UM BRITÂNICO NEGRO DE
10.000 ANOS ATRÁS
João Amílcar Salgado
Os supremacistas-brancos (aqueles da
tropa-de-choque de Trump, fantasiados com chapéu de chifre) são ignorantes,
como todos os demais racistas. Ignoram ou fingem ignorar fatos, por exemplo o
revelado em 2018, compreensivelmente pouco divulgado. Após análise de genoma, descobriu-se
que o ‘homem de Cheddar’ tinha pele “de escura a negra” Assim,
os primeiros britânicos eram negros, tinham cabelos crespos e olhos azuis. A
evidência surgiu da análise do DNA de um esqueleto de 10.000 anos e daí
reconstruíram seu semblante, com tecnologia apropriada. Trata-se do HOMEM DE
CHEDDAR, encontrado em 1903 na cidade de Cheddar, no sudoeste da Inglaterra. É
o mais antigo esqueleto humano completo descoberto nas ilhas britânicas, que
viveu no período mesolítico, ora estudado no University College de Londres. Por
sorte, foi obtido o material genético do osso de seu crânio. Assim a aparência
dos primeiros britânicos era a mesma dos povos africanos do paleolítico, dos
quais descendem todos os indivíduos humanos.
Era
um caçador-coletor, de 165 cm, baixo para os padrões atuais, pesava 63 quilos,
boa dentição e foi morto violentamente aos vinte e poucos anos. Seu povo chegou
às ilhas britânicas no final da última era do gelo, quando havia ali densas
florestas. Caçava cervos e coelhos e também pescava, além de comer frutos,
tubérculos e castanhas.
Revelações, como esta, desde o
anúncio, em 1987, da Eva mitocondrial africana, vêm causando o ódio e o
discurso de ódio dos supremacistas, sendo seu principal revide inventar fake
news sobre o DNA. O resultado é trágico, porque os brasileiros já poderiam
ter sido imunizados, sem protelação, com as vacinas Pfyzer e Moderna - obtidas
por método derivado do DNA. Quantas mortes teriam sido evitadas?