João Amílcar Salgado

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

 


GABRIEL CHEIB FAZ SUCESSO NO COLÉGIO E NO YOUTUBE

João Amílcar Salgado



Durante o evento do Projeto Memória do 6º ano fundamental do Colégio Santo Agostinho, em BH, neste sábado, 26/11/22, meu queridíssimo sobrinho-neto Gabriel Salgado Cheib deu um show. Ele exibiu seu impressionante talento para o canto. Convido meus amigos para acompanharem sua atividade artística pelo youtube.

https://youtu.be/zcIAItTId5w

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

 


A COP27 TEM A OBRIGAÇÃO DE SER COERENTE COM A GLÓRIA EGÍPCIA

João Amílcar Salgado

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, de 6 a 18/11/22. Por transcorrer em lugar tão glorioso para a civilização humana, ela se obriga a ter os melhores resultados de todas as COPs. O contraditório tratamento dado pelo 1º  Mundo seja às façanhas faraônicas, seja à África em geral, está sendo posto à prova nesta Conferência.

Recentemente, no Cairo, em 3-4-2021, houve o desfile de 22 múmias de 18 faraós e 4 “faraoas”, transferidas do antigo Museu Egípcio para a inauguração do novo Museu Nacional da Civilização Egípcia. Isso se dá logo depois da descoberta de uma espécie de Pompeia egípcia, enterrada sob a areia, com incalculável riqueza de objetos notavelmente preservados. A cidade é do reinado de Amenotepe 3º (cerca de 1370 aC), estendendo-se a Tutancâmon e Aí, e foi escavada  no final de 2020, entre os templos de Ramsés 3º e Amenófis 3º. Dista cerca de 500 km ao sul do Cairo. Ambos os acontecimentos me oferecem a oportunidade para relembrar algo que publiquei há 20 anos, sobre a medicina faraônica.

Na época, obtive grande sucesso com textos divulgados pelo periódico do Conselho Federal de Medicina. O conselho estadual paulista então me convidou para escrever algo apropriado para a edição de natal de 2002 de seu periódico. Pedi que sugerissem o tema e me encomendaram uma síntese da medicina faraônica. Achei que ficou um belo resumo, bastante substancial, com requintada ilustração. Recebi elogios de toda parte. Aconteceu, entretanto, que um médico lhes enviou um protesto, em defesa de sua fé, contra o trecho final. Ali declaro que o episódio bíblico no qual Isaque escapa da morte é uma transposição de escape similar de Obaluaê, na mitologia africana. Como uma das escravas de Abrão era africana sugiro ser esta a circunstância da transposição religiosa. O periódico disse que, entre tantos aplausos, houve apenas essa objeção. Pediu que eu respondesse e me limitei a sugerir que publicasse o protesto, deixando o julgamento por conta dos leitores. 

A íntegra do texto faraônico está em http: amircasal.blogspot.com.br.

 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

 


NOSSO SARGADINHO MORRE NOVAMENTE

João Amílcar Salgado

Em 2004, em seu programa de domingo pela manhã, o Rolando Boldrin começa com meu livro O RISO DORADO DA VILA na mão.  E diz:  um médico de Minas escreveu este livro de causos e diz que nele eu estou homenageado; agradeço muito e o livro vai ser guardado com carinho na minha estante. Hoje, 9/11/22, morreu o querido Rolando, meu colega no nobre ofício, que é a doce tarefa de fazer o povo rir. Ele divulgou meu texto nacionalmente. Na dedicatória que lhe fiz, digo que ele contava causo igualzinho ao nepomucenense Sargadinho, além de serem fisicamente muito parecidos.

O Sargadinho (Joaquim Teófilo Salgado) era assim chamado, no diminutivo, para não ser confundido com o Sargado (João Salgado Filho), também contador de causos, e dono da farmácia, onde o primeiro chegava diariamente, para sentar-se em sua cadeira de vime preferida, e passar horas às gargalhadas com os demais frequentadores. Quando vi o Boldrin pela primeira vez, não acreditei: era o próprio Sargadinho que estava ali contando causos muito parecidos com os que eu ouvia desde menino. O Joaquim morreu, mas sobreviveu transfigurado no magistral Rolando - e agora morre novamente. 

Só que o nepomucenense não era músico e o artista era - e dos bão. Sua principal canção é uma maravilha musical: VIDE VIDA MARVADA, que redobrou minha admiração por ele. Nos EUA, a pedido de um importante maestro, fiz, de improviso, uma lista de dez de nossas maravilhas musicais e nela estão: Cantilena, Trenzinho Caipira, Tico-Tico no Fubá, Águas de Março, Se todos Fossem Iguais a Você, Vide Vida Marvada, Saudade da Minha Terra, Feira de Mangaio, Assum Preto e Tocando Em Frente. 

Boldrin é paulisteiro, apelido dos originários da divisa entre o sul de Minas e São Paulo, tal como, entre outros, os artistas Jair Rodrigues, Zequinha de Abreu, Carlos Barbosa Lima e Portinari. Nosso Sargadinho, em vez de canções, produziu nepomucenenses ilustres: as lindas Julita e Neomisa, Fernandinho, Tenir e Joaquim Carlos Salgado, sendo este sumidade em Filosofia do Direito.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

 



FEMINICÍDIO EM 1437

            Em texto anterior falei de Linus Pauling e do caso de Coqueiral. Aproveito para relatar um feminicídio ocorrido há quase 600 anos, em março de 1437. Tal escândalo faz parte da história de um dos ramos de minha família. João Gonçalves Gomide, de volta de expedição real, soube da traição da esposa. Teve um acesso de fúria e assassinou Leonor Vaz de Albuquerque, bisneta do rei D. Diniz, com quem era casado, sendo genitores dos órfãos Isabel, Gonçalo, Lopo e Tereza. Isabel é mãe de Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia e temido entre os chineses como “Leão dos Mares”. O marido feminicida foi degolado em praça pública, em Évora, e os filhos foram proibidos de assinar o sobrenome Gomide, substituído pelo Albuquerque materno. Quem viajar a Lisboa deve visitar a mansão da família Gomide-Albuquerque, hoje museu Saramago.

            Pedro Álvares Cabral pertence ao tronco Gomide e pode ter sido comandante por influência de Afonso. Conforme Marcos Figueiredo, teve seu Álvares abreviado para Alves, subsistente nos Alves Vilela, Alves Carrilho, Alves Figueiredo, Alves Taveira, Alves Garcia, Alves Coutinho e outros, no Sul de Minas. Camões faria Afonso herói de Os Lusíadas, mas o substituiu por Vasco da Gama, por causa do episódio na família. Há quem indique ser a palavra Gomide derivada de Goldschmidt ou Goldsmith (ourives), neste caso pertencente à macro-linhagem Ferreira-Mendo-Meir.

            Em Nepomuceno, são Gomide os descendentes do casal Joaquim Alves Vilela e Amélia Ribeiro de Oliveira Costa (Correa Lima pela mãe).  Joaquim (Major Quinca) é filho (único do lado Vilela e meio irmão dos do lado Cardoso) de Laura Gomide. Assim, os Gomide da Vila são os Cardoso Vilela, Vilela Teixeira, Vilela Correa, Vilela Salgado  e parte dos Vilela Lima.

Em 20/9/2000 o jornalista Antônio Pimenta Neves assassinou a também jornalista Sandra Gomide - feminicídio clamorosamente impune e o segundo célebre, em séculos, na família Gomide.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

 


LINUS PAULING – SOU FÃ DELE DESDE VESTIBULANDO

João Amílcar Salgado

Citei o Pauling a propósito de meu conceito de muletas sucessivas em educação. Quero complementar com os demais dados de minha admiração por ele, por sinal ligada ao mundo farmacêutico. Para começar, ele e eu somos filhos de farmacêuticos. Fiz um estudo de importantes clínicos, cirurgiões e cientistas filhos de farmacêuticos ou que foram ex-aprendizes de farmácia. Muito do que aconteceu ao Pauling atribuo a isso. Por outro lado, fui aluno de química do farmacêutico Elias Murad, que, como eu, foi aluno dos maristas em Varginha e se formou médico na UFMG, no final de meu primeiro ano ali. Enquanto foi meu professor no Colégio Estadual e sextanista de medicina, morou na célebre República Nepomuceno da rua Tomé de Souza. Quando publicou seu livro didático de química, deduzi que ele nos trouxe a experiencia de Pauling como docente pré-universitário nos EUA. A partir daí acompanhei as façanhas do genial cientista ianque. Quando soube que Robert Oppenheimer veio parar em Belo Horizonte e verifiquei que ele trabalhou com Pauling, fiquei maravilhado. Ambos se tornaram pacifistas, mas se distanciaram, porque este desconfiou que o colega se apaixonara por sua esposa, Ava Helen. E não é que fato semelhante tinha acontecido aqui em Coqueiral, quando um compadre se apaixonou pela mulher do outro, mas neste caso foi morto. E coincidentemente este último era farmacêutico. Uma de minhas maiores alegrias ocorreu em 1962, quando Pauling recebeu um segundo prêmio Nobel. Recebeu antes o de química, em 1954 (exatamente em meu ano de vestibulando), e o segundo foi da paz. Ele teve um final de vida infeliz, pois uma indústria farmacêutica explorou sua perturbação senil, para fazer dele mero balconista de vitamina C.

 [Ver meus textos sobre filhos de farmacêuticos e sobre Oppenheimer em Minas.]