João Amílcar Salgado

sexta-feira, 22 de novembro de 2024



 GERALDO MARCELO LEMOS GONÇALVES E SUAS RAIZES, CAULES E FRUTOS

João  Amílcar Salgado

Os mineiros descendemos dos índígenas caiapós que apelidei de índios oradores e assim, ao lado do maravilhoso pregador Santo Antônio, explicam o brilho dos oradores nepomucenenses. Os mineiros também são renomados memorialistas e memorialista em Minas significa orador de outra forma. Já os historiadores oficiais de Minas são memorialistas envergonhados, como observei a Pedro Nava, vergonha que explano em outro lugar. Digo tudo isso diante do excelente livro MINHAS RAÍZES, MEU CAULE E MEUS FRUTOS de Geraldo Marcelo Lemos Gonçalves. Se cada família mineira exibisse um livro como este, seríamos detentores de inexcedível patrimônio cultural. Sim, Minas prima por gratas surpresas como esta, quando encontro um autor de fino humor, lapidado como ágil ironista e como requisitado orador. Basta isso para comprovar, à plena, a verdade tão mineira da múltipla riqueza de nossas letras.

Geraldo é dentista, como tal é colega de Tiradentes e é diplomado na faculdade criada em Diamantina por JK. No centro de Memória da Medicina demonstramos o erro de designar Tiradentes como dentista prático, pela simples razão de que naquela época não havia o ensino formal da odontologia, nem no mundo nem aqui. Na verdade, a cidade natal deste médico receberia uma faculdade de medicina, mas a classe médica era udenista e o impediu. Pedro Paulo Penido, o dentista amigo do diamantinense, desde o túnel de Passa-Quatro, propôs substituir a medicina pela odontologia. No projeto do governo federal de Tancredo fiz incluir o curso de medicina negado a JK, ideia só recentemente concretizada.

A militância maçônica do Geraldo é oportunidade para que eu faça uma homenagem a Jorge Lasmar, citado em meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2020). Conheci-o dirigente do Instituto Histórico e descobri que era primo dos Lasmar de Nepomuceno, além também de líder maçônico. Matei velha curiosidade, quando, através de sua autoridade, levou-me ao recinto recluso dos maçons. A ocasião era muito propícia, pois o Centro de Memória da Medicina, representado pelo notável pesquisador Paulo Gomes Leite, iria revelar ali fatos inéditos da maçonaria ligados à Inconfidência. 


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