João Amílcar Salgado

segunda-feira, 19 de julho de 2021

 

ÂNGELA MERKEL E AS INUNDAÇÕES NA ALEMANHA

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Merkel declarou o seguinte: "É uma situação surreal e fantasmagórica. Diria até que o idioma alemão tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devastação que foi causada".

Comentário do Apolo Lisboa, protetor do nosso Rio das Velhas:

Os administradores mundiais são, em sua maioria economicistas, por formação nas universidades e força do poder econômico. Assim, priorizam as questões da gestão econômica e ignoram que a base da Economia é a Ecologia. Quando tratam a questão ambiental se remetem a uma visão da química do carbono e outros gases, fugindo da compreensão do condicionamento/determinação exercidos pelas demandas sociais, das políticas setoriais e da realidade física, quimica, biológica e todas as interações dos ecossistemas. Assim, não se percebe o clima e o ciclo hidrológico como questão também humana, não juntam as pontas. Não se enxerga o desmatamento na base do agronegócio e a crise hidro-ambiental que envolve a matriz alimentar dos mais de 07 (sete) bilhões de seres humanos, com foco em proteínas animais e muito desperdício, com demanda por irrigação tornada insustentável, erosão e perda de solo agrícola, expansão constante da fronteira agrícola e uso crescente de agrotóxicos e outros.

Assim, o desmatamento generalizado, a terrível monocultura que nega a essencialidade da biodiversidade no equilíbrio natural, a ocupação humana de áreas com função ambiental precipta como as áreas úmidas, a canalização de córregos urbanos após ocupação indevida de suas áreas ciliares com edificações e ruas que geram repercussões sistêmicas, confundindo cabeças formadas na visão disjuntiva da disciplinaridade acadêmica, incapaz de perceber a complexidade dos fenômenos somente apreendidos por meio da transdisciplinaridade. São acontecimentos que colocam dirigentes de alguns países europeus perplexos e revelam a falência dos conhecimentos da engenharia civil tradicional e das decisões políticas que insistem em tratar separadamente questões sistêmicas absolutamente integradas espacialmente, tematicamente, politicamente, economicamente, e por aí vai. Em suma: uma questão de metodologia científica e da construção permanente de uma nova mentalidade na Terra. Precisamos mudar, e faz séculos!

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