João Amílcar Salgado

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

 


VIAJANDO NAS JANELAS DO PASSADO

João Amílcar Salgado

Desde que comecei a redigir O RISO DOURADO DA VILA (2003), aproveitei as minhas pesquisas para estimular parentes e amigos a que também escrevessem suas memórias, além de angariar muita coisa guardada no fundo das gavetas. Pessoas que escreviam com facilidade deixaram de registrar preciosas lembranças. Só ao meu redor poderiam ter deixado relatos autobiográficos meu avô João de Abreu, meu pai João Salgado, a tia Bebete, o tio Aprígio, meus irmãos, o tio Lela e os primos Rubem Ribeiro, Ernane Vilela, Iracema Lima, Alice Lima, Chico Negrão, Nilo Barrios, Marieta Ursicina, Márcio Garcia, José Maria Ribeiro, Manuel Claide, Oscar Resende, Maria Elvira e João Otaviano.  Consegui que minha tia Rute escrevesse seu interessantíssimo livro MINHA HISTÓRIA – NOSSAS VIDAS (2007), gravei em áudio e em vídeo os causos de minha mãe Evangelina e sua irmã Licínea e colaboro com minha prima Clara Veiga Lima na biografia de seu pai João Otaviano Veiga Lima. Os imigrantes e seus descendentes merecem mais de um livro sobre eles. No livro NEPOMUCENO – SÍNTESE HISTÓRICA (2017) listei dezenas de homens e mulheres de letras, todos historiadores de fato, editados, inéditos ou potenciais. Listei também as coleções de nossos periódicos.  

               Por falar nisso, estou lendo VIAJANDO NAS JANELAS DO PASSADO (2013) de minha prima Vera Lúcia Ribeiro Vilela Gonçalves dos Santos, ilustre professora e eterna primeira-dama de Itumbiara, GO. Seu esposo, Celso Santos é um notável clínico e meu dileto amigo. Para mim, ela continua sendo a Verinha do Dr. Levi. Suas lembranças de seu avô João Vilela, de sua avó Vicentina e de seus tios e primos me emocionaram, pois achei que sabia tudo deles e era muito pouco. Além disso as fotos são preciosidades que ora passam à minha coleção. A Olívia sua mãe foi das mais belas moças da Vila e dona de uma meiguice infinita, qualidades repetidas em suas irmãs e em suas filhas. São mulheres cujo encanto os anos não levam. Ela me tratava não como primo, mas como irmão. Certo dia me liga e diz que sua mãe, a dona Vicentina (nome em homenagem ao Capitão Vicente da Lagoa) chegara a BH e estava com saudade de mim. Fui correndo pra lá. Foi um raro momento de viver boas gargalhadas. Ela estava lúcida e mais inteligente e espirituosa como nunca.  Já o Dr. Levi ocupa páginas marcantes e frequentemente elogiadas de meu livro. Ele e a esposa eram padrinhos de minha irmã Neusa. Evoco aqui o discurso que fez na formatura da afilhada, no qual declamou imortal poema de Gonzaga.  Os habitantes e admiradores da Vila devem guardar com carinho não só este livro, desbordante de ternura, mas os demais que a Verinha promete publicar.

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