João Amílcar Salgado

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021


 

TODOS OS GARCIA-FRADES DEVEM CONHECER ESTES SEUS DOIS ILUSTRES PRIMOS: LUIZ VILELA E JOÃO BATISTA VILELA

João Amílcar Salgado

Graduei-me em filosofia na Ufmg e logo nas primeiras aulas, em 1962, observei um aluno da turma anterior, que alguém chamou de Luiz Vilela. De fato, parecia muito com os Vilelas da Vila. Perguntei de onde era e respondeu Ituiutaba. Passou o curso arredio (era ditadura) e logo já era famoso como escritor. Houve um lançamento de um livro seu e fui prestigiá-lo. Ele ainda tinha cabelo e a repórter chegou-se a mim: o senhor disse que no intervalo para o coquetel me daria uma entrevista, pode ser agora? Fiquei feliz por ser tomado por ele e, sorrindo, apontei o verdadeiro Luiz. Perguntei a ele se havia lido o livro da Denise Garcia. Respondeu que ouvira falar nesse livro e confessou que não se interessava muito por genealogia. Relatei isso ao historiador de Ituiutaba, também Luiz, o ex-deputado Luiz Alberto Franco Junqueira, primo do outro. Este me respondeu:  na casa do escritor quem se interessa muito por genealogia é sua mãe, Aurora. Telefonei para ela que falou tudo sobre os Vilelas e os Garcias e já tinha lido a Denise. A visita que prometi a essa mulher inteligentíssima e agradável foi sendo adiada e ela faleceu. Para os primos que quiserem ler o Luiz, sugiro começarem por uma das antologias, por exemplo, OS MELHORES CONTOS DE LUIZ VILELA (1988).

 Já o outro a ser conhecido é o João Batista Vilela. Fui designado para uma comissão da reitoria da Ufmg em 1973, e ali achei um professor da faculdade de direito que falava grosso e mole. Foi-me apresentado com o sobrenome Vilela. Perguntei de onde era e a resposta também foi Ituiutaba. Ele logo compôs um trio que fez a ligação da Ufmg com o que havia de melhor no meio jurídico alemão, todos com doutorado de lá. São eles: o João Batista (doutor em direito de família), o Antônio Álvares da Silva (doutor em direito do trabalho e o maior conhecedor de grego do Brasil) e o nepomucenense Joaquim Carlos Salgado (doutor em filosofia do direito). Os livros do João Batista chamam atenção não só pela aclamação nacional e internacional, mas pela temática peculiar: DO ANTROPOCENTRISMO AO BIOCENTRISMO: AS DORES DO PARTO DE UM NOVO DIREITO (1997), DESBIOLOGIZAÇÃO DA PATERNIDADE (1979), A PLACENTA E OS DIREITOS DA MULHER (2002), EM BUSCA DOS VALORES TRANSCULTURAIS DO DIREITO (2004).

Além dos citados, mais dois nomes nos ligam à cultura germânica: o reumatologista Paulo Madureira de Pádua (neto de lavrense) e o teólogo, pregador, pianista, cantor e também doutor Luiz Henrique Eloy e Silva (nepomucenense).  Assinalo que João Batista, Joaquim Carlos e Luiz Henrique são dos maiores oradores que já ouvi.

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