PLÍNIO, NELSON, NEVILLE E JABOR
João Amílcar Salgado
Logo
que o Arnaldo Jabor começou a fazer sucesso como cronista de tevê, eu estava
com a ideia de escrever um ensaio sobre ética em nossas artes cênicas. De
início eu estudaria a ética presente nas obras de Plínio Marcos (autor de DOIS
PERDIDOS NUMA NOITE SUJA, 1966), Nelson Rodrigues (autor de O BEIJO NO
ASFALTO, 1961) e Neville d´Almeida (tricordiano, parente dos Almeidas
nepomucenenses, autor de RIO BABILONIA, com roteiro do também mineiro
Ezequiel Neves, 1982). Como Jabor não deixava de ser dramaturgo, resolvi
estudar os quatro. Meu interesse pelo carioca Jabor veio 1) de suas crônicas
provocantes, 2) de ter também levado Nelson ao cinema e 3) do fato de que a
família libanesa dos Jabbur está presente em nossa cidade vizinha de Passos. Ali
nasceu o arquiteto modernista Dáude Jabbur, praticamente desconhecido, que foi
colaborador de Lúcio Costa.
O
esboço desse estudo ficou na gaveta e hoje, 15/2/22, com o falecimento do
Jabor, me lembrei disso. Para mim, o melhor deste cineasta foi EU TE AMO,
com tema de Nelson Rodrigues e a atuação de César Pereio e Sônia Braga, dos
quais sou fã. Foi um expositor fascinante e prendia a todos com sua obstinada
busca de congruência ética, embora não raro escorregasse em incongruências. Sua
mensagem significa tudo isso: NÃO QUERO MORRER PARADO NA VERDADE
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