João Amílcar Salgado

quarta-feira, 4 de março de 2015

Quase na mesma hora do dia 3/3/15, faleceram minha tia Rute e minha prima Marize, duas belas mulheres, que tinham em comum também o talento artístico. A tia Rute era exímia bordadeira, arte muito peculiar à Vila, e a Marize era capaz de cantar as mais doces canções, com ternura inigualável. Recomendo a quem ainda não leu que leia o livro MINHA HISTÓRIA, NOSSAS VIDAS (2007) de Rute de Abreu Salgado, que rememora sua vida de modo muito agradável, em que nossa cidade se revela em flagrantes surpreendentes. Ao lado da homenagem à Marize, lembro sua tia Jane, muito parecida com ela, não só cantora mas incrível assobiadora, que infelizmente faleceu pré-adolescente. Tenho certeza de que seu irmão Evaldo vai-nos brindar com pelo menos uma gravação da voz da Marize.
João Amílcar Salgado 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

REGRA DO JOGO
João Amílcar Salgado

No dia 19-2-15, em programa radiofônico de grande audiência em Belo Horizonte, determinada debatedora afirmou que recebeu críticas, referentes a uma flagrante contradição cometida diariamente naquele horário. Trata-se de que os debatedores sempre estão a apontar corrupção e irregularidades, aqui e acolá, ao mesmo tempo em que, nos intervalos publicitários, propagam medicamentos notoriamente ineficazes. A debatedora se defende, dizendo que quem faz a crítica desconhece A REGRA DO JOGO. Mas não explicita que regra é essa, acrescentando que, sem tal propaganda, a emissora não se sustentaria. E finaliza dizendo que nada fazem de ilegal. E tudo isso é dito, quando a discussão mais recorrente no mesmo programa é a corrupção na Petrobrás. Então convém lembrar que os advogados das empreiteiras e dos autores dos desvios têm argumentado que O PAGAMENTO DE SUBORNO É REGRA-DO-JOGO MUITO ANTIGA NOS CONTRATOS DE OBRAS PÚBLICAS. Tal pagamento é tão costumeiro e tão generalizado que virou regra-do-jogo, não parecendo nem ilegal, nem imoral. A NOVIDADE DO MOMENTO É QUE AGORA, DE REPENTE, UM JUIZ CISMOU DE DESCONHECER ESSA REGRA-DO-JOGO E CONSIDERAR A COISA NÃO SÓ IMORAL COMO ILEGAL.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O GUEVARISMO CRISTÃO
DO PAPA FRANCISCO


  
João Amílcar Salgado
            Para os radicais do partido republicano, Obama é socialista. Para os radicais da direita católica, o papa Francisco é socialista. Para ambos os agrupamentos radicais, a comprovação dessa rotulação ideológica de Obama e Francisco vem da cooperação entre os dois para reconciliar EUA e Cuba.
            O papa Francisco é jesuíta e foram os jesuítas os autores da mais prolongada  experiência comunista no mundo moderno, quando criaram as reduções ou missões no cone sul das Américas. Em vez do lógico codinome Inácio, decidiu assumir o nome Francisco, sem dúvida para apontar seu modelo de cristianismo calcado em Francisco de Assis, o mais socialista dos santos. Entre as vertentes franciscanas, há inclusive aquela que propõe a substituição da plenitude dos tempos por uma sequencia ascensional, que parte do padre eterno, passa pelo filho salvador e chega enfim ao espírito igualitário. De fato, o Divino Espírito Santo, celebrado nas festas do Divino difundidas por todo o Brasil, é a expressão do acolhimento popular a tal doutrina.
            O papa Francisco é argentino e deve orgulhar-se de ser conterrâneo tanto de Ernesto Guevara como das Avós da Praça de Maio - e também de José de San Matin, de Juan Cesar Garcia, de Carlos Gardel e de Maradona.  E ainda de ter parentesco espiritual com Gabriela Mistral, Pablo Neruda, Salvador Allende, Simon Bolívar e Tupac Amaru. Assim ele está intelectualmente bem distante dos ideólogos seja do partido republicano dos EUA, seja do Salon Beige católico da França.
            Sua referencia como papa é o papa João 23. Sua estratégia vem da consciência de seu carisma. E tem raro senso de oportunidade. Sabe que não pode deixar de aproveitar a oportuna presença de um democrata negro na presidência dos EUA, contemporaneamente a seu papado. E sabe também que a oportunidade de Obama ficar na história, com alguma realização a mais, além de sua dupla eleição, é agora, quando não tem de cuidar de reeleger-se. Esta é, sem dúvida, a base da comunicação entre ambos.
            Obama tem de conseguir, no final de seu governo, três vitórias históricas, no plano interno: consolidar o neo-crescimento econômico, fechar Guantánamo e submeter a National Rifle Association. No plano externo, basta-lhe reatar com Cuba.  É quase certo que isso passou pela conversa entre Francisco e Obama. O cacife de Obama é seu cuidadoso estilo de lidar com racistas e belicistas, estilo este que, em vez de elogios, lhe tem valido acusações de covarde. Ele pode, no final do governo, comunicar a todos que a paciência aí implícita pode findar e que um Obama latente que nunca veio à tona pode emergir e patentear-se. Sim, Obama é o potencial líder de uma guerra civil, evidentemente evitável e anteriormente improvável, de negros e hispânicos contra racistas e belicistas. 
            O Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais, desde sua criação, estuda médicos ligados à política, como, entre muitos outros, JK, Clóvis Salgado, Émile Littré,  José Rizal, Norman Bethume e Che Guevara. Quem conhece a biografia do médico Ernesto Guevara e quem acompanhou sua evolução ideológica sabe que o fascínio exercido por ele sobre gerações de várias tendências se assenta em pontos comuns entre este herói, o papa e Obama. O lado supra-marxista do guevarismo terá novo significado se Obama e Francisco continuarem de mãos-dadas.

O autor é professor titular de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais e fundador do Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais


             

domingo, 14 de setembro de 2014

COLÉGIO ESTADUAL - UMA LEGENDA BELORIZONTINA
João Amílcar Salgado
            Certo dia chegam ao Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais o psiquiatra Ataúlpho da Costa Ribeiro, o cartunista Fernando Pieruccetti e a historiadora Francelina Drummond. Os três propunham publicar a reedição fac-similar do livro ERÁRIO MINERAL (1735), de autoria do cirurgião luso Luís Gomes Ferreira, e a HISTÓRIA DO COLEGIO ESTADUAL DE MINAS GERAIS, de autoria de Pieruccetti.  Que relação havia entre a memória da medicina e o colégio? Foi então que esses três arautos nos comunicaram algo sensacional: investigando as origens coloniais do colégio, Pieruccetti descobriu que neste houve o início do ensino médico no Brasil, em 1801.  O Erário Mineral foi reeditado em 1997, mas a História do Colégio não foi publicada, em virtude do falecimento de Fernando em 2004. O historiador, entretanto, antecipou os dados referentes ao curso de cirurgia, na Revista Médica de Minas Gerais, em 1992 (http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-114956).
            Em 2004, liderados por Ernesto Lentz e Norma Veloso Chaves, promovemos um almoço dos formandos do centenário do colégio, com a presença dos professores Beatriz Alvarenga, Aluizio Pimenta, Elias Murad e Wagner Brandão. Em meio a evocações humorísticas, foi lembrada a urgência de um livro abrangente, antes que muita coisa fosse esquecida ou perdida.
            Prosseguimos na expectativa de que a família e/ou o grande amigo Ataulpho efetivassem a publicação da obra completa de Pieruccetti, o que se espera para breve. Enquanto isso ótima iniciativa teve a coleção BH – A CIDADE DE CADA UM,  que incluiu um livreto sobre o antigo Ginásio Mineiro entre suas publicações. Assim, causando grande interesse, acaba de sair COLÉGIO ESTADUAL (2014) de autoria de Renato Moraes, que enfrentou o desafio de resumir toda a vasta legenda do educandário nos moldes da coleção.  Moraes se saiu muito bem e é provável que, estimulados por seu texto, sejam publicados não só o livro esperado mas os de outros historiadores e/ou ex-alunos e/ou professores. Entre estes, cito a professora Beatriz Alvarenga e o Eulâmpio Morais. Entre os ex-alunos é até difícil citar, tantos que são escritores. Há  também dados sobre o colégio em biografias e auto-biografias. Eu próprio, em meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2003), descrevo o colégio ainda no Barro Preto, durante o ano de seu centenário.
            Coincide que neste ano de 2014 completam-se cem anos do antigo prédio da Faculdade de Medicina da UFMG, criminosamente demolido. Abaixo apresento o que escrevi sobre esta data, inclusive a referencia à demolição de duas das sedes do Colégio Estadual, uma delas onde estudei.

TRÊS INESTIMÁVEIS EDIFICAÇÕES DEMOLIDAS EM NOME DA MODERNIDADE
João Amílcar Salgado
            Os edifícios da Faculdade de Medicina, da Faculdade de Direito, ambas hoje da Universidade Federal de Minas Gerais, e do antigo Ginásio Mineiro, depois Colégio Estadual, foram demolidos criminosamente em nome da modernidade, a partir da década de 50 do século 20. Nessa época a modernidade estava em moda por influência da construção de Brasília. Juscelino Kubitschek (JK) não demoliu uma cidade para em seu lugar construir Brasília. Ele deixou o Rio de Janeiro intacto e construiu a nova capital onde não havia qualquer edifício. Quando construiu hotéis modernos em Diamantina e Ouro Preto, ele o fez sem causar demolição de prédios históricos. Assim não seria justo atribuir diretamente a JK as demolições das faculdades e do colégio. Os que decidiram tais demolições estavam influenciados por ele e queriam mesmo imitá-lo – mas de maneira totalmente infeliz. Talvez mesmo desejassem que seus nomes se eternizassem associando-os à eternização, de fato ocorrida, do nome do notável presidente.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWED-OqlRUhPFDu0qB-OTG1B8MI4vDgvsZbVX8F6XPRUhZCxMjhW8XqqMVItYAKEj8tb_Hz8kH_iltdTOVSdedkz1ukYIjrfoDkCg2V5B9c1ULvnTbicd0JCcILC8wb04g7TmBRwGuSKce/s1600/07+Fac.Livre+de+Dir..jpgAntigo prédio da Faculdade de Direito da hoje UFMG, na praça Afonso Arinos, demolido em 1958
http://img407.imageshack.us/img407/2658/ginasio.png
GINÁSIO MINEIRO na RUA DA BAHIA, atrás da praça da liberdade – prédio também criminosamente demolido, prenúncio das demolições ora apontadas
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvoLToXylet7UhiLkfMLaRxBOg8caTYNAnF80jso9VV12-J0XiXJShcdHnR_WwK3_KTASpem8kw35hRENeW-wBYqOmp1jFMwQ-1acFmiI3kZFBTMeM1vHTzCRsb82I2UONvlZ1i8FOceeW/s1600/Gin.Mineiro+1.jpgPrédio do antigo Ginásio Mineiro, depois Colégio Estadual, na avenida Augusto de Lima, demolido depois de 1956 para ser substituído pelo atual edifício do Forum,
            O prédio da Faculdade de Direito inaugurado em 1901, foi criminosamente demolido em 1958 e substituído pelo edifício Antonio Martins Villas-Boas.  O prédio da Faculdade de Medicina foi inaugurado em 1914 e criminosamente demolido em 1958, sendo substituído pelo edifício Oscar Versiani Caldeira.  O Ginásio Mineiro, sucessor do Liceu Mineiro, teve seu externato transferido de Ouro Preto para Belo Horizonte em 1898, onde ficou em belo prédio, na rua da Bahia, próximo à praça da Liberdade, depois criminosamente demolido. Foi transferido para o bairro Serra, depois para onde hoje é o Minas Centro e  acabou-se fixando no bairro Barro Preto (foto). Dali foi transferido para o bairro Santo Antônio (onde havia o Regimento de Cavalaria da Polícia Militar), com o nome de Colégio Estadual Milton Campos, em novo prédio inaugurado em 1956 e projetado por Niemeyer em 1954. Neste mesmo ano, o belo prédio da avenida Augusto de Lima foi ocupado pelo Colégio Militar. Este foi logo  levado para a Pampulha, para que o histórico prédio fosse criminosamente demolido  e ali instalado o edifício Milton Campos do Fórum Lafayette, em 1980.
            Em 2014 comemoramos o centenário da inauguração do antigo edifício da Faculdade de Medicina, infelizmente demolido em 1958.
Devemos este preciosíssimo risco à devoção de Pedro Nava à memória da Faculdade e de Minas.
Figura 2. Raríssima foto feita por visitante português e publicada em periódico em Portugal, ofertada ao Cememor pelo ilustre arquiteto e historiador Luciano A. Peret.     Trata-se do prédio da Faculdade de Medicina da hoje UFMG ainda em construção e assim provavelmente datada de 1913.
 Figura 3. Foto de 14-06-1958, em que docentes e estudantes deixam à posteridade a prova de seu criminoso menosprezo pela memória de sua Faculdade. A demolição do edifício da Faculdade de Medicina da hoje UFMG começaria no dia seguinte e o professor discordante desse ato, Oromar Moreira, recolheria pedaço de sua platibanda e depois o doaria ao acervo do Centro de Memória, de onde também seria jogado fora.

[TEXTO INICIALMENTE REDIGIDO EM FEVEREIRO DE 2014 PARA A COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DO PREDIO ANTIGO DA FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG, A SER DISTRIBUÍDO NA AULA INAUGURAL DO 2º SEMESTRE DE 2014]

            

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

JAIR LEOPOLDO RASO é um dos maiores neuro-cirurgiões brasileiros. Além disso, é autor, diretor e ator de teatro. Além disso, escreve não só oportunas crônicas médicas como deliciosas crônicas do cotidiano. Todos os clientes que encaminhei a ele se tornaram seus fãs e seus amigos. Ele está na tradição da medicina mineira de unir competência técnica com arte e humanismo, sem que cada área prejudique as demais. Sugiro aos amigos que passem a leitores de seu blogue. E que não percam as peças de teatro de que ele participe.

sábado, 30 de agosto de 2014

ANÁLISE DO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS EM 26-8-14
João Amílcar Salgado
Qual é o espectro ideológico dos aspirantes presidenciais que debateram na tv em 26-8-14? A petista Dilma, os ex-petistas Marina, Luciana e Eduardo, bem como o ex-brizolista Levy, poderiam ser taxados de mais ou menos esquerdistas. Aécio poderia ser considerado centrista e ficaria para o engraçado pastor Everaldo o rótulo de direitista.  Se isso é fato, tal  espectro deve ter sido decepcionante  para âncoras da extrema direita, como José Roberto Guzzo,  Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor, que, diante de tais presidenciáveis, concluirão que o país lhes foi surdo, fazendo vã sua feroz doutrinação na mídia. Só lhes restará o apelo a militares eventualmente extremistas.
Afora esta curiosidade, minha apreciação é mais abrangente. Ao contemplar os candidatos e ao acompanhar o debate, de que gostei bastante, deixo de lado o rótulo ideológico simplificado, para explorar as características de nosso populismo esquerdista – que vem atropelando com folga aquele insignificante e desnorteado esquerdismo residual, sobrevivente à ditadura.
Tenho vários amigos hoje partidários do Aécio. Quase todos vinham expressando feroz condenação ao bolsa-família. Quase todos, completavam o veemente anátema por apelidá-lo darwinisticamente de bolsa-preguiça. E não é que tais amigos estão sendo obrigados a engolir o Aécio anunciando não só manter como expandir o bolsa-família? Se Dilma vê Fernado Henrique em Aécio, Tancredo veria a UDN na tucanagem.
Eu era admirador de Mário Covas e acreditava em sua lisura, tanto que, com as denuncias contra seus auxiliares, subornados no metrô dele, sugiro reabrir o caso das mortes de Ulisses e Severo. Minha hipótese é que Covas teve suspeitas do que aprontavam e pediu a Ulisses e Severo para investigar. Deviam estar investigando quando morreram. Como covista, acompanhei a criação do PSDB, ao lado do Buduca (Carlos Becker), e cheguei a ajudar na UFMG o início da administração  do prefeito Pimenta. Neste início, os tucanos eram socialistas democráticos. Acabaram stripers neoliberais. Cardoso enganou Habermas e Mitterand, mas não enganou Florestan.
Por outro lado, fiz parte, junto com Dario Tavares e outros, da preparação dos governos estadual e federal de Tancredo, que nunca deixou de ser getulista de esquerda, apesar de incompatibilizado com Brizola. Ele admirava nossas inovações na faculdade de medicina, apoiou nossa greve em plena ditadura e essa afinidade foi fator de sua entrada na Campanha das Diretas. Tais inovações em educação e saúde  seriam aproveitadas nacionalmente, caso houvesse a posse e o governo Tancredo Neves. Estão escondendo isso do Aécio? 
Acontece que os governos federais, a partir de Sarney, Color e Itamar, primaram pelo desmonte de cada uma de nossas conquistas e impediram a sustentação da inovação mineira.  Sarnei, trêmulo diante da prepotência de Margareth Thatcher e de Ronald Reagan, passou a fazer o contrário de tudo o que Tancredo ia fazer, particularmente favorecendo as universidades católicas em detrimento das federais. Itamar, que, por pressão de denúncias mineiras, acabou com o corrupto Conselho Federal de Educação, quando voltou a Minas para ser governador, teve atitude oposta para com o Conselho Estadual de Educação – e o resultado é o horripilante desastre que aí está, de uma escola de medicina a cada esquina e a importação emergencial de médicos. 
Tudo isso tornou ininterrupto o sucateamento das universidades públicas, o corte orçamentário e o rebaixamento salarial, transformando os hospitais universitários em caricaturas assistenciais. Agora mesmo está acontecendo aquilo que seria antes impensável: a USP está leiloando seus excelentes hospitais universitários.  Mas o principal malefício foi o vilipêndio da educação e da saúde, convertidas em covil de gente gananciosa, obcecada com o lucro a qualquer custo, sob o comando perverso de apedeutas encastelados em organizações crescentemente milionárias, ornadas com quase todas as características do crime organizado.
As perspectivas mundiais pareciam melhores após Bush. Logo tudo voltou a piorar e hoje estamos assistindo crimes e mais crimes contra a humanidade, principalmente indizíveis atrocidades contra as crianças.  Já a América do Sul, antes infelicitada pelo triste trio neoliberal Menem-Fujimore-Henrique Cardoso, viu emergir, em reação, o trio populista Evo-Chaves-Lula. Ambos os trios exibem, em comum, olímpica indiferença pela saúde e pela educação. Seus sequazes acharam de bom tom mostrar que acompanham a tendência mundial. Se Thatcher foi copiada na Alemanha por Angela Merkel, os daqui inventaram a versão esquerdo-populista do neo-tatcherismo de Merkel com o trio Dilma-Kirchner-Bachelet, todas três descendentes próximas de europeus. Cristina, como num tango, se inspira em quem mais odeia (Thatcher); já Bachelet rima com Pinochet enquanto Dilma é uma sinhá-braba modernosa. Mas há os radicais que querem que tais mulheres sejam substituídas por versões indígenas sul-americanas. Já que o trio Evo-Lula-Chaves é fortemente indígena, o Brasil, como líder, se antecipa com Marina.
***

sábado, 23 de agosto de 2014

Ceprocamp em Campinas, em 28-8-14, 19:00

Nepomuceno guarda invejável tradição educacional, que transborda pelas cidades vizinhas e alcança Belo Horizonte, Ouro Preto, Viçosa, chegando até as cidades paulistas de São Paulo, São Carlos, Ribeirão Preto e Campinas. Ambrosina Castelar, nossa querida Zizina, é a nepomucenense adotiva que ora lança seu livro A PESQUISA E A TECNOLOGIA NA FORMAÇÃO DOCENTE (Ceprocamp, Campinas, 28-8-14, 19:00). Estaremos virtualmente ali presentes, entre os que aplaudirão entusiasticamente a autora, Aplauso não apenas à obra tão importante nestes momentos decisivos para o Brasil. Aplauso também à inteligência, à cultura e à simpatia dessa notável mulher.