João Amílcar Salgado

sexta-feira, 28 de março de 2025

 


A ORATÓRIA VOLTA AO PALCO

João Amílcar Salgado

Em meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2020), descrevo a admiração dos estudantes pelos oradores na década de 50. Os grandes astros de então eram o Carlos Lacerda, os irmãos Carlos e Paulo Pinheiro Chagas, os nepomucenenses João Pimenta da Veiga (pai) e Xico Negrão, o Pedro Aleixo, o Adauto Lúcio Cardoso, o Aliomar Baleeiro e o Afonso Arinos (sobrinho), entre outros. As aulas de patologia de Carlos Pinheiro eram assistidas por alunos de direito e engenharia, não obstante o conteúdo. Em qualquer júri, estes e os de medicina se misturavam na plateia. Na Vila, sabíamos que a galeria dos Lima, formada por Alice, Pimenta, Xico, Tio Zezé, Vico, Batista, Assis, Neca Correia, Getúlio, Marcílio, Dario, Léla, Rubem e Celso Lima, junto com o Neca Firmiano eram do mesmo nível.  O Zezé da Leleza, o Marcinho do Soneca, o Carlinho do Sargadinho, o Toninho da Lolô, o Julinho Penha e o Toninho da Samina e eu passávamos horas imitando aqueles, sendo que o Zezé (José Maria Ribeiro, também Lima) gastou o que tinha e o que não tinha com a Esther Leão, a maior treinadora de oradores do país.

 Digo isso porque agora tivemos um desfile de oradores famosos, entre os advogados defensores dos denunciados, no julgamento do STF de 25/3/25. O Brasil inteiro estava focado no que argumentavam e eu, nostálgico, só analisava sua oratória. Matei toda a minha saudade.

Por oportuno, lembro que, na tradição luso-brasileira, refulgem os oradores sacros João 21, João de Deus, Santo Antônio, Padre Vieira e Helder Câmara, estando entre eles, hoje, na mesma altura, o nepomucenense Luís Henrique Eloy. E entre os advogados citados não poderia faltar um Lima: José Luís de Oliveira Lima – conhecido no meio forense como dr. Juca Lima, xará de nome e de apelido de nosso queridíssimo médico dr. Juca.

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