AMEDÉE PERET -
ARQUITETO PATRIMÔNIO DA UFMG
João Amílcar Salgado
Luciano
Amedée Peret, belorizontino, arquiteto, diplomado em 1950 pela UFMG, foi
professor e diretor das Escolas de Belas Artes e de Arquitetura da UFMG e um
dos fundadores, diretor e presidente do INSTITUTO ESTADUAL DO PATRIMÔNIO
HISTÓRICO E ARTÍSTICO DE MINAS GERAIS (IEPHA). Contemplado com admirável
cultura geral e especializada, poderia parecer um francês desgarrado, mas, ao
contrário, era de uma mineirice radical. Logo que fundamos o Centro de Memória
da Medicina de MG, procuramos criar um centro em cada unidade. Para a
arquitetura, entrei em contato com o Peret, que me confessou ter tentado algo
semelhante, mas seus obstáculos vieram principalmente da ditadura e de docentes
temerosos da mesma. Revelou que a Escola tinha uma gráfica grande e moderna e
era vigiada contra uso subversivo. Uma tradução recém-editada de um livro, que
nada tinha disso, fora confiscada, porque um araponga analfabeto concluiu que o
autor francês difamava o Brasil. Importante acervo desse centro seria a réplica
da Vênus de Milo e os moldes dos profetas de Congonhas, preciosidades que
seriam protegidas e aproveitadas em vários fins. Afinal Peret foi decisivo no
tombamento do Instituto do Radium, famoso internacionalmente, antes quase
demolido. Luciano Filho, refinado pediatra da equipe de Ênio Leão, foi um dos
que transformaram o antigo posto de gastroenterite em atendimento infantil de
alto nível e em ambiente de seleta pesquisa científica. É o atual coordenador
do Centro de Memória da Medicina, no encalço do paradigma paterno.
Vale registrar que um ramo da
família Peret foi para a cidade de Três Pontas, havendo ali um local que o povo
chama Perétia. Casaram-se no tronco Ferreira de Brito, o mesmo de minha
família.
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