João Amílcar Salgado

domingo, 20 de março de 2022

 

OS CARVALHOS

João Amílcar Salgado


Os Carvalhos nepomucenenses descendem do luso Caetano de Carvalho Duarte, de Silvares, Arcebispado de Braga, que migrou para São Miguel do Cajuru, distrito de São João del Rei, onde se casou com Catarina de São José Fonseca, prima de Mateus Luiz Garcia, fundador de Nepomuceno. São co-fundadores da Vila, já que Mateus os trouxe para apoio na ocupação da imensa propriedade do Congonhal. São também co-fundadores de Campo Belo, pois Mateus atribuiu-lhes especificamente as terras da outra banda do Rio Grande, na Mata dos Carvalhos. Na banda de cá criaram a tradicional fazenda dos Coqueiros.

Entre os Carvalhos que vieram, muitos eram brancos e outros mulatos. Há a lenda de que Caetano era fascinado por mulheres negras e engravidava várias escravas ao mesmo tempo, mas cuidava de todas as crianças como filhos. Os herdeiros legítimos enjeitaram os demais e a ameaça de conflito foi solucionada por Mateus, que trouxe os excluídos para Nepomuceno, sendo que aqui se tornaram muito mais prósperos que os avaros.

Os Carvalhos acompanharam a diáspora sulmineira rumo ao oeste. Visitei em Uberaba a família do médico e compositor Joubert de Carvalho, autor de Maringá, Minha Casa, De Papo Pro Ar e Zíngara.  Joubert, em seus hábitos e demais traços da personalidade, parecia-se muito com os primos nepomucenenses. Isso deve ter atraído Cândido Portinari, que nasceu numa região colonizada por gente semelhante. Todo o carinho do artista do pincel para com o artista das notas musicais está traduzido no retrato que o primeiro fez do segundo (anexo). Um gesto grosseiro de Assis Chateaubriand arrebatou a tela da família.

https://youtu.be/LBzSLSHD6YM

https://youtu.be/cJvXfOXhsVA

https://youtu.be/1RiPBLIHD1A

https://youtu.be/XilBNgjV41E

 

terça-feira, 15 de março de 2022

 


AINDA SOBRE JANUÁRIO GARCIA E LUÍS GARCIA

João Amílcar Salgado

O 7ORELHAS foi personagem muito cedo de minhas lembranças, na farmácia de meu pai. Ali era o reduto de Garcias, Rodrigues, Menezes, Junqueiras e Amorellis - gente autora de tropelias e que gostava de relembrá-las. Se eu tivesse idade para anotar tudo, daria uma antologia fantástica. Assim, as façanhas do Januário e do Luís são apenas uma fração dessa crônica. Foi ali que tive notícia do regresso do Orelhas para sua fazenda, episódio que só consta de meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2003). Assim é fácil alcançar minha emoção, quando no grande e repleto auditório da universidade em Campo Grande, MS, iniciei minha conferência falando que muita gente do sul de Minas migrara para ali. Meu colega de turma e parente, Fábio Ribeiro Monteiro, de Guaxupé, astro da medicina local, observou então que o MS está cheio de Ribeiros, Correas, Vilelas, Garcias e até Salgados. Nisso, ele dizia um sobrenome e as mãos se levantavam. Isso me levou a pesquisar o Sertão dos Garcias, MS, Vilelas de Coxins, MS, bem como as famílias de meus colegas Willon Garcia de Carvalho e Eli Bonini Garcia, GO. Vejam ALBUM GARCIA LEAL:- https://eusougarcialeal.wordpress.com ou eliogarcia@superig.com.br.

 O estudo dos Garcia deve englobar - além dos Garcia Frade e dos Garcia Leal - os primos Garcia Velho, Garcia Leão, Resende, Correa e outros. O rival em fama do Januário Garcia Leal é, como mencionei antes, Luís Garcia Leão, morto em Paíns, e que já conta com um filme biográfico, coisa que falta ao outro. Houve proposta frustrada para que  Braz Chediak Neville dAlmeida e Selton Melo (este descendente da irmã de Mateus, fundador da Vila) e outros realizassem a fita. Estudo imprescindível, também, é sobre o irmão de Mateus, o padre Manoel Gonçalves Correa. Seria o descobridor dos poços das “águas caldas”, teria inspirado o texto do padre Feijó sobre celibato e trazia o sobrenome divergente por promessa da mãe Júlia, para que fosse menos mulherengo que os irmãos -  mas, mesmo ordenado, teve numerosa prole.

sexta-feira, 11 de março de 2022

 


LUÍS GARCIA

LUÍS GARCIA, FAÇANHUDO QUE RIVALIZOU EM FAMA COM O 7 ORELHAS (JANUÁRIO GARCIA)  

É DEVER DOS GARCIAS CONHECER SUA HISTÓRIA

RECEBI ESTA FOTO DE MEU ILUSTRE COLEGA, O HISTORIADOR JOSÉ ALEIXO GARCIA

VEJAM O FILME SOBRE ELE:

 https://youtu.be/LNowxEW2_W4

quinta-feira, 10 de março de 2022

 


CAETANO VELOSO VAI A BRASÍLIA EM ATO A FAVOR DO MEIO AMBIENTE E DAS TERRAS INDÍGENAS

 

https://youtu.be/01SXiPnLT2w

 

 


JUIZO FINAL, O PODER DA CRIAÇÃO & LAMA NAS RUAS

João Amílcar Salgado

        Fascino-me com trechos criativos de poetas e compositores populares. Exemplo são as composições que denominei O TRIO ESTELAR DO SAMBA: Juizo Final de Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, O Poder da Criação de João Nogueira e Paulo Sérgio Pinheiro e Lama nas Ruas de Almir Guineto e Zeca Pagodinho.

Por outro lado, no livro O RISO DOURADO DA VILA (2003), faço um paralelo entre Vinícius de Moraes e Nelson Cavaquinho, quando se referem à eternidade do amor.

Conforme Vinícius,

[Que} “Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”

Conforme Nelson,

“O amor será eterno novamente”

 

Garanto: nenhum filósofo que tratou da duração das coisas se aproximou do alcance semântico de tais versos.

 

JUIZO FINAL

https://youtu.be/FHicis8X3Ek

PODER DA CRIAÇÃO

https://youtu.be/AlkMpd2W3SU

LAMA NAS RUAS

https://youtu.be/elOWyFYTb78

segunda-feira, 7 de março de 2022

 

 DESENREDO


João Amílcar Salgado

DESENREDO é uma Canção de Dori Caymmi (com letra de Paulo Sergio Pinheiro), destinada a homenagear sua mãe mineira Adelaide Tostes, de nome artístico Stella Maris.

A melodia desta canção, cantarolada por Adelaide desde menina, é provavelmente do folclore açoriano e era cantarolada em Nepomuceno

https://youtu.be/k-rFnhcNbX0

https://youtu.be/F5FZP0ytEuw

 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

 


JOÃOZINHO E MARIA

João Amílcar Salgado

A história de JOÃOZINHO E MARIA foi contada a minha irmã e a mim, logo depois de meus três anos. As pessoas comentavam que, se eu e minha irmã éramos Joãozinho e Maria, aquilo poderia ter acontecido conosco. As personagens malvadas da narrativa passaram a rondar nossas noites. Quando apareceu o Chico Buarque (genial em melodias e genial em letras) cantando JOÃOZINHO E MARIA (1977) meus olhos marejaram, porque aqueles dois irmãos, a Miúcha e o Chico, eram muito parecidos com o casal de garotos da nossa casa. Logo depois, o casal de irmãos Caetano e Betãnia deram entrevista, dizendo que experimentaram o mesmo e não poderiam deixar de gravar a canção. Vale lembrar que essas três duplas de irmãos vivemos em comum o clima do final da guerra mundial. Quando fui a Estrasburgo, pedi ao João Vinícius que encostasse seu carro, em um de nossos passeios pelos arredores. Era para contemplar a Floresta Negra, quando, com a voz embargada, disse a ele: “aposto que o Joãozinho e a Maria ainda estão no meio daquelas árvores”. Foi dessa região que os irmãos Grimm recolheram essa antiga fábula e a publicaram em 1812. Bem mais tarde eu seria o historiador da medicina que interpretou as fábulas como medicina preventiva ágrafa

https://youtu.be/RQjbE_BIn9A

https://youtu.be/4Md_ibBIANs