CRAQUES DA POESIA
jOÃO AMÍLCAR SALGADO
Carlos Drummond, Vinícius de
Moraes, Manoel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes Campos. Diante desta
preciosíssima foto, exibida por Céu Marques, me sinto no dever de dizer algo
sobre cada um. Carlos foi contemporâneo de meu pai no curso de farmácia da
atual UFMG, enquanto de minha parte fui muito ligado a seu primo Pedro Drummond
Salles, meu colega na medicina e na história da medicina. Vinícius era fraterno
amigo de Pedro Nava, este que me ajudou a fundar o Centro de Memória da Medicina
e me relatou o episódio em que acolhe Vinícius fugitivo de uma clínica. Não
poderia deixar de incluir este episódio em O RISO DOURADO DA VILA
(2020), junto com o poema do mesmo Vinícius sobre Nava. Manoel Bandeira
escreveu a BALADA DAS TRES MULHERES DO SABONETE ARAXÁ (1931, inventado
por nosso mestre Antônio Aleixo), que transcrevo em duas oportunidades, sendo além
disso, autor do GUIA DE OURO PRETO
(1938). Este e o banho junto às moças sulfurosas conferem ao recifense dupla
cidadania mineira. Mario Quintana, mais distante, é, entretanto, a síntese
final do perfeito poeta com o perfeito autor de frases como esta: “Todos estes
aí que estão atravancando o meu caminho, eles passarão… Eu passarinho!”. Frases
originais são também coisa de mineiro. Paulo Mendes Campos é personagem de O
ENCONTRO MARCADO (1956) de Fernando Sabino, mas, mais que isso, é filho de
meu bondoso professor Mário Mendes Campos, apelidado pelos estudantes de
“mãezinha”, e irmão de meus diletos companheiros Marino e Aluizio. É quase
certo que a mãezona dona Maria José, esposa do Mário, seja nossa parente pelo lado
Lima. A foto poderia incluir mais alguns, por exemplo, Emílio Moura e Pablo
Neruda.
QUE HONRA ME SENTIR TÃO PRÓXIMO
DESSES CRAQUES!!!