João Amílcar Salgado

terça-feira, 16 de setembro de 2025

 


QUANDO MENINO INVENTEI O PATIM MOTORIZADO

João Amílcar Salgado

Quando menino, fui cortar cabelo no Clide Padilha. Enquanto esperava, 2 ou 3 amigos vieram conversar comigo.  O Baiano Oscar também esperava e acompanhava nossa conversa. Comentávamos o rinque de patinação que o Socônego inaugurou em frente â matriz. Falei então que no futuro aqueles patins teriam motor. O Vando Tambini perguntou se aquilo seria possível. Respondi: não tinha o relógio da igreja e depois inventaram o relógio de pulso?, não tinha o trem-de-ferro e depois inventaram o automóvel e a motocicleta?, então tem o patim e estou inventando o patim com motor. O Baiano falou pro Clide: esse menino acaba de falar a maior bobagem que eu já ouvi na minha vida... Diante daquele homem, que me pareceu um grandalhão, fiquei vermelhinho e não falei mais nada. Tempos depois, quem se tornou um grande amigo meu? O Baiano.

Havia a pesada filmadora do Bembém e depois inventaram a leve filmadora portátil – e desta talvez a primeira da Vila foi a minha. Ironicamente, no carnaval filmei o passista Baiano, que chorou de alegria quando lhe mostrei a cena. Passei a ser o seu médico ocasional e seu interlocutor por horas. Pouco antes de falecer me disse: tenho o maior luxo com meu sítio e você é o único que vai cuidar dele como eu cuido, te vendo. Cometi o grande erro de não o ter adquirido.  Relembro tudo isso agora, quando o assunto do momento é a polêmica dos patinetes, não apenas motorizados mas silenciosamente elétricos. 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário