MARIA LÚCIA GODOY,
O MADRIGAL, PEDRO e JOAQUIM
João Amílcar Salgado
Eu
estava no 2º ano de medicina quando foi fundado o Madrigal Renascentista, do
qual me fiz fã imediato. Isaac Karabtchevsky, um dos fundadores, era maestro e
namorava a cantora Maria Lúcia Godoy. Os dois se casaram neste mesmo ano e um
ano depois se separaram. Anos depois houve outro casamento, dessa vez de meu
primo e ex-aluno Cláudio Azevedo Sales.
Quando os convidados estavam indo para a fila dos cumprimentos, a Maria Lúcia
começou a cantar a CANTILENA (1938) de Villa-Lobos. Ninguém se mexeu e
os noivos tiveram de aguardar o fim da inebriante baquiana para finalmente
serem abraçados. Anos depois fiz uma conferência comemorativa na Associação
Médica sobre o Prêmio Nobel negado a Carlos Chagas. Maria Lúcia me ouviu, pois
ia cantar a seguir. Quando ela terminou, ofereci-lhe meu livro O RISO
DOURADO DA VILA (2004, 2020), dizendo-lhe que ela constava do mesmo, o que
muito me agradeceu. Anos depois, recebi do meu amigo Pedro Vidigal, seu livro OS
ANTEPASSADOS (1979), onde registrou o parentesco do Xico Buarque com a
Maria Lúcia Godoi e com o Joaquim da Rilma. Já na Universidade da Pensilvânia,
nos EUA, uma docente de canto lírico me confessou ser fã da Maria Lúcia e disse
que a ouviu quando passou por ali. Acrescentou que nada havia mais perfeito do
que sua voz de cristal e que a Cantilena marejara-lhe os olhos.
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