PIONEIRISMO
DE MINAS TAMBÉM EM MEDICINAS RADIOLÓGICA E NUCLEAR
Além
dos pioneirismos na nanoscopia e na oftalmologia, Minas também se sobressai nas
medicinas radiológica e nuclear. Na cidade de Formiga, onde ainda não havia luz
elétrica, o incrível clínico José Carlos Ferreira Pires leu a notícia da
descoberta do raio-x e escreveu para o descobridor, pedindo que lhe enviasse a
invenção. Assim, meses depois da descoberta, em 1896, chega a ampola à cidade
mineira. Foi uma das primeiras, no mundo, utilizadas em atendimento clínico, e a
primeira em condições rurais. Em Itamarandiba, MG, menor que Formiga, o
incrível francês Afonso Pavie recebeu também, em 1911, um dos primeiros
aparelhos radiológicos usados em clínica no Brasil. Pavie foi também o primeiro
a prescrever pomada de Radium no país. O polímata juizforano Antônio da Silva
Melo foi o primeiro pesquisador mundial a demonstrar o efeito adverso da
radiatividade, em 1914 - e absurdamente não recebeu o Nobel. O Instituto do
Radium, em 1922, em Belo Horizonte, foi o primeiro das Américas, sendo Eduardo
Borges da Costa seu fundador e Mário Goulart Pena, o primeiro curieterapeuta
continental. A atual UFMG recebeu Marie Curie e Irene Curie em 1926 e recebeu
também Robert Oppenheimer em 1948. A mesma universidade é a primeira no país a
criar um laboratório de Medicina Nuclear, organizado por Oromar Moreira, que
permitiu o primeiro tratamento de hipertireoidismo com iodo radiativo e o
primeiro mapeamento radiativo da tiroide, no Brasil, efetivados por João
Amílcar Salgado, Ibraim Heneine e Viriato Magalhães.
O
notável professor Francisco de Assis Magalhães Gomes, depois de ter trazido
Oppenheimer à atual UFMG, criou, em 1952, o Instituto de Pesquisas Radiativas,
que foi expropriado pela ditadura em 1972. Minas tinha rica reserva de urânio e,
a seu lado no Espirito Santo, havia areias de tório, as quais deveriam ser
pesquisadas pelo Instituto. Paradoxalmente o urânio mineiro foi, a seguir,
atribuído à USP e o tório capixaba à UFMG. Os cientistas de tais centros deveriam
desenvolver duas bombas atômicas brasileiras, uma de urânio e outra de tório.
Oppenheimer chegou aqui já como ativista antinuclear. Magalhães Gomes e Carlos
Chagas Filho ajudaram João Paulo II a anistiar Galileu, em 1992.
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