JOSÉ GOMES VIEIRA NÃO SERÁ ESQUECIDO
João Amílcar Salgado
José Gomes
Vieira foi consultor de medicina mediúnica do Centro de Memória da Medicina de
Minas Gerais. Depois do falecimento de Chico Xavier ele era o último dos
primeiros verdadeiros seguidores dele. Era da sala e da cozinha do grande líder
espirita, desde os tempos em que este ainda não era celebridade. O Zé Gomes era
altissimamente qualificado em duas áreas. Foi dos melhores técnicos em
refrigeração em Minas e dominava integralmente cada parágrafo de qualquer livro
de Xavier. Sua memória de tais textos parecia uma espécie de psicografia transversal
de toda a colossal obra. Em qualquer debate dos historiadores da medicina, era
hábito que se pedisse ao Gomes que lembrasse um trecho do Chico que se aplicava
ao tema em pauta. Era hora de santa, prazerosa e consubstanciada contribuição desse
verdadeiro sacerdote do espiritualismo. No território propriamente da medicina
mediúnica, ele se opunha àqueles que praticavam curas cruentas. Dizia que nisso
estava sendo ortodoxo na defesa do aforisma de seu mestre Chico, segundo o qual
o espírito, sendo espírito, não necessita verter sangue em cirurgias
espirituais.
Em sua
penúltima internação, estava muito mal e na certeza de que não ia sobreviver,
invocou os espíritos de Chico Xavier e de Bezerra de Menezes. Logo os reconheceu
sorridentes ao pé de seu leito e havia um de óculos não identificado, na
penumbra, atrás dos dois. Os visitantes disseram-lhe que ele não ia dessa vez,
pois ainda tinha uma missão por cumprir. Acrescentei que o de óculos era eu,
pois, pela hora em que o fato se deu, eu estava na casa de minha prima Zulmira,
pedindo-lhe um serviço espiritual pela recuperação do Zé. Este era muito sagaz
e ficou eufórico: esse episódio indica que conseguimos fazê-lo espírita!
Respondi: não, nada disso, eu estava ali por amizade, é que, por um grande amigo
como você, topo perfórmances em qualquer plano.
NOTA: O Centro de Memória contou com
consultores em história das medicinas não convencionais: mediúnica,
afromineira, indígena e orientais.
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