DOMINGOS MIGUEL OU “DUMINGO DO GRUPO”
O Dumingo é frequentador
assíduo das páginas de meu livro O RISO DOURADO DA VILA. Foi menino terrível na
Trumbuca, quando dizia que não queria ser doutor, mas jagunço de ricaço. Meu
pai o encontrou ali na venda do Michel e ficou impressionado com a inteligência
do jovem. Antes que ele cumprisse sua aspiração marginal, criou juízo no
serviço militar, em Juiz de Fora. Meu pai então pediu meu avô, que era diretor
do grupo-escolar, que o colocasse ali como bedel, desde que estudasse e não
usasse de violência como disciplinador. Foi o bedel mais perfeito, pois
conhecia por si todas as traquinagens da rapaziada. Uma das numerosas evidências
de que a Vila é o umbigo do mundo aconteceu em Juiz de Fora. Adivinhem quem foi
o maior amigo do Dumingo no quartel? Simplesmente o Luiz Gonzaga - sim, o
sanfoneiro inventor do baião, corneteiro aos 17 anos! O comandante liberou o
Luiz e o Dumingo para o circo, quando o nepomucenense causou a sensacional suspensão do espetáculo, descrita no livro. O
Dumingo me prometeu um retrato seu fardado. Não achou, mas eu achei o retrato
do Gonzagão como soldado. Eis um retrato do Dumingo mais jovem e o de seu
célebre amigo.