João Amílcar Salgado

domingo, 28 de abril de 2024

 


ZULMIRA VILELA TEIXEIRA

João Amílcar Salgado

Suprema  sacerdotisa do bem, da música e do humor.

Nunca ninguém suportou tanta adversidade, com tanta candura e serenidade.

Mais que prima, irmã.

 

[Rosa-de-maio, canção com que fazia sucesso ainda menina: https://youtu.be/YrqKXWvyh6c]                    

 

 

sábado, 27 de abril de 2024


 

A FARMACOBRÁS E A INSULINA

João Amílcar Salgado

Em 1963, o presidente João Goulart passou a defender as chamadas reformas de base, propostas desde 1962. Foram reunidas, em estudo de San Tiago Dantas, em reformas agrária, educacional, tributária, administrativa, urbana e da remessa de lucros das multinacionais. Estudantes e docentes de medicina da UFMG, se reuniram, ainda em 1963, para exigir a inclusão da reforma farmacêutica entre aquelas propostas. Inspirada na criação, 10 anos antes, da PETROBRÁS, foi proposta a FARMACOBRÁS, que estabeleceria o monopólio estatal da importação dos insumos farmacêuticos, bem como a fabricação estatal de medicamentos essenciais, mas permitiria a fabricação privada de medicamentos. Tal reunião surgiu de um debate entre os estudantes e o professor Carlos Ribeiro Diniz, promovido por mim. Dela participaram, entre outros, os docentes e residentes Carlos Diniz, Marcos Luiz dos Mares Guia, João Amílcar Salgado, Zigman Brener, Wilson Beraldo, Lineu Freire Maia, Arnaldo Elian, Luís Cisalpino Carneiro, Cid Veloso, José Ribeiro de Paiva, Paulo Madureira de Pádua e Rubem Simões – e os estudantes, entre outros, Henrique Santillo, Philadelpho Siqueira, Wilson Almeida, Lúcio Almeida, Antonio Dilson Fernandes, Edward Tonelli, Naftale Katz e Evilázio Ferreira. O Betinho, presidente da UNE, pediu para ser informado do resultado da reunião. Com o advento da ditadura, a Farmacobrás foi modificada para Biobrás, restrita afinal a fabricar insulina. A Biobrás foi fundada em 1976 por Marcos dos Mares Guia e por Guilherme Emrich. Desenvolveu brilhantemente a insulina recombinante (insulina humana produzida em bactérias transgênicas). Em 2001 Marcos fez acordo da Biobrás com a empresa dinamarquesa Nordisk. Em 2010 esta comprou aquela por 75 milhões de dólares, quando o laboratório brasileiro faturava mais de 50 milhões de reais ao ano. A Nordisk veio para aqui em 1990, especializada em diabete, e faturou 3,8 bilhões de dólares em 2002. Os ex-controladores ficaram com a patente da insulina recombinante e fundaram a Biomm, capaz de incorporar qualquer novidade tecnológica.

Desde 1956 o Marcos e eu já tínhamos iniciativas conjuntas: começamos com um grupo para estudar alemão, que incluía o Guilherme Cabral e o Emir Soares, e criamos o curso pré-médico gratuito para vestibulandos carentes. Trabalhei e debati tudo isso com seu pai, o notável pediatra José Maria, na previdência estadual. Outra cooperação entre nós foi a liberação da vacina para leishmaniose. Outra foi a criação da Fapemig. Quando reclamei que nossas criatividades sempre acabavam desviadas para o lucro (o pré-médico para o cursinho Pitágoras, e a Farmacobrás para a Biobrás) ele sorria e justificava: mas o ideal nacionalista é o mesmo. Carlos Diniz me dizia que as coisas seriam outras se nelas fossem envolvidas a recuperação da atual Funed e a própria Fapemig. Se vivos, Diniz e Marcos teriam sido personagens decisivos no drama das vacinas para covide.

 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

 


A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS E NEPOMUCENO

João Amílcar Salgado

Em 1974, ocorreu a Revolução dos Cravos em Portugal, pela qual a ditadura vigente foi substituída pela atual democracia. A ditadura de inspiração nazista foi implantada em 1933 pelo extremista de direita e colonialista Antônio Salazar. Em 2024 comemoramos os 50 anos desse acontecimento feliz. A canção TANTO MAR do genial musicista brasileiro Chico Buarque, composta para homenagear o fato, tornou-se clássica. Nepomuceno entra indiretamente nesta história, através de meu encontro com o sociólogo Gilberto Freyre, dois anos depois, em Londres. Salazar, diante do declínio de seu poder, agarrou-se desesperadamente ao prestígio mundial de Freyre, alegando que sua sociologia justificava a manutenção das colônias lusas. Em minhas conversas com o sociólogo, cobrei dele sua insustentável amizade ao ditador.

 Meu argumento era de que ele decepcionou logo a mim que o tinha como ídolo de juventude. E mostrei a ele sua frase lapidar, citada em meu discurso de orador da turma de médicos pela UFMG, em 1960.  Gilberto Freyre a escreveu, quando fez parte da universidade revolucionária, criada, em 1935, pelo médico Pedro Ernesto, de esquerda, conhecida como UNIVERSIDADE DO DISTRITO FEDERAL - por sua vez logo fechada por outro ditador, Getúlio Vargas.  A citação refere-se ao extraordinário Antônio da Silva Melo, outro ídolo, seu companheiro ali, tendo como reitor o inovador Baeta Viana, liderando seletíssimo corpo docente.  Ele a ouviu comovido:

“Vós [mestres homenageados] que, para usar palavras de Gilberto Freyre, em vez do lugar macio e de honra entre os triunfadores, prefer(is) ficar de pé ao lado dos estudantes, não para adula-los mas para adverti-los, de pé ao lado dos brasileiros de vinte anos e contra os falsos mestres de sessenta, os maus políticos de cinquenta, os ministros ineptos de quarenta, que cada dia acrescentam, sorrindo ou discursando, alguma coisa de nova e de definitiva à desorganização do ensino superior do país.”

 

segunda-feira, 22 de abril de 2024

 

LUTA CONTRA O SAQUE. ARTÍSTICO DE MG



João Amílcar Salgado 

S.Benedito do século 18, furtado na década de 90, é recuperado em BH, em abril de 2024. É de capela de Congonhas e estava num leilão da internete. Na mesma data imagens são recuperadas em Santa Luzia. É a oportunidade de relembrarmos nosso manifesto de 2004 contra o saque ao acervo artístico de MG, bem como homenagear o Padre Simões do Pilar.

Minas Gerais foi e continua sendo origem de invejável conjunto de bens artísticos e históricos, dignos do maior zelo por parte não só dos mineiros, mas dos brasileiros em geral. Desgraçadamente, desde o esboço deste crescente tesouro, a cultura mineira vem sendo vítima de contínuo saque, que já se estende por três séculos.  A triste crônica de tal agressão não deixa dúvida de que a ostensiva impunidade quer dos saqueadores, quer dos cúmplices locais, é responsável por sua perpetração contínua e crescente. Autoridades maiores a quem deveria caber o mais desvelado cuidado vêm demonstrando tal e tão cínica omissão ao longo do tempo que lhes cabe clara parcela de cumplicidade. Tamanha vilania clama por medidas objetivas e eficazes e, por meio deste manifesto, estamos desafiando os órgãos governamentais, as instituições não-governamentais e a sociedade em geral a que dêem às futuras gerações uma resposta condigna. E que esta esteja à altura do incomensurável patrimônio atingido, que soma à insubstituível porção já dilapidada, a valiosíssima fração que resta em flagrante perigo.

  As tímidas medidas, esboçadas de tempos em tempos, estão eivadas de evidências de que a complacência para com os criminosos prosseguirá.  Tratá-los como meros contraventores, em vez de autores de gravíssimo crime, é o pior sinal. Chamar eufemisticamente o traficante de marchand e o receptador de colecionador é a contraprova da cumplicidade oficial. Reduzir o conjunto desejável de medidas enérgicas à conscientização das pessoas é flagrante ingenuidade, principalmente agora quando medidas eficazes em favor do turismo cultural e ecológico estão em andamento. Apoiamos plenamente tanto o turismo como tudo que vise à consciência coletiva  do valor de nossos bens históricos, artísticos e paisagísticos.  Mas isso não dispensa e, ao contrário, exige a vigilância cada vez mais sofisticada dos mesmos, pois sua exposição estará multiplicada tanto quanto a cobiça sobre eles, com o inevitável uso de métodos criminosos peculiares ao crime organizado.  Os saqueadores são imunes à conscientização e só são contidos pela certeza de que a impunidade será substituída por punições severas e incontornáveis.

Em relação às obras de Aleijadinho ou de artistas de mesmo nível, a lei já deveria ter proibido a comercialização, com seu imediato recolhimento aos museus públicos mineiros.  O catálogo com minuciosa descrição de cada uma, mesmo das de autenticidade duvidosa, deveria ser de elaboração oficial, estar na internet e sem o anonimato dos atuais depositários.  Assim como a televisão e a demais imprensa divulga telefones para devolução voluntária de peças desviadas, os atuais depositários deveriam receber prazo para a entrega ao governo de seus aleijadinhos e congêneres. Os profetas de Congonhas já deveriam ter sido resguardados contra qualquer deterioração e isso já deveria ter sido realizado desde quando foram feitos os moldes ora recolhidos à UFMG.  Trair os interesses da cultura mineira com medidas de marketing, que encubram providências firmes e efetivas, é crime tão grave quanto aquele que fingem combater.  Até aqui, tecnocratas da cultura, historiadores, mestrandos, doutorandos e consulentes em geral não sofrem qualquer controle e foi inevitável que começassem a aparecer nos noticiários como membros de quadrilhas capazes não só de saquear bens, mas de sua danificação irreversível. O esbulho de bens culturais é terrivelmente semelhante à devastação de nossas florestas, ou seja, encontram-se submetidos à mais cruel e sórdida das tolerâncias. Solicitamos aos Senhores Presidente da República, Governador do Estado de Minas Gerais, Ministro da Cultura e Secretário de Estado da Cultura que se manifestem oficialmente diante de cada questão acima mencionada

quarta-feira, 17 de abril de 2024

 


CADÁVER ASSINA EMPRÉSTIMO NO BANCO

João Amílcar Salgado

Em meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2020) descrevo um episódio ocorrido no Vale do Jequitinhonha, MG, em que um cadáver fez uma doação patrimonial.  Até então não havia notícia de nada parecido, até que em 16/4/24 algo semelhante apareceu na tevê brasileira. Erika Nunes chegou a um banco da zona oeste do Rio de Janeiro, conduzindo Paulo Braga de 68 anos numa cadeira de rodas. Paulo já estava morto e ela tentou conduzir sua mão para assinar um empréstimo de 17 mil reais já autorizado. O Samu foi chamado e verificou que aquele senhor havia falecido horas antes. Ela foi presa em flagrante. Reivindico que o precedente em meu livro seja considerado.

 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

 


FILHOS DE NEPOMUCENENSES QUASE GOVERNADORES CONSECUTIVOS

João Amílcar Salgado

Estava para acontecer no Minas Tênis a disputa entre as candidaturas de Newton Cardoso e de Pimenta da Veiga Filho, para governador. O Hélio Garcia teria sido chantageado pelo Newton para que o apoiasse. Coube à Maria Elvira, do lado do Newton, neutralizar a presença contrária no Minas da Fafá de Belém - e gritou palavras contra esta. As duas foram retiradas dali e, nos bastidores, a Maria abraçou a cantora, confessando ser sua maior fã e que fizera aquilo numa encenação, para efeito apenas eleitoral. Neste episódio foram protagonistas três políticos filhos de nepomucenenses: Maria Elvira, Pimenta e Hélio. Isso quer dizer que se o Pimenta prevalecesse, teríamos dois governadores sucessivos, ligados a Nepomuceno, de 1984 a 1991.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

 

ZEZÉ DA VANGE (JOSÉ ANÍBAL VILELA SALGADO, ZECA)

João Amílcar Salgado

O Zezé da Vange foi uma criança muito bonita e se revelou logo excepcional observador. Ficou muito cedo emparedado entre a notoriedade dos irmãos precedentes, nascidos apenas três e um ano antes dele. Teve uma saída: ser o mais levado da ninhada. Para complicar seus primeiros passos, ouviu o pessoal da casa dizer algo ininteligível para alguém tão novo: que o Aníbal não era irmão, mas filho do Amílcar. Traumáticas também eram as notícias de bombardeios e mortes da guerra mundial. Com isso, se via num alarme sem fim. Contudo não fugiu à vocação educacional da família, pois se tornou também professor, e muito ameno professor. Suas façanhas ficaram inesquecíveis. Seu pai olhou pela rua, quando disse ao João Meneis: “olha aquele menino lá no alto do poste, ele vai cair ou tomar um choque, será que a mãe ou alguém ali não está vendo?” O Meneis foi acudir e voltou para dizer: “aquele é o seu filho, o Zezé...” O primeiro foguetório ouvido pelo garoto aconteceu num São Sebastião. Ele gritou: “a guerra chegou!” e sumiu, sendo achado debaixo da cama de uma casa humilde. Ele viu nas revistas Em Guarda e O Cruzeiro fotos da guerra e passou a achar que qualquer fordeco era um tanque. Chamava os fordecos de “truas” e, quando avistava algum, dizia: “tô com medo do trua”. O tio Demétrio chegou no trua da família para nos levar à fazenda da tia Zulmira. Foi uma luta fazê-lo subir no veículo, aos gritos de “trua-não, mãe!”.  O doutor Rubem foi passando, riu muito e veio carinhosamente ajudar sua prima.

Na adolescência passou a ser o galã da juventude. A beldade Marilene foi a primeira a se apaixonar por ele. Elogiado pelo corpo musculoso, foi estimulado a diplomar-se na UFMG em educação física, ao mesmo tempo em que se fez atleta do Minas Tênis, faixa preta de judô. O treinador no clube, o professor Albano, seu fã, quis levá-lo ao exterior, mas o auspicioso campeão preferiu as muitas namoradas da Vila e da Capital. E foi na Vila que aconteceu uma de suas maiores proezas esportivas: a luta contra o gentilíssimo garçon do clube, Zito do Zé Gordo, que o povo presenciou no meio do footing da rua Direita - descrita no livro O RISO DOURADO DA VILA. Houve dois juízes para a luta, primos do vencedor: o Marcli e o Toninho Reis.  O Zeca tornou-se muito querido de todos os seus ex-alunos. O que mais estes gostam de comentar saudosamente, é que ele foi o único professor de educação física a dar aula sentado e chupando laranja.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

terça-feira, 9 de abril de 2024

 

LOR, PAULO PIMENTA E A DESPEDIDA DE FERNANDO MORAIS AO ZIRALDO

João Amílcar Salgado

Não posso deixar de me referir ao Ziraldo, depois de ler os comentários do Lor, do Paulo Pimenta e do Fernando de Morais.

Fui contemporâneo do Ziraldo na UFMG, ele no direito e eu na medicina. Nessa época os estudantes de direito, medicina, odontologia, farmácia, ciências econômicas e demais cursos se reuniam no fórum para acompanhar os júris famosos, principalmente o enfrentamento entre Pedro Aleixo e Pimenta da Veiga (pai). A oratória estava em moda.   Outro ponto de encontro era o footing da Afonso Pena (Sloper) e da Praça da Liberdade (inclusive o Cine-Gratis), e as horas dançantes e bailes no Clube Belo Horizonte e em seguida no recém-inaugurado salão do DCE, na Gonçalves Dias, graças ao líder José Gaetani. Eu me envolvia com os alunos do Guignard e os jornalistas do Binômio e do Diário de Minas, segundo relato no livro “O Riso Dourado da Vila” (2021).

O Ziraldo tinha um irmão Pedro, que era o Tatu na turma do Pererê, e o irmão Moacir, que era o jabuti - o primeiro dentista e o segundo médico - estes frequentadores do Centro de Memória da Medicina. A mãe do Ziraldo foi internada em BH e aproveitamos para programar uma aula dele no curso de História da Medicina, adiada por motivo de luto pela perda materna.

Colegas do Ziraldo na arte eram importantes colaboradores do Centro de Memória: Jarbas Juarez, Eduardo de Paula, Chanina,  Konstantin Cristoff, Mirna, Ruy Paolucci, Razuk, Lisete Meimberg,  e Lor. Outro amigo comum era o Roberto Drummond, outro era o Zé Maria Rabelo.

Na ilustração, Ziraldo no Binômio, onde atuou com Gabeira.


 

 


 

 

 

TURMA DE 1950 DO GINÁSIO DA VILA

João Amílcar Salgado

Do Manoel Jacy: Querido primo. Tive o privilégio de ter sido aluno da D. Maria Salgado no primeiro ano do grupo. Ainda tenho na lembrança o quadro negro com o be-a-ba meticulosamente escrito e nós junto com a professora soletrando sílaba por sílaba. Quanta calma, quanta doçura e paciência. Assim devagarinho aprendemos o alfabeto.  Grata lembrança e obrigado por me fazer reviver bons momentos de minha infância. Abraços

PREZADO PRIMO. SEU DEPOIMENTO É EMOCIONANTE, AINDA MAIS QUE A DESCRIÇÃO DE MEU AVÔ E MINHA AVÓ COMO PROFESSORES NO GRUPO ESCOLAR FOI UMA PRECIOSIDADE A MIM OFERECIDA POR SUA MÃE, A MARIA DO JACY, INESQUECÍVEL AMIGA DE MINHA MÃE E MINHA.

Do Rosalvo: Me lembro da Ia. Ela se casou com o Vavá não foi? Me lembro que na cerimônia do casamento, ao entrar na igreja o Vavá chorou e eu achei esquisito aquele homem forte chorar. Boa lembrança. Obrigado.

QUERIDO AMIGO. EM O RISO DOURADO, O CASAMENTO É DESCRITO E NÃO CONSTA O CHORO DO NOIVO QUE APARECERÁ NA 3a EDIÇÃO VOU PUBLICAR BREVE O VIDEO DO CASAMENTO FILMADO PELO IRMÃO DO NOIVO, O BEMBÉM CUJA PRECIOSIDADE SÃO OS CONVIDADOS AO VIVO.

 

Do Jaime Flávio. Aqui vão fotos de minha colega de ginásio.

AMIGÃO. QUE EMOÇÃO VOCÊ ME CAUSOU POR TAIS PRECIOSIDADES

 

A TODOS OS CUMPRIMENTOS RECEM-RECEBIDOS SOU GRATÍSSIMO

 

quinta-feira, 4 de abril de 2024

 




MARIA DA VANGE - MARIA APARECIDA VILELA SALGADO

JOÃO AMÍLCAR SALGADO

A Maria, apelidada de IA pelos quatro irmãos, foi a primeira criança no lar do João Salgado e da Vange. Antes dela, a bebê Emerenciana não sobreviveu. A menina cativava a todos não só pela vivacidade, mas pelo encanto dos lindos olhos azuis. Sua primeira façanha aconteceu quando a mãe tinha combinado com a Aparecida que, quando pedisse nhã-nhanhã, era o código para a babá preparar a mamadeira. A Vange distraiu na prosa com a dona Caixinha e a garotinha: mãe, tá na hora do nhã-nhanhã! Outra, foi a foto dela tentando pegar um cacho de uva. O pai disse para ficar na ponta dos pés e ela aparece com os calcanhares no chão e as pontas dos pés para cima. A Fina, a auxiliar da Vó Amélia, praticamente abandonou a idosa para paparicar a menina. Quando ouvia a voz da Fina esta dizia: Fin taí, ô dondade!

Quando nasci, faltavam 7 dias para ela completar 2 anos. Em vez de ciúme do novato, ela queria ser a mãe dele (o mesmo com o Zeca, a Neusa e o Lívio). E foi assim até minha 1ª comunhão. Que sorte a minha! ... ter uma guru tão zelosa! Antes da comunhão, eu estava de roupa chique e o Sem-Seca gostou de minha aparência, agora sim, em vez do habitual menino imundo de puêra vermêia. Respondi a seu elogio, dizendo-o bobão. Minha irmã ralhou comigo: agora você não vai poder comungar, vai ter que confessar outra vez. A Fina, substituta emergencial do Socônego, me absolveu. E a severa irmã acrescentou: mesmo assim, vai continuar aspirante da Cruzada Eucarística, até criar juízo. A Fina assinou em baixo desta sentença. Certo dia, fomos para a foto no jardim do largo da matriz e ela, como sempre, ditou: vamos ficar com as mãos na cintura e cruzar os pés. Só aceitamos a mão na cintura, a contragosto.

Nota. A ilustração mostra Latif, Mariquita, Bida, Zulmira, Lalá, Iracema e Bebete, que representam a multidão de amigas, amigos e admiradores

segunda-feira, 1 de abril de 2024

 


 

USINA DE MARMELOS 

1ª usina hidroelétrica da América do Sul em 1889

Barragem do rio Paraibuna, JUIZ DE FORA, MG.

Em 1882 a usina do rio Fox, em Appleton, Wisconsin, EUA, foi a 1ª do mundo.

Em 1923 foi a vez da usina de Queima-Capote no rio do Cervo em Nepomuceno [Ver no livro NEPOMUCENO -SÍNTESE HISTÓRICA (2017)]