João Amílcar Salgado

terça-feira, 27 de novembro de 2018


PASSATA E BERNARDO BERTOLUCCI

O falecimento do cineasta italiano Bernardo Bertolucci, em 26-11-18, é a oportunidade para que Nepomuceno faça uma homenagem a um de seus filhos mais carismáticos, o queridíssimo Edmilson Costa, conhecido mais como Zotinho, Zote,  Zote-do-Luiz-Barbeiro  ou Passata.  Qual é a relação entre ambos? Acontece que, quando os ex-estudantes nepomucenenses assistiram, em 1976, o filme O ÚLTIMO TANGO EM PARIS e viram o astro Marlon Brando em plena dança, não tiveram dúvidas: tratava-se de um plágio da performance de tango vivida pelo Passata, na década de 50 do século 20, no cabaré Montanhês, na Capital. Reunidos com o José Maria Ribeiro, o Antônio Baratti, o Carlos Manoel de Oliveira Lima e o Joaquim Carlos Salgado, discutimos iniciar um processo indenizatório, ideia que não prosperou. Bernardo poderia ter sabido da cena original por seus parentes de Lavras, possibilidade que não se confirmou. Talvez, na pesquisa sobre tango, os roteiristas tivessem sabido da coisa pelo maestro Castilho, que mais de uma vez trouxe sua orquestra à Vila, ou pelo musicista argentino Nievas, comparsa do Vinício Tiso. Nossa juventude ficou ainda mais confusa porque Brando era querido aqui como sósia do Luizinho Vilela Braga e do Samul e como consanguíneo de nossos Brandões. E não foi essa a única vez em que a Vila é plagiada no cinema. Quando os conterrâneos viram o astro Jack Nicholson catando risco em Nova Iorque, no filme MELHOR É IMPOSSÍVEL, houve a mesma revolta. E o Passata insistia que Marlon Brando saiu-se mal no tango e ainda deu vexame na cena da manteiga, enquanto o dele, este sim, foi verdadeiro e memorável show. De minha parte, atesto que o aplauso foi de fato unânime. Ver a cena no livro O RISO DOURADO DA VILA, breve em 2ª edição.
        

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