O PESSOAL DA PONTE (do TITO)
João Amílcar Salgado
Estávamos na fazenda da Lavrinha de meu tio Luiz
Lourençoni. Minhas tias Rute, Bebete e Iracema alfabetizavam a redondeza. Os
jovens filhos do Tito Meneiz também tinham aula ali. A Mariquita era amiga
inseparável de minha irmã Maria. Vão chegando o Doca e o Helvécio e apontam os
olhos desta, dizendo “gente, essa menina é muito bonita, com esse olho de
gato”. A Mariquita corrige: “olho de gato, não – olho de gata”. A tia Rute era
a maior amiga da Luzia da Ponte, o Deoclécio namorava nossa prima Carlota e eu
era vidrado nas tranças da Maria Ângela, futura colega de aula no ginásio. Mais
tarde, eu lembrava esta cena para a dona Alda, procurando acalmá-la pois já estava
sendo levada pela Aparecida até a sala de cirurgia. O dr. Arnaldo ia
retirar-lhe a vesícula, auxiliado pelo dr Rubem, sendo anestesistas o dr Décio
e eu. A morte tão inesperada da
Mariquita fez a cidade inteira chorar. Minha irmã inconsolável chegou com um
ramo do jardim da amiga e disse: “não quero nem olhar para isso” e o jogou
perto do muro. Dias depois o ramo surpreendentemente brotou e ficou sendo a
flor eternizada da Mariquita (Maria Isabel Menezes). .
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