João Amílcar Salgado

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 


UM BRITÂNICO NEGRO DE 10.000 ANOS ATRÁS

João Amílcar Salgado

Os supremacistas-brancos (aqueles da tropa-de-choque de Trump, fantasiados com chapéu de chifre) são ignorantes, como todos os demais racistas. Ignoram ou fingem ignorar fatos, por exemplo o revelado em 2018, compreensivelmente pouco divulgado. Após análise de genoma, descobriu-se que o ‘homem de Cheddar’ tinha pele “de escura a negra” Assim, os primeiros britânicos eram negros, tinham cabelos crespos e olhos azuis. A evidência surgiu da análise do DNA de um esqueleto de 10.000 anos e daí reconstruíram seu semblante, com tecnologia apropriada. Trata-se do HOMEM DE CHEDDAR, encontrado em 1903 na cidade de Cheddar, no sudoeste da Inglaterra. É o mais antigo esqueleto humano completo descoberto nas ilhas britânicas, que viveu no período mesolítico, ora estudado no University College de Londres. Por sorte, foi obtido o material genético do osso de seu crânio. Assim a aparência dos primeiros britânicos era a mesma dos povos africanos do paleolítico, dos quais descendem todos os indivíduos humanos. Era um caçador-coletor, de 165 cm, baixo para os padrões atuais, pesava 63 quilos, boa dentição e foi morto violentamente aos vinte e poucos anos. Seu povo chegou às ilhas britânicas no final da última era do gelo, quando havia ali densas florestas. Caçava cervos e coelhos e também pescava, além de comer frutos, tubérculos e castanhas.

Revelações, como esta, desde o anúncio, em 1987, da Eva mitocondrial africana, vêm causando o ódio e o discurso de ódio dos supremacistas, sendo seu principal revide inventar fake news sobre o DNA. O resultado é trágico, porque os brasileiros já poderiam ter sido imunizados, sem protelação, com as vacinas Pfyzer e Moderna - obtidas por método derivado do DNA. Quantas mortes teriam sido evitadas?

 

 

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