudações