João Amílcar Salgado

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

 


O APLAUSO AO ATLÉTICO MINEIRO CONTINUA

João Amílcar Salgado

               Hà também múltipla relação entre o Galo e Nepomuceno. Na história do clube, médicos sírio-libaneses ocupam lugar especial, já que o ortopedista Neilor Lasmar e seu filho Rodrigo chegaram a médicos da seleção brasileira. Acontece que a família Lasmar está presente em três cidades mineiras, Bambuí, Piumi e Nepomuceno. Em O RISO DOURADO DA VILA (2003) aparecem a dona Dalila Lasmar Mansur, seus filhos e seu irmão Frederico Lasmar, este a quem atribuo a invenção do mito do super-homem, depois aproveitado por Holywood. De Piumi é Jorge Lasmar, meu amigo e colega, historiador da maçonaria. De Bambui é José Elias Lasmar, o Juquita, também outro grande amigo - e colega tanto na medicina como no estudo da doença de Chagas. O Juquita, pai do Neilor e avô do Rodrigo, é também contra-parente de meu tio Aprígio, pois é casado na família Pace.

            Quando me formei, trabalhei com um excelente ortopedista e clínico, o Abdo Arges, cujo auxiliar era o Haroldo Lopes da Costa – um era médico do Galo e outro seu craque-médico. Outro árabe foi presidente do atlético, o Paulo Curi, que tem interessante ligação com a Vila através do Marcly Vilela. Ambos estudavam em Alfenas, o Paulo odontologia e o Marcly farmácia, e eram craques do time da faculdade. O primeiro me disse que meu primo, apelidado ali de Roy Rogers, foi, apesar da menor estatura, o melhor goleiro que conheceu. Paulo é de Campestre, onde foi alfabetizado pela notável educadora Maria José de Pádua Duca, prima de meu pai. Mais um árabe indissociável do Galo é Adelmar Cadar, amicíssimo meu e triplo colega: na medicina, no humor e nas letras. O Abdo e o Paulo foram vítimas de intrigas cruéis, perfidamente injustas.

Por último, mas não o menos importante, vem o Roberto Drummond, ligado à Vila através da carreira de nosso artista Jarbas Juarez. Há a lenda de que seu livro HILDA FURACÃO (1991) surgiu de nossa conversa na barbearia do Gonçalves, sobre o romantismo dos anos dourados. Foi quando mencionei a fofoca anti-esquerdista de que o frei Mateus teria frequentado furtivamente a zona boemia. E o Roberto, como tremendo ficcionista, teria exclamado: vou ligar o frei à Hilda. Minha arriscada proposta era mais que isso: incluir no enredo a hipótese ficcional de que a Hilda era neta ou bisneta do bandoleiro nepomucenense Urias Maia.

            O querido Roberto está ligado para sempre à história do Atlético Mineiro pelo tropo: SE HOUVER UMA CAMISA PRETA E BRANCA PENDURADA NO VARAL DURANTE UMA TEMPESTADE, O ATLETICANO TORCE CONTRA O VENTO. 

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