LINUS
PAULING – SOU FÃ DELE DESDE VESTIBULANDO
João Amílcar Salgado
Citei
o Pauling a propósito de meu conceito de muletas sucessivas em educação. Quero
complementar com os demais dados de minha admiração por ele, por sinal ligada
ao mundo farmacêutico. Para começar, ele e eu somos filhos de farmacêuticos.
Fiz um estudo de importantes clínicos, cirurgiões e cientistas filhos de
farmacêuticos ou que foram ex-aprendizes de farmácia. Muito do que aconteceu ao
Pauling atribuo a isso. Por outro lado, fui aluno de química do farmacêutico
Elias Murad, que, como eu, foi aluno dos maristas em Varginha e se formou médico
na UFMG, no final de meu primeiro ano ali. Enquanto foi meu professor no Colégio
Estadual e sextanista de medicina, morou na célebre República Nepomuceno da rua
Tomé de Souza. Quando publicou seu livro didático de química, deduzi que ele nos
trouxe a experiencia de Pauling como docente pré-universitário nos EUA. A
partir daí acompanhei as façanhas do genial cientista ianque. Quando soube que Robert
Oppenheimer veio parar em Belo Horizonte e verifiquei que ele trabalhou com
Pauling, fiquei maravilhado. Ambos se tornaram pacifistas, mas se distanciaram,
porque este desconfiou que o colega se apaixonara por sua esposa, Ava Helen. E
não é que fato semelhante tinha acontecido aqui em Coqueiral, quando um
compadre se apaixonou pela mulher do outro, mas neste caso foi morto. E
coincidentemente este último era farmacêutico. Uma de minhas maiores alegrias
ocorreu em 1962, quando Pauling recebeu um segundo prêmio Nobel. Recebeu antes
o de química, em 1954 (exatamente em meu ano de vestibulando), e o
segundo foi da paz. Ele teve um final de vida infeliz, pois uma
indústria farmacêutica explorou sua perturbação senil, para fazer dele mero
balconista de vitamina C.
[Ver meus textos sobre filhos de farmacêuticos
e sobre Oppenheimer em Minas.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário