João Amílcar Salgado

quinta-feira, 29 de junho de 2023

 



CARLOS AMÍLCAR SALGADO NA OPAS-OMS

 

Terminamos hoje, 27/6/23, o I Seminário de Atenção Especializada, organizado pelo Ministerio da Saude. Com o apoio da OPAS e em parceria com o CONASS E CONASEMS, discutimos pautas importantíssimas para o SUS. Estiveram conosco pessoas ilustres, especialistas em gestão pública, sanitaristas renomados e grandes pesquisadores das principais universidades brasileiras. Contamos ainda com a participação de representantes de sistemas de saúde de outros países que compartilharam suas experiências e abrilhantaram ainda mais o nosso evento.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

 

TIME DA VILA COM SOFREU E GELEMIA

João Amílcar Salgado

A Vila é campeã de apelidos e é o único lugar que teve dois craques denominados SOFREU e GELEMIA.  Exibo aqui ambos, ao lado de outros, para que todos sejam identificados. O Sofreu foi nosso estimado sapateiro e o Gelemia foi meu colega de peladas no recreio do grupo-escolar. O pai deste, João Rosalino, por sua vez, foi nosso fornecedor de picolé e sorvete, como balconista do Bar do Michel Mansur. Segundo o barbeiro Malico, ele se imortalizou, quando exterminou a lombriga-de-coleira expelida pelo repórter Valdemar.

domingo, 18 de junho de 2023

 


ANTÔNIO DA CUSTÓDIA

João Amílcar Salgado

Em meu livro “O RISO DOURADO DA VILA”, relato três episódios referentes ao Antônio Afonso, esposo da Custódia, muito amiga de minha mãe. Ele era dono de pequena venda de secos e molhados e em qualquer matança de capado em nossa horta, uma das bandas era disputada por ele e pelo rival vizinho, o João Antunes. Em direção a nossa casa, o Zé Veiga se aproximava, parecendo querer dizer algo importante, mas meu pai o interceptou perguntando: “Foi bom cê chegar, estou apertado, precisando saber qual é o nome da mulher do Antônio da Custódia”. – “Ora, Sargado, sou homem ocupadíssimo com meus negócios, lá vou saber o nome dessa mulher!” Isso muito nos divertia e a pergunta era repetida a outros passantes, fato que influenciou o garoto Zeca do Sargado. Ele e eu vendíamos peras pela cidade. Na porta do Antônio meu irmão perguntou: “ô sô Antonio da Custódia, qué comprá pera?” O homem grande e gordo retalhava uma banda, apontou enorme faca pro Zeca e gritou: “Ô minino, meu nome é Antônio Afonso, oviu? some daqui!”. Só mais tarde descobri que meu pai e o Zeca foram injustos com o bom homem. Eu mesmo achava esquisito um prenome no lugar de sobrenome e, na verdade, não era nada disso. Afonso é um sobrenome histórico de nobres ibéricos e deveria ser referido com a cerimônia desfrutada por qualquer fidalgo, apesar de seus escândalos. Vejam meus textos sobre os Correas, Afonsos e Garcias, nos quais me refiro a Afonso 6º (fratricida), o primeiro monarca espanhol, e Afonso Henriques, trineto bastardo daquele e o primeiro monarca luso.

sexta-feira, 16 de junho de 2023

 


A VILA E A AVIAÇÃO

João Amílcar Salgado

            Nepomuceno tem ligação interessantíssima com a aviação. Para começar, Santos Dumont, o inventor do avião, tem parentesco com os Ribeiro daqui. Na guerra mundial, no telhado do grupo escolar foi escrito NEPOMUCENO, para ser lido no patrulhamento aéreo. Há a lenda de que o campo de aviação construído na fralda de nossa Serra de São João teria sido impulsionado pelo nepomucenense Chico Negrão de Lima. Isto porque sua esposa Ema cultivava um pavor doentio da poeira vermelha, afinal responsável pelo apelido de os bunda-vermeia atribuído aos locais.  Sim, a ilustre Ema abominava o perigo de, na viagem ao lugar, ficar com as nádegas rubicundas.

Este aeródromo gerou outras consequências: 1) seu terreno veio da família Veiga e vários deles se tornaram admirados aviadores: o cientista João Batista Veiga Sales foi piloto esportivo e paraquedista, seguido por seus primos, o brigadeiro da aeronáutica Adalberto de Rezende Rocha e o piloto comercial Helvécio da Veiga Rezende; 2) o espetacular salto de paraquedas do Lair Rolino; 3) o também sensacional salto de guarda-chuva pelo jovem Mudinho (Jorge Mudesto), ao imitar o Lair; 4) a queda, incólume, do alto de sua longa escada, sofrida pelo pintor Caco (Joaquim Militani), no susto pelo voo rasante de um dos citados aviadores; 5) a construção de um helicóptero no quintal do inventivo José Fernando Pedro; 6) o engenheiro José Barati foi o primeiro a pousar aqui a passeio, no avião de um amigo; 7) o parentesco entre os Negrão e JK era promissor e a FAB cogitou de uma base aérea na Vila; 8) a linha de transmissão de Furnas condenou o uso da pista (premonição da morte de Marília Mendonça).  Além disso, ocorreram, perto daqui, fatos de grande repercussão: 1) o pouso de emergência de um monomotor NA, em Boa Esperança, em 1942; o oficial da FAB Eduardo Mendes, também incólume, foi recepcionado com um baile (!); 2) Tarley Vilela, na inauguração do aeródromo de Três Pontas, em 1956, saltou sem paraquedas de um voo demonstrativo e nada sofreu, sendo que mais tarde, no Pantanal Matogrossense, repetiu o feito num avião maior, saindo ileso. 3) o pouso de um caça F5 na estrada de Santana da Vargem a Três Pontas, em 1980, do qual ficaram famosos o habilíssimo piloto e o dono de velho fusca. 4) O engenheiro Júlio Ferreira Pinto, de Boa Esperança, deixou dramático diário, antes de falecer por inanição, após queda de avião na floresta amazônica. Para completar, anexos aos campos de pouso foram fundados aeroclubes e existiu uma oficina para aviões em Varginha, da qual ficaram célebres o mecânico Fritz e o genial marista francês Mário Esdras. E, entre 1956 e 60, a Aerovias-Real fez linha entre BH e Lavras, sendo eu um dos passageiros. Para coroar tantas efemérides, cito a formidável façanha do engenheiro nepomucenense José Soares Ferreira, graduado pelo ITA, guindado da fábrica de Itajubá para Marseille na França, como o mais experiente especialista brasileiro em helicópteros.

No plano astronáutico assinalo: 1) o Zico Miceno chegou, em vida, ao céu; 2) o campo-belense Aladim Félix, esposo da nepomucenense Tarsila Cardoso, foi o primeiro, neste planeta, a propor que os deuses eram astronautas, 3) um extra-terrestre teria desembarcado em Varginha, 4) o Joaquim Lucinda antecipou as Jornadas nas Estrelas, no uso do teletransporte quântico. Tudo isso está em meus livros “NEPOMUCENO – SÍNTESE HISTÓRICA” e “O RISO DOURADO DA VILA”. Esta mensagem homenageia as heroicas crianças resgatadas vivas da floreta amazônica colombiana no dia 9/6/23, 39 dias após desastre de avião.