BOMBA
DE HIROSHIMA E QUE MINAS TEM COM ISSO?
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FRANCISCO |
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OPPENHEIMER |
João Amílcar Salgado
Neste agosto de 2015 completam-se 70 anos de um dos
maiores crimes de guerra de todos os tempos, cometidos pelo presidente Truman
dos EUA. Trata-se do assassinato coletivo de quase 300 mil pessoas inocentes, somados
a número incalculável de sobreviventes lesados, inválidos ou que vieram a
morrer mediatamente. Truman ordenou o lançamento das duas primeiras e únicas
bombas atômicas, usadas em situação de guerra, sobre as cidades japonesas de
Hiroshima (6-8-1945) e Nagasaki (9-8). Após o morticínio, Truman, em vez de ser
submetido a julgamento pelo hediondo crime, foi glorificado e continuou impune
até sua morte - e não foi julgado até hoje.
Minas Gerais tem relação com isso porque veio para Belo
Horizonte o cientista Julius Robert Oppenheimer, diretor do PROJETO MANHATTAN,
criado pelo presidente estadunidense Franklin Delano Roosevelt, para
desenvolver a bomba atômica. O terrível
projeto se iniciou a partir de 9-10-1941, com a participação de Albert
Einstein, Enrico Fermi e outros. Roosevelt morreu subitamente em 12-4-1945 e
Truman assumiu a presidência.
Na hoje UFMG era professor Francisco Magalhães Gomes, que
propunha o desenvolvimento da bomba atômica brasileira. Seu apelido de Chico
Bomba Atômica, implica a tentativa, por parte de docentes e estudantes,
de interpretar como ridícula sua pretensão.
Todos os que assim pensavam ficaram de riso amarelo quando ele traz, em
1955, nada menos que Robert Oppenheimer para apoio a seu laboratório. O
professor Francisco, além disso, ajudou o papa a anistiar o ex-estudante de
medicina Galileu Galilei, em 2000, ocasião em que eu o trouxe para falar no
curso de História da Medicina. Se o professor Márcio Quintão não escreve afinal
sua biografia eu a teria escrito, pois ele vinha sendo um dos notáveis homens e
mulheres da UFMG ainda não biografados.
Percebe-se
certo silêncio medroso em torno da estada entre nós do extraordinário cientista
nuclear Oppenheimer, que, aliás, se apaixonou por nossa cachaça. Era uma época
em que ele era vigiado pelos macartistas, acusado de comunista. Entre suas
frases, a mais famosa é Tornei-me a morte, a destruidora de mundos,
adotada por ele da bíblia hindu Bhagavad-Gita. Outra frase, esta dele mesmo: O
gênio vê a resposta antes da pergunta.
E Nepomuceno tem curiosa relação com
o tema, pois um cidadão nepomucenense tem o nome de Franklin Delano Roosevelt
de Almeida Antunes, em homenagem ao presidente ianque, prestada pelo cantor e
técnico-eletricista Tarzan Almeida Antunes. Perguntei ao Tarzan, como
brincadeira, se ele tinha autorização do FBI para colocar esse nome no filho. Ele
respondeu que se meu pai me colocou o nome de Tarzan sem nenhuma permissão, achei que
nada de mal ia me acontecer...
O AUTOR É PROFESSOR TITULAR DE CLÍNICA MÉDICA DA UFMG E
CRIADOR DO CENTRO DE MEMÓRIA DA MEDICINA DE MG
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