LATANCHA,
OUTRO DO CINE 4D DA VILA
João Amílcar Salgado
Além
de meus três primos precursores do cine 4d, o Latancha, na década seguinte,
surgiu como astro da arte esboçada. No
caso dele, era uma perfórmance exclusiva de alguém sendo alvejado. Quando aparecia na tela o mocinho ou o
bandido apontando a arma, ele já se erguia. Com o disparo, a vítima podia até
estar na tela, mas o alvo concreto era ele ali na frente da plateia. Nem o
melhor artista de Hollywood representava tão realisticamente a agonia e a morte
do atingido. Impressionante era o som do baque de seu corpo no duro cimento de
nosso cinema. A partir daí, o que era previsível aconteceu. Qualquer moleque,
ao cruzar, em qualquer esquina, com o Latancha, fingia um tiro nele e ele, em
resposta automática e instantânea, caia na sarjeta. E foi assim que ele morreu:
o Zé Liminha tinha o único caminhão F8 dali, o qual ficava mais majestoso
lotado de sacas de café. O alto da carga era o palco ideal para o Latancha e cenário
perfeito para os tiros da molecada. Num destes, ele exagerou no realismo e veio
do alto até o chão.
FOTO:
F8 51

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