VIAJANDO
NAS JANELAS DO PASSADO
João Amílcar Salgado
Desde que
comecei a redigir O RISO DOURADO DA VILA (2003), aproveitei as minhas
pesquisas para estimular parentes e amigos a que também escrevessem suas
memórias, além de angariar muita coisa guardada no fundo das gavetas. Pessoas
que escreviam com facilidade deixaram de registrar preciosas lembranças. Só ao
meu redor poderiam ter deixado relatos autobiográficos meu avô João de Abreu,
meu pai João Salgado, a tia Bebete, o tio Aprígio, meus irmãos, o tio Lela e os
primos Rubem Ribeiro, Ernane Vilela, Iracema Lima, Alice Lima, Chico Negrão,
Nilo Barrios, Marieta Ursicina, Márcio Garcia, José Maria Ribeiro, Manuel
Claide, Oscar Resende, Maria Elvira e João Otaviano. Consegui que minha tia Rute escrevesse seu
interessantíssimo livro MINHA HISTÓRIA – NOSSAS VIDAS (2007), gravei em
áudio e em vídeo os causos de minha mãe Evangelina e sua irmã Licínea e
colaboro com minha prima Clara Veiga Lima na biografia de seu pai João Otaviano
Veiga Lima. Os imigrantes e seus descendentes merecem mais de um livro sobre
eles. No livro NEPOMUCENO – SÍNTESE HISTÓRICA (2017) listei dezenas de
homens e mulheres de letras, todos historiadores de fato, editados, inéditos ou
potenciais. Listei também as coleções de nossos periódicos.
Por
falar nisso, estou lendo VIAJANDO NAS JANELAS DO
PASSADO (2013) de minha prima Vera Lúcia Ribeiro Vilela Gonçalves dos
Santos, ilustre professora e eterna primeira-dama de Itumbiara, GO. Seu esposo,
Celso Santos é um notável clínico e meu dileto amigo. Para mim, ela continua
sendo a Verinha do Dr. Levi. Suas lembranças de seu avô João Vilela, de sua avó
Vicentina e de seus tios e primos me emocionaram, pois achei que sabia tudo
deles e era muito pouco. Além disso as fotos são preciosidades que ora passam à
minha coleção. A Olívia sua mãe foi das mais belas moças da Vila e dona de uma
meiguice infinita, qualidades repetidas em suas irmãs e em suas filhas. São
mulheres cujo encanto os anos não levam. Ela me tratava não como primo, mas
como irmão. Certo dia me liga e diz que sua mãe, a dona Vicentina (nome em
homenagem ao Capitão Vicente da Lagoa) chegara a BH e estava com saudade de
mim. Fui correndo pra lá. Foi um raro momento de viver boas gargalhadas. Ela
estava lúcida e mais inteligente e espirituosa como nunca. Já o Dr. Levi ocupa páginas marcantes e
frequentemente elogiadas de meu livro. Ele e a esposa eram padrinhos de minha
irmã Neusa. Evoco aqui o discurso que fez na formatura da afilhada, no qual declamou
imortal poema de Gonzaga. Os habitantes
e admiradores da Vila devem guardar com carinho não só este livro, desbordante
de ternura, mas os demais que a Verinha promete publicar.
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