LUIGHI – VÍTIMA DE CRIME DOCUMENTADAMENTE IMPUNE
Joáo Amílcar Salgado
O
jovem Luighi, jogador juvenil do Palmeiras, foi vítima de racismo em jogo
contra o Cerro Porteño do Paraguai, pela Copa Libertadores sub-20, em 6/3/25. Apontou
o episódio ao árbitro e aos policiais presentes. Disse que se aproximou do
árbitro para denunciar: “ME CHAMARAM DE MACACO! ELE NÃO LIGOU. FUI AOS
POLICIAIS E NÃO FIZERAM NADA…!” O choro
de adolescente exibido em todo o Brasil e em todo o mundo escancarou tanto o
crime como a impunidade.
Antes
denunciamos o racismo no futebol contra o brasileiro Vinícius Jr, quando
mostramos que o racismo na Espanha traz o paradoxo de que, num país mestiço,
seus racistas traduzem a necessidade de se sentirem brancos, agredindo pessoas
acentuadamente pretas. Afirmei que ali a hostilidade aos negros é simbolizada
na morte de animais tipicamente pretos, na tourada, espetáculo resultante de
dominações negras sob egípcios e árabes.
No
Paraguai, a maioria mestiça da população manifesta necessidade análoga.
Curiosamente se orgulham do idioma e da cultura guarani. Vale lembrar que esta
cultura é abrangente, pois o território guarani original ultrapassava bem mais
do que os limites paraguaios, alcançando todo o sul e parte do sudeste
brasileiro e ainda todo o sul matogrossense. Isso explica por que muitas de
nossas músicas sertanejas e seresteiras são verdadeiras guarânias. Demais, os
guaranis dos Sete Povos das Missões viveram uma das maiores experiências
igualitárias da humanidade. A severa punição individual dos racistas será uma
conquista dos craques brasileiros Luighi e Vinícius e também de todos nós.
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