João Amílcar Salgado

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

 

MULHER MORRE APÓS SER EXPULSA DE HOSPITAL

João Amílcar Salgado

Lisa Edwards, de 60 anos, em cadeira de rodas, morreu na parte de trás de uma patrulha da polícia de Knoxville, após ser retirada à forço do hospital regional de Fort Sanders no Tennessee, EUA. Ela implorou atendimento, mas foi dali expulsa por não possuir o plano de saúde exigido pela instituição, que então requisitou a ação policial.

 

domingo, 26 de fevereiro de 2023

 


CÃES FERAIS

João Amílcar Salgado

Um possível problema em nossa área rural é a presença de matilhas de cães que retornaram à vida selvagem. Os cães nativos da mata atlântica são pouco ameaçadores, pois excepcionalmente constituem matilha em busca de alimento. Já o cão doméstico, abandonado no ambiente de mata, de cerrado ou de pastagens, pode ser uma ameaça aos demais animais e ao homem, principalmente crianças. Um fazendeiro dono de cães de caça faleceu. A família não quis cuidar de seus animais, que foram soltos para caçarem por conta própria. Readquiriram características de matilha primitiva e passaram a assaltar propriedades, sobretudo em busca de aves. Não se sabe até que ponto tal narrativa é verdadeira. Levantamos a questão, porque há a preocupação com os javalis, mas o cão aparentemente inofensivo pode entrar em cena. Até o gato asselvajado tem sido acusado de inconveniente personagem da ecologia de Fernando de Noronha. A coisa começou desde 1500 com o boi, o cavalo, o porco, o cão e o gato. A abelha europeia se disseminou pela ferrovia, seguida, por acidente de laboratório, da africana.  Mais recentes são o javali e o caracol africano.

Finalizo com duas perguntas: 1) por que o Brasil que conta com excelente história da ciência neural e portanto com competentíssimos neuropatologistas, tem de aguardar tempo inexplicável por exames de vaca louca em centro estrangeiro? 2) que lucro besta está por trás do absurdo abuso de borrifar  agroveneno em cana e em soja, deteriorando a quantidade, a qualidade e até a cor de nossa preciosíssima produção nacional de mel?

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

 


PENITENCIO-ME DE LAMENTÁVEL OMISSÃO

João Amílcar Salgado

            Publiquei sobre as historiadoras do Sul de Minas e enumerei apenas 4. São em maior número, mas uma querida amiga foi omitida, imperdoavelmente. Trata-se de Eneiva Gláucia Souza Franco e seria grave injustiça deixá-la fora daquele grupo ilustre. Devo a ela o imenso favor de me ter colocado em contato com minha estimadíssima prima Maria José de Pádua Duca, inesquecível educadora e poetisa. Gláucia é a principal historiadora da cidade de Campestre. Ficou conhecida pelo livro PEDRO JOSÉ MUNIZ – HISTORIA, GENEALOGIA E MEMÓRIAS, em 2001, e publicou recentemente o tão aguardado MEMÓRIAS DE CAMPESTRE (2022, 2v).

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

 


EMINENTES HISTORIADORAS DO SUL DE MINAS

João Amílcar Salgado

O Sul de Minas prima por ter mulheres eminentes como historiadoras, sem as quais nossa crônica secular seria bem menos rica. Desejo tecer loas a quatro delas: Denise Garcia, Angela Lagoa, Sílvia Buttros e Celeste Noviello cujas investigações têm sido de valor inestimável para mim.

Quando fui informado pelo ilustre e enciclopédico odontólogo João Menezes Neto - querido garcia-frade de minha infância e juventude - de que sua prima Denise, de Campo Belo, publicaria um livro sobre essa gente legendária, me exultei. E ela escreveu uma obra já clássica: OS GARCIA FRADES (1990). Acrescento que, entre seus familiares, admiro o completo ortopedista Edson Neves e o célebre anatomista Otaviano Neves.

Quando fui informado por meu douto e meticuloso mestre Romeu Caiafa de que sua colega e prima Angela Lagoa estava levantando tudo sobre os Ferreira de Brito trespontanos, passei a aguardar os resultados com incontida ansiedade, os quais me chegaram como dádiva valiosíssima. O Romeu me indicou outra colega e prima à mesma altura, Sílvia Buttros, que, entre tantas preciosidades, retirou das sombras o fantástico Salvador Furtado de Mendonça, os peculiares Prados da Escaramuça e os surpreendentes Fleming sulmineiros - entre eles o Sílvio Fleming, meu colega nos maristas. Tive o privilégio de ser professor de seu irmão, meu amigo e excelente psiquiatra Wagner Buttros.

Já a Celeste Noviello  me foi apresentada por seu irmão Maurício, meu ex-aluno, colega de docência na UFMG e também ex-interno marista. Seu domínio é a história de São Gonçalo do Sapucaí - onde encontramos um estudante inconfidente e um barão assassinado por um médico, mas principalmente é o lugar umbilical dos queridíssimos pai e irmãos Ibraim de Carvalho. Esta condição singular a entroniza no alto da historiografia desta Minas, que são muitas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

 QUE AGRADÁVEL NOTÍCIA!!!!!

Do primo Manoel Jacy Vilela Lima
para mim, 6/2/23,
Boa noite primo,
de um paciente,angolano que operei, ganhei de presente um fruto do imbuzeiro, como é conhecido em Angola o Baobá, Fiz algumas mudas com as sementes e um imbuzeiro está na fazenda em Tombos. Felizmente livre deo geadas, mas os animais adoram as folhas e o coitado é perseguido
[PRETO, NÃO ANGOLANO]

domingo, 5 de fevereiro de 2023

 


A LEGENDA DE MEU BAOBÁ PROSSEGUE

João Amílcar Salgado

     Antoine de Saint-Exupéry, aviador e pensador francês, escreveu o livro O PEQUENO PRÍNCIPE, em 1943, em plena segunda guerra mundial. Na década seguinte, o livro fez sucesso no Brasil e foi através dele que muita gente ficou sabendo que existia uma árvore chamada baobá. Eu era bibliotecário do diretório estudantil do curso médico e tive de adquirir múltiplos exemplares do pequeno livro, que nos traz esta parábola poética e filosófica. Outro autor de sucesso então era Jorge Amado e ele nos revelou o universo afro. Neste, Jorge fez brilhar Pierre Verger, fotógrafo e etnógrafo francês, que adotou a Bahia como pátria, inclusive a religião dos orixás. Outro que adotou essa crença foi o seleto poeta e compositor Vinícius de Moraes.  

            Quando criei o Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais, passei a procurar um consultor em medicina afro. Encontrei o Geraldo André da Silva e perguntei-lhe que seria necessário para tal função. Ele foi direto: faça este Centro me enviar à África. Ele foi e ficou estagiando com um sacerdote da mais pura religião angolana. Quando voltava, perguntou que devia trazer para mim, como agradecimento. Fui direto: uma muda de baobá. Quando ele chegou, tremi de emoção, ao receber a muda de uns 30 cm. Era inacreditável:  mas André, é proibido entrar no avião com isso! De fato, ainda lá, foi avisado da proibição. Voltou a seu guru, que lhe arranjara a muda. Este disse: eu encantei a muda, já está encantada, pode levar ao doutor que ele a vai receber. A muda passa por um fiscal na entrada do avião, que não a vê. Viaja no colo do portador, sem que ninguém da tripulação e dos passageiros a perceba. E desce em Belo Horizonte do mesmo modo. Coloquei-a sobre o cimento de meu quintal e, quando olho, a raiz já havia penetrado o cimento. Havia crescido mais do que eu esperava. Para levar a Nepomuceno, foi necessária uma caminhonete. Mandei o motorista ajeitar a muda na carroceria e, quando chego, ele tinha esqueletizado a árvore, alegando que era para ela suportar o vento...  Pensei: agora ela está morta... Mesmo na certeza de que estava perdida, plantei-a carinhosamente. E não estava morta. Encantada, está lá, cada vez maior, sob as bençãos de meus ancestrais angolanos e do Padre Vítor.

***

Há dois anos tivemos terrível geada e o baobá morreu, talvez atingido também por um raio. Dei a triste notícia ao André e ele pareceu engolir em seco, mas perguntou a data. Exclamou: “Então isso coincidiu com a morte de meu mestre lá na África”. A seguir me consolou: “Espera aí, o espírito dele acaba de me dizer que brotará”. Continua encantado, rebrotou agora, depois da chuvarada. Vejam as fotos.