O VERDADEIRO MAPA DO MUNDO
jOÃO AMÍLCAR SALGADO
A primeira rainha Elisabete ou Isabel
(1533-1603) ficou indignada quando lhe mostraram o ridículo tamanho da
Inglaterra no mapa da Europa e mais indignada ficou com a insignificância da
ilha no mapa do mundo. Ordenou que corrigissem aquilo nas dimensões que indicou,
alegando que sua vontade devia prevalecer sobre a ciência. Parece que ela, com essa
irritação e apoiada em seus piratas oficiosos, iniciou outra maneira de mudar
qualquer mapa. Forjou o domínio quase total do mundo, por meio do poderio
militar do Império Britânico. Essa conquista foi feita em detrimento da origem
espanhola da rainha. Já seus primos lusos e seus longínquos parentes
brasileiros seriam atingidos 200 anos depois, no começo da revolução industrial.
Esta não seria viável sem o ouro de Minas e sem a alimentação popular pela
batata sul-americana. E tiveram o cinismo de nos obrigar a chamar esta nossa
batata de batata inglesa.
Esses dados estão em meu estudo sobre
o tema do umbigo do mundo. Gente inteligente de todos os lugares,
inclusive desse mesmo império, sempre desconfiou que os mapas, desde que foram
amplamente divulgados pelo desenvolvimento da imprensa, eram elaborados também
ao largo da ciência, com base em tendenciosa cartografia eurocêntrica. Um
desses críticos foi o religioso escocês James Gall, já em 1885. Foi ignorado -
e só em 1973 o notável alemão Arno Peters conseguiu maior repercussão (mas nem
tanto) com seu mapa mundial verdadeiro.
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