João Amílcar Salgado

sábado, 24 de maio de 2025

 


SEBASTIÃO SALGADO

João Amílcar Salgado

Todo Salgado de Nepomuceno e de Minas e todos os brasileiros devem conhecer e se orgulhar do maior de todos os Salgados: o mineiro SEBASTIÃO SALGADO. Nasceu, como nós, numa Vila, a de Conceição do Capim, pertencente a Aimorés. Viveu sua infância em Expedicionário Alício, graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (1964-1967) e realizou pós-graduação na Universidade de São Paulo. No mesmo ano, casou-se com a pianista Lélia Deluiz Wanick. Depois de emigrar em 1969 para Paris, escreveu tese em ciências econômicas, enquanto a sua esposa ingressou na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris, para estudar arquitetura. Salgado inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC). Em suas viagens pela África, fez sua primeira série de fotos, nos anos 70, com a Leica da sua esposa.  Tornou-se fotojornalista em 1973. Em 1979, depois de passagens por agências fotográficas, foi encarregado pela Magnum. para uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias do governo  Reagan. Salgado documentou o atentado a tiros cometido por John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan a 30/3/1981, em Washington.] A venda das fotos para jornais de todo o mundo permitiu ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África. Seu primeiro livro, “Outras Américas”, sobre os pobres na América Latina, é de 1986. A seguir, publicou “Sahel: O Homem em Pânico" (também em 1986), em colaboração com os Médicos sem Fronteiras, referente à seca no Norte da África. Entre 1986 e 1992, documentou o monumental "Trabalhadores Rurais". De 1993 a 1999, ele denunciou o desalojamento global de pessoas, em “Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo”, em 2000. Em 2021 publica “Amazônia”, fantástico documentário de nossa vegetação e nossos nativos. A partir de 1998, Lélia e Sebastião começam a recuperar a fazenda degradada herdada por ele e a reflorestam como Mata Atlântica, uma transformação inacreditável.

O ramo Salgado do Sebastião inclui 3 importantes médicos mineiros: Clóvis Salgado, Mauro Ivã Salgado e Dalva Salgado Machado, bem como as duas filhas desta e do Carlos Amílcar (netas do João Amílcar Salgado): Ana Luiza Salgado e Thais Salgado. Estive com o Sebastião uma única vez, quando combinamos um trabalho com fotos da obra do Aleijadinho. Como a prioridade dele era a Amazônia e o Instituto Terra, esse projeto foi sendo adiado e lamentavelmente não se realizou.

Em Portugal vi na tevê um debate entre fotógrafos então considerados os melhores daquele país e fiquei estarrecido com a desvalorização que fizeram do Sebastião. Disseram que os franceses apontam o Sebastião como o maior fotografo mundial e isso para eles era ridículo. Concluí que eram salazaristas, provavelmente ex-assalariados do ditador, e que estavam indignados com dois brasileiros: Chico Buarque e o Tião Salgado, pelo apoio que deram à Revolução dos Cravos.

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