João Amílcar Salgado

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

 

 


PLÍNIO, NELSON, NEVILLE E JABOR

João Amílcar Salgado

Logo que o Arnaldo Jabor começou a fazer sucesso como cronista de tevê, eu estava com a ideia de escrever um ensaio sobre ética em nossas artes cênicas. De início eu estudaria a ética presente nas obras de Plínio Marcos (autor de DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA, 1966), Nelson Rodrigues (autor de O BEIJO NO ASFALTO, 1961) e Neville d´Almeida (tricordiano, parente dos Almeidas nepomucenenses, autor de RIO BABILONIA, com roteiro do também mineiro Ezequiel Neves, 1982). Como Jabor não deixava de ser dramaturgo, resolvi estudar os quatro. Meu interesse pelo carioca Jabor veio 1) de suas crônicas provocantes, 2) de ter também levado Nelson ao cinema e 3) do fato de que a família libanesa dos Jabbur está presente em nossa cidade vizinha de Passos. Ali nasceu o arquiteto modernista Dáude Jabbur, praticamente desconhecido, que foi colaborador de Lúcio Costa.

O esboço desse estudo ficou na gaveta e hoje, 15/2/22, com o falecimento do Jabor, me lembrei disso. Para mim, o melhor deste cineasta foi EU TE AMO, com tema de Nelson Rodrigues e a atuação de César Pereio e Sônia Braga, dos quais sou fã. Foi um expositor fascinante e prendia a todos com sua obstinada busca de congruência ética, embora não raro escorregasse em incongruências. Sua mensagem significa tudo isso: NÃO QUERO MORRER PARADO NA VERDADE

 

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