João Amílcar Salgado

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 


MANIFESTO CONTRA O SAQUE AO ACERVO ARTÍSTICO E HISTÓRICO DE MINAS GERAIS

 

Os participantes do Congresso Mineiro de História da Medicina, realizado em Barbacena, de 14 a 16 de agosto de 2004, bem como historiadores e estudantes do Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais, por sua maioria, aprovam o seguinte manifesto sobre o contínuo saque ao acervo artístico e histórico do Estado de Minas Gerais.

Minas Gerais foi e continua sendo origem de invejável conjunto de bens artísticos e históricos, dignos do maior zelo por parte não só dos mineiros, mas dos brasileiros em geral. Desgraçadamente, desde o esboço deste crescente tesouro, a cultura mineira vem sendo vítima de contínuo saque, que já se estende por três séculos.  A triste crônica de tal agressão não deixa dúvida de que a ostensiva impunidade quer dos saqueadores, quer dos cúmplices locais, é responsável por sua perpetração contínua e crescente. Autoridades maiores a quem deveria caber o mais desvelado cuidado vêm demonstrando tal e tão cínica omissão ao longo do tempo que lhes cabe clara parcela de cumplicidade. Tamanha vilania clama por medidas objetivas e eficazes e, por meio deste manifesto, estamos desafiando os órgãos governamentais, as instituições não-governamentais e a sociedade em geral a que dêem às futuras gerações uma resposta condigna. E que esta esteja à altura do incomensurável patrimônio atingido, que soma à insubstituível porção já dilapidada, a valiosíssima fração que resta em flagrante perigo.

            As tímidas medidas, esboçadas de tempos em tempos, estão eivadas de evidências de que a complacência para com os criminosos prosseguirá.  Tratá-los como meros contraventores, em vez de autores de gravíssimo crime, é o pior sinal. Chamar eufemisticamente o traficante de marchand e o receptador de colecionador é a contraprova da cumplicidade oficial. Reduzir o conjunto desejável de medidas enérgicas à conscientização das pessoas é flagrante ingenuidade, principalmente agora quando medidas eficazes em favor do turismo cultural e ecológico estão em andamento. Apoiamos plenamente tanto o turismo como tudo que vise à consciência coletiva  do valor de nossos bens históricos, artísticos e paisagísticos.  Mas isso não dispensa e, ao contrário, exige a vigilância cada vez mais sofisticada dos mesmos, pois sua exposição estará multiplicada tanto quanto a cobiça sobre eles, com o inevitável uso de métodos criminosos peculiares ao crime organizado.  Os saqueadores são imunes à conscientização e só são contidos pela certeza de que a impunidade será substituída por punições severas e incontornáveis.

Em relação às obras de Aleijadinho ou de artistas de mesmo nível, a lei já deveria ter proibido a comercialização, com seu imediato recolhimento aos museus públicos mineiros.  O catálogo com minuciosa descrição de cada uma, mesmo das de autenticidade duvidosa, deveria ser de elaboração oficial, estar na internet e sem o anonimato dos atuais depositários.  Assim como a televisão e a demais imprensa divulga telefones para devolução voluntária de peças desviadas, os atuais depositários deveriam receber prazo para a entrega ao governo de seus aleijadinhos e congêneres. Os profetas de Congonhas já deveriam ter sido resguardados contra qualquer deterioração e isso já deveria ter sido realizado desde quando foram feitos os moldes ora recolhidos à UFMG.

            Trair os interesses da cultura mineira com medidas de marketing, que encubram providências firmes e efetivas, é crime tão grave quanto aquele que fingem combater.  Até aqui, tecnocratas da cultura, historiadores, mestrandos, doutorandos e consulentes em geral não sofrem qualquer controle e foi inevitável que começassem a aparecer nos noticiários como membros de quadrilhas capazes não só de saquear bens, mas de sua danificação irreversível. O esbulho de bens culturais é terrivelmente semelhante à devastação de nossas florestas, ou seja, encontram-se submetidos à mais cruel e sórdida das tolerâncias.

Solicitamos aos Senhores Presidente da República, Governador do Estado de Minas Gerais, Ministro da Cultura e Secretário de Estado da Cultura que se manifestem oficialmente diante de cada questão acima mencionada

 

 

 

O ESCANDALO DA COLEÇÃO DE ARTE


João Amílcar Salgado

O escândalo da coleção de arte do romeno Jean Boghici é a oportunidade para se discutir a questão dos mercadores de obras artísticas. Boghici, de morador de rua, chegou a milionário nesse negócio. Aproveitou muito bem sua incrível capacidade para se aproximar de intelectuais em evidência, usufruindo de seu prestígio. Sua valiosíssima coleção foi mal armazenada e com isso artistas de enorme importância tiveram suas obras destruídas, perdidas ou alienadas a estrangeiros. Diante disso, repetimos aqui um protesto que jamais causou qualquer incomodo aos criminosos da arte, muito semelhantes aos criminosos ambientais, quase sempre acumpliciados a burocratas igualmente vis. O padre Simões de Ouro Preto (cônego José Feliciano da Costa Simões, pároco do Pilar), meu amigo, deve ser consagrado como o maior inimigo desses vendilhões. Chegou a ser preso em S. Paulo, quando se aproximava de um figurão receptador. Importantes autoridades em autenticação artística, como o notável Márcio Jardim e a brilhante Miriam Ribeiro de Oliveira, sofreram em suas garras.

[Na postagem seguinte, leiam nosso protesto]

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

 


ABREUS 3

João Amílcar Salgado

Em O RISO DOURADO DA VILA escrevo que um dos maiores amigos de meu pai era o Sebastião de Abreu. Depois da morte paterna, quando eu chegava de BH, se apressava em conversar comigo, dizendo: Cê parece tanto com seu pai que quero matar a saudade que tenho dêle. Seu filho foi para SP e lá foi procurado pelo genealogista José de Abreu e daí a família me presenteou com o livro deste, MIL ANOS DE HISTORIA  - FAMILIA ABREU, de 2002. Mais um Abreu que incluo no texto é o pitoresco sósia do Jose Maria Alkmim, o Manuel de Abreu (Nelico), outro grande amigo (ver o texto sobre os 4 Manueis de Abreu que publiquei no facebook).

Quando fui biografar o Conego Menezes deduzi que ele chegou de Campo Belo a Nepomuceno já muito rico. Ele adquiriu as propriedades dos Abreus, ao longo da antiga estrada da Vila a Lavras. Construiu sua casa perto da cidade e perto do quilombo da Quizumba, do qual lhe nasceu Mariana Januária de Jesus, que criou com desvelo. Suas terras cobriam dali, passando pela Boa Vista, até além do Queixada. Dos Abreus desta área restaram, em parte das glebas, os Penha de Souza, também chamados Firmianos. E ligados a Mariana Januária, incluem-se os Brasileiro de Castro.

               Fora de Minas estudo os Abreus do Nordeste, principalmente José Inácio Abreu-e-Lima, o comparsa de Simon Bolivar (também Lima como eu), e  Capistrano de Abreu, polêmico como muitos Abreus. Este último é mais um João de Abreu.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

 


ABREUS 2

João Amílcar de Abreu Salgado

EM POSTAGEM ANTERIOR ESCREVI:

MEU BISAVÔ ERA JOÃO DE ABREU, MEU AVÔ JOÃO DE ABREU, MEU PAI JOÃO DE ABREU, SOU JOÃO DE ABREU, MEU FILHO É JOÃO DE ABREU, MEU NETO É JOÃO DE ABREU. QUASE TODOS  POETAS OU ARTISTAS. E NA ILHA DA MADEIRA HÁ UM JOÃO DE ABREU POETA, QUE DISSE:

“JUNTA COMO LETRAS

AS FLORES QUE TE MANDEI

ELAS SÃO O POEMA

DE TUA LIBERDADE”

  • DO PAULO ROBERTO DA SILVA: Meu avô materno é Anisio Alves de Abreu, do ramo Gaspar de Abreu. Minha vó paterna , Amanda Custodia de Abreu, de outro ramo, radicado em Ribeirão Vermelho. Ela se casou com Jose Pereira da Silva, o herdeiro de menor idade, que junto com a mãe, viuva, Ana Custodia do Nascimento, venderam, em 1876, à EFOM, a fazenda do Engenho onde se construiu o Complexo Ferroviário de Ribeirão Vermelho e ainda a sede da prefeitura e a igreja matriz da cidade. Os Abreus do ramo materno viveram nas Tres Barras e na região das fazendas Criminoso e Boa Vista às margens direita do rio do Cervo, divisa com o municipio da Vila de Nepomuceno

DO JOÃO AMÍLCAR: QUE REVELAÇÃO MARAVILHOSA, SOMOS PARENTES PELO SALES E PELO ABREU. EM "O RISO DOURADO" FALO NOS ABREUS E LEMBRO QUE A SINHÁ BRABA, A D JOAQUINA DO POMPEU, NÃO ERA CAMPOS MAS ABREU. SEU BRABA VEM DAÍ!

Do PAULO ROBERTO:  Notei muita semelhança entre meu avô e a foto do Sr. Joao Carlos Abreu que voce postou.

DO JOÃO AMÍLCAR: Quando seu primo João Batista Abreu (outro João de Abreu da região) foi ministro, nossos familiares notaram a semelhança dele, na aparência e nos modos, com meu irmão Antônio Lívio de Abreu Salgado. Também em Brasília, a senadora Kátia Abreu parece ter origem nos Abreus de Três Pontas. Como historiador da medicina, estudo Brás Luís de Abreu, o médico que acompanhou o notável governador Antônio Albuquerque a Minas. Esta circunstância pode ter trazido os Abreus para Minas Gerais e vizinhança. Nesse estudo verifiquei que o grande escritor e ex-estudante de medicina, Camilo Castelo Branco é Abreu, talvez parente do Brás, do poeta Casimiro de Abreu e do músico José Maria de Abreu. Numa palestra, falei que alguém identificou o Paulo Nogueira Batista como o único economista que parecia HUMANO e acrescentei que meu parente João Batista Abreu era QUASE HUMANO.

OBS.: SUPONHO QUE, QUANDO SE CONSTITUIU A PRIMEIRA CÂMARA DE LAVRAS, SEUS MEMBROS ERAM SEMI-ALFABETIZADOS (ASSINAVAM E ATÉ LIAM), MAS NÃO ERAM LETRADOS (CAPACIDADE PARA REDIGIR). A TRADIÇÃO LETRADA DOS ABREUS FEZ INCLUIR, ENTRE AQUELES EDIS, DOMINGOS DE ABREU SALGADO, PATRIARCA DE ESCRITORES,  POETAS E HISTORIADORES. MEU PAI, EM MINAS, E ROBERTO ABREU SODRÉ, EM SÃO PAULO, PARTICIPARAM DA FUNDAÇÃO DA UDN, EM SUA PROPOSTA ORIGINAL.

 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

 


ABREUS

João Amílcar de Abreu Salgado

MEU BISAVÔ ERA JOÃO DE ABREU, MEU AVÔ JOÃO DE ABREU, MEU PAI JOÃO DE ABREU, SOU JOÃO DE ABREU, MEU FILHO É JOÃO DE ABREU, MEU NETO É JOÃO DE ABREU. QUASE TODOS  POETAS OU ARTISTAS. E NA ILHA DA MADEIRA HÁ UM JOÃO DE ABREU POETA, QUE DISSE:

“JUNTA COMO LETRAS

AS FLORES QUE TE MANDEI

ELAS SÃO O POEMA

DE TUA LIBERDADE”

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 


Hidrogênio verde: como o Brasil pode se tornar polo de produção do 'combustível do futuro'

O produto é sustentável e pode ser obtido a partir da água residual da indústria da cana e da quebra das moléculas de etanol. Tecnologia estará em debate na Fenasucro, feira internacional de bioenergia no interior de São Paulo. Por Igor Savenhago,  Ribeirão Preto e Franca,  08/08/2022

     Trata-se da produção de hidrogênio verde em associação com uso de energia eólica e solar.  Considerado o "combustível do futuro", o hidrogênio verde ainda dá seus primeiros passos no Brasil, mas diferentes iniciativas podem colocar o país na rota mundial de produção da substância, vista como uma das principais alternativas para redução do uso de fontes não renováveis com carbono, o principal vilão do efeito estufa e do aquecimento global. O tema estará em debate na Fenasucro, considerada a maior feira de bioenergia do planeta, que será realizada no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP), de 16 a 19 de agosto, 2020. "O termo ‘verde’ significa que o hidrogênio é produzido por fontes renováveis, de zero emissão ou de baixo carbono”, explica Renato Vitalino Gonçalves, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e coordenador de projetos no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases do Efeito Estufa (RGCI).

 

 


FOTO RARA DO JÚLIO, DO TIÃO, DA CÉLIA E DA BILIA

João Amílcar Salgado

Esta foto é importante para mim porque traz dois de meus colegas de ginásio e duas amigas de infância e juventude, todos os quatro muito queridos. O JÚLIO PENHA foi meu colega e logo na primeira série se revelou excepcionalmente disciplinado, muito bom em nosso idioma e orador a qualquer pretexto. Seu dote é cultivado por irmãos e filhos e, em especial, pelo Julinho, nosso fraterno amigo. A oratória do Neca e de toda a família é característica de Penhas e Penas (famílias de mesma origem em Portugal). O SEBASTIÃO CARVALHO foi, ao lado da Julinha Miguel, do Gusa Felicori, do Alberto Vilela e do Aroldo Peixoto, meu comparsa de gargalhadas por 4 anos nessa turma, talvez a mais hilariante de todas. O inegável carisma do Tião e sua franca simpatia o poderiam ter levado à carreira política fora da Vila, não fosse sua modéstia incomensurável. A CÉLIA BOTELHO foi assessora decisiva dos melhores de nossos prefeitos, por longos anos. Dona de incomum inteligência, se fez inevitável autora de um capítulo de meu livro “NEPOMUCENO – SÍNTESE HISTÓRICA”. Já a BILIA representa a transformação radical da meninota valente na obstinada líder, última esperança dos mais humildes e de qualquer necessitado. Incansável para todo tipo de socorro, seu tirocínio político ficou famoso entre parlamentares da capital. Restou inesquecível para mim sua alegria em dizer que seu filho Raul é o maior amigo de meu filho Carlos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

 


FOGOS PROIBIDOS

João Amílcar Salgado

Osvaldo Lopes, Irlan Melo, Wesley Moreira e Miltinho de Freitas, vereadores de BH propõem eliminar barulho de fogos comemorativos. Conseguiram aprovação em 1/8/22. Proponho que aprovem também eliminar o ensurdecedor barulho por aceleração proposital de motocicleta, causador de danos análogos. Sugiro que proibição do ruído de motos barulhentas deva estender-se ao Estado e ao País.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

 



FIASCO CORPORATIVO

João Amílcar Salgado

Vergonhoso fiasco vem sendo consumado pelas corporações da medicina brasileira. Seja pelo ensurdecedor silencio, seja pelo sutil balbucio diante de fatos horripilantes, ligados à saúde e à política. Seja também por atitudes delituosas, incompatíveis com a natureza de cada instituição, inclusive as associações de especialistas. Não é difícil enumerar esse assustador somatório: negacionismo à ciência, negacionismo à vacina, cumplicidade na indicação de medicação errônea, cumplicidade ou omissão para com as atitudes criminosas de autoridades de saúde e de educação, dolorosa indiferença diante dos colapsos da disponibilidade farmacêutica, da atenção pediátrica e da atenção psiquiátrica e diante da fome epidêmica, cumplicidade com a publicidade criminosa e, pior que tudo, nefanda impunidade generalizada.

Exemplifico com o seguinte escândalo. Daiana Chaves Cavalcanti, de 36 anos estava internada, desde junho de 2020, no hospital particular Santa Branca, em Duque de Caxias, RJ, onde o cirurgião plástico Bolivar Guerrero Silva lhe fez cirurgia mal-sucedida. Ela alegou “cárcere privado”, impedida de procurar ajuda. O médico foi preso e havia sido preso em 2010, por uso de substâncias não autorizadas. Demais foi denunciado por mais oito pacientes. O Conselho Regional de Medicina do Rio o puniu apenas com a suspensão do exercício da profissão por 30 dias, além de informar ter contra ele apenas um processo em andamento e apenas uma sindicância. Sem dúvida, tais desvios disseminados e de todos os lados são acontecimentos medonhos e exponencialmente gravíssimos, ainda mais se persistentes ou repetitivos. Sou estudioso da efetivação de tais conselhos por Juscelino Kubitschek e Clóvis Salgado, notáveis médicos mineiros, quando eram dirigentes do país. Fico imaginando o desalento que sentiriam se vivos fossem.

Para cúmulo dos cúmulos, agora, em 27/7/22, assistimos estupefatos à desmoralização e à decadência corporativa, em seu auge: “médicos” “reunidos” no Conselho Federal de Medicina, para ouvir um candidato à presidência, o aplaudiram de pé, quando defendeu o uso de remédios ineficazes para a covide e duvidou da eficácia da vacinação