João Amílcar Salgado

sábado, 28 de agosto de 2021

 

PAULO MAIA É UM AMIGO DE RARA CULTURA, QUE FAZ IMPORTANTE REGISTRO SOBRE PERSONAGENS HISTÓRICAS QUE CLAMAM POR SEREM MAIS CONHECIDAS


JOÃO AMÍLCAR SALGADO

“Em 24/9/1978, na penúltima semana de seu breve pontificado de 33 dias, Albino Luciani, o "Papa sorriso", tomou posse da Basílica de São João de Latrão, cátedra e diocese do bispo de Roma. Em seu discurso, lembrou que estavam se completando 30 anos da morte de Bernanos, e narrou um trecho do "Diálogo das Carmelitas", do escritor francês que viveu alguns anos de exílio em Barbacena, MG, fugindo do nazismo.

As dezesseis freiras carmelitas de Compiègne foram condenadas à morte em julho de1794, durante a revolução francesa, por "fanatismo religioso". Uma delas, camponesa simplória, perguntou ao juiz o que significava "fanatismo". " - Mulher tola - gritou o carniceiro revolucionário - fanatismo é esse agarramento idiota que vocês têm ao tal Jesus Cristo!". Exultante, a condenada se voltou para as outras: "Que alegria, irmãs! Vamos morrer pela fé que temos no nosso Senhor!". Na manhã seguinte, as monjas foram levadas da prisão da Conciergérie à guilhotina, numa carreta com grades, o mesmo tratamento já dispensado a Maria Antonieta, rainha de França e de Navarra, em outubro do ano anterior. Foram decapitadas uma a uma, e a madre superiora, a última, profetizou: "Tanta violência vai dar em nada. Só o amor pode tudo". De fato, os sedentos de sangue da revolução acabaram cortando as cabeças uns dos outros, "como Saturno a devorar seus filhos", e seu movimento resultou na ditadura militar de Napoleão Bonaparte e, afinal, na restauração da monarquia absoluta.

A casa onde Georges Bernanos morou em Barbacena é preservada como museu no atual bairro Vilela. Ali ele escreveu, em "Le Chemin de la Croix des Âmes" (O caminho da Cruz das Almas):  "Je n’ai jamais rien prédit, mais je veux aujourd’hui, comme d’habitude, dire tout haut ce que chacun pense tout bas". (Nunca predisse nada, mas hoje quero, como de hábito, dizer bem alto o que todos pensam baixo demais).”

 

 

 

 

terça-feira, 17 de agosto de 2021

 



OS FIASCOS GEOPOLÍTICOS DOS EUA

João Amílcar Salgado

Em 1979 o governo afegão aceitou que o exército soviético entrasse no país para conter os mujahidins, guerrilheiros fundamentalistas islâmicos, depois denominados talibãs. Em contraposição aos soviéticos, os ianques passaram a financiar os rebeldes em quantia calculada entre 2 e 20 bilhões de dólares. Em 1983 Ronald Reagan recebeu os guerrilheiros no Salão Oval da Casa Branca. Foram armados e treinados mais de cem mil insurgentes. A retirada soviética (1987-9) foi um dos antecedentes da queda do muro de Berlim, em 1989. Nesse vácuo, os extremistas impuseram implacável ditadura, brutalmente opressiva às mulheres. Isso, até que veio o ataque às torres gêmeas em 2001. G. W. Bush então determina a invasão do Afeganistão na caça aos autores do atentado e em dezembro anuncia a vitória sobre os antigos aliados. Duas décadas após, em 29/2/2020, Donald Trump ordena que Zalmay Khalilzad, seu diplomata de origem afegã, assine a reconciliação com Abdul Baradar, representante talibã. No ano seguinte, em 15/8/2021, os talibãs reassumem o poder em Cabul.

Observação no 1:

Trump, na reconciliação, teria perguntado a Baradar se o novo talibã seria democrático. Abdul teria garantido que o novo regime em nada seria diferente do regime saudita.

Observação no 2:

Em 1971, Mao apertou a mão de Nixon. Muitos consideram esse episódio como o início do agigantamento chinês. Se o gesto propiciou uma rasteira de Mao em Nixon, arquitetada por Xu Enlai, este fiasco geopolítico supera qualquer dos citados e qualquer outro na história ianque.

sábado, 14 de agosto de 2021

 



A LEGENDA DO CHAPÉU SUL-MINEIRO

João Amílcar Salgado

Três personalidades ligadas a Nepomuceno são legendárias no uso do chapéu: Francisco Negrão de Lima, João Salgado Filho e Santos Dumont. Por sinal, Chico e João foram amigos desde seu tempo de universitários. Influenciado por eles, sou adepto de chapéus. Com isso ganhei um prêmio extra.  Usando o chapéu, fui eleito, por um grupo de brincalhões de Ipanema, sósia de outro adepto: Tom Jobim. Demais, como historiador, tive a grande alegria de saber que o Sul de Minas inaugurou o chapéu europeu no Brasil.

            Desde os primórdios humanos, nossas cabeças receberam proteção contra o sol e contra o frio.  Por sua ligação com o cultivo do milho, nasceu no México o chapéu de palha. No Brasil,  Minas foi cedo o lugar natural do chapéu de palha, enquanto o Nordeste é o do chapéu de couro cru. Com a vinda da côrte imperial, todos aqueles que queriam parecer importantes copiavam a indumentária dos nobres e não havia fábrica de chapéu europeu aqui. O mineiro João Antônio de Lemos, o Barão do Rio Verde, inaugurou a industrialização de chapéus no Brasil, em 1825, em São Gonçalo do Sapucaí, com tecnologia francesa. Enviou seu filho Lúcio para, disfarçado de operário da melhor fábrica do mundo, em Paris, copiasse os procedimentos, sendo, portanto, pioneiro também na espionagem industrial.  Os herdeiros suspenderam a confecção no final do século 19. Nesta época ocorria a construção do Canal de Panamá. Desde 1904, intensifica-se a moda do chapéu de palha equatoriana, já elogiado em 1824, que então passa a ser denominado do Panamá. Sua elegância conquistou - desde aí até o presente - personalidades políticas, cientificas e artísticas mundiais, como Santos Dumont, Churchill e principalmente os astros do cinema. O chapéu passou assim a cobrir a cabeça de gente como Valentino, Humphrey Bogart e Clark Gable e músicos, como Carlos Gardel, Tom Jobim, Sinatra, Michael Jackson e Waldick Soriano, além de compor o traje da máfia e da malandragem carioca.

            O Barão foi colega de Antônio Gomide na Constituinte de 1823 e era amigo de José Bonifácio. Em sua consanguinidade, figuram a primeira-dama Sarah Kubitschek (prima dos Negrão de Lima), Amélia Lemos (esposa do líder nacionalista Gabriel Passos e irmã da Sarah), Nassim Calixto Silveira (renome mundial em glaucoma), o competente neurologista e professor Sérgio Lemos (meu ex-aluno), Madre Teresa Vilela (nome de hospital belorizontino), Randas Vilela Batista  (o cardiocirurgião da “Operação de Batista”), Gabriel Vilela (genial teatrólogo), a recente amiga Mayli Brasil de Andrade, bem como múltiplos Vilelas de Carmo do Rio Claro, Passos, Prata, Ituiutaba, Campo Belo, Boa Esperança, Lavras,  Nepomuceno - e vizinhança. O Barão foi assassinado em 1864, aos 76 anos, pelo médico seu parente Joaquim Gomes de Souza, casado com sua sobrinha Adelaide e acometido de quadro psicótico. Fiz o estudo desse rumoroso caso, sendo Joaquim condenado à morte, que passou a prisão perpétua e enfim à reclusão psiquiátrica. Estudei também a polêmica entre médicos e homeopatas, os primeiros acusados pelos segundos de causadores iatrogênicos da morte do mencionado Lúcio, filho do Barão, que acabava de chegar da Europa.  Nessas pesquisas fui apoiado pelos historiadores Roberto Macedo e Celeste Noviello e pelos colegas médicos e fraternais amigos Marcio Ibraim, Romeu Ibraim, Maurício Noviello, Nassim Calixto e Cláudio Almeida de Oliveira.

 

[APERITIVO PARA O LANÇAMENTO DA 2ª ED. DE “O RISO DOURADO DA VILA”, onde são citados,  referente a Passos, Tião e Garon Maia, José Amorelli, Selton e Danton Melo, João Mulato e Mário Palmério]

 

           

 

domingo, 8 de agosto de 2021

 

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O HIDROGENIO, GERADO POR ENERGIA SOLAR, É O COMBUSTÍVEL QUE ALIMENTA A PIRA OLÍMPICA DE TÓQUIO

João Amílcar Salgado


A pira da Olimpíada de Tóquio, de 3,5m de altura, acesa na cerimônia de abertura em 23/7/21, foi criada, em design minimalista, pelo cenógrafo Mansai Nomura, com base no conceito de que “todos se reúnem sob o Sol e todos são iguais, ao receber sua energia”. O hidrogênio usado como combustível foi produzido em Fukushima, atingida por terremoto em 2011, e a eletrólise da água que resulta nesse hidrogênio é feita por energia solar. 

 

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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

 



CINEMATECA: INCENDIAR É A NORMA

João Amílcar Salgado

            Em 17/12/1961 o Gran Circo foi incendiado em Niteroi, por um funcionário demitido. Em 21/4/1997 o  índio Galdino foi incendiado em Brasília por filhinhos-do-papai.  Em 15/5/2010, o Instituto Butantan, obra do sul-mineiro Vital Brazil, foi incendiado por desleixo. Em 27/1/2013 a Boite Kiss foi incendiada por irresponsáveis, resultando em 242 pessoas mortas. Em 21/12/2015, o Museu da Língua Portuguesa foi incendiado por incúria. Em 2/9/2018, o Museu Nacional foi incendiado por descaso. Em 23/9/2020, quatro fazendeiros de Poconé incendiaram o Pantanal, sendo que, antes de atear fogo, providenciaram a retirada de todo o gado - e nenhum dos incendiários foi preso. Em 29/7/2021, a Cinemateca Brasileira foi incendiada por irresponsabilidade governamental. Outros incêndios foram nas seguintes edificações: Andraus em 24/2/1972, Joelma em 1/2/1974, Ultracargo 2/4/2015 e “Prédio Invadido” em 1/5/2018. Nas últimas décadas, a Amazônia sofre incêndios e desmatamentos cada vez maiores, por interesse de grileiros, garimpeiros e madeireiros – estando todos esses criminosos escancaradamente impunes.

domingo, 1 de agosto de 2021

 LUCIANA  VILELA PROCÓPIO

João Amílcar Salgado


LUCIANA PROCÓPIO VILELA comanda a tradicional Drogaria Universal do bairro Floresta e recebeu a homenagem a seu pai.  O Conselho Regional de Farmácia, comemora este ano 60 anos de existência. Em solenidade especial, prestou homenagem a farmacêuticos e empresas com 60 anos de inscrição. Foram seis farmácias, dentre elas a FARMÁCIA UNIVERSAL. É com muito orgulho que faço parte desta grande história. Gratidão por todos colaboradores e em especial meu pai, SPENCER PROCÓPIO ALVARENGA , que trabalhou 70 anos conosco.  Junia Célia Medeiros , presidente do CRF destacou " Poderíamos celebrar a data de várias outras maneiras, mas preferimos homenagear aqueles que tem o mesmo tempo ou mais de trajetória que o conselho. E ninguém melhor do que nossos colegas que estão sendo homenageados para representar os mais de 27 mil farmacêuticos mineiros." O presidente do CFF, Walter Jorge João, frisou " parabéns por suas trajetórias de dedicação à profissão. Vocês têm juventude acumulada " Luciana é ligada a três clãs de farmacêuticos mineiros: de seu pai Spencer, de seu avô Clyde Alves Vilela e de seu tio-avô João Salgado Filho.