SÔNIA – COMO
ESQUECÊ-LA?
João Amílcar Salgado
Quando o
célebre Bar do Michel foi fechado, a Vila foi brindada com o Bar do Sôvinico
(Alvim Reis), com duas ótimas notícias: as filhas do dono eram lindas (três
delas casadas com parentes meus: Milton/Ivone, Odair/Helena e José/Lalá) e suas
mesas-de-sinuca eram de nível profissional. Para meu pai, a ausência do amigo
Michel foi compensada por mais um udenista na roda da farmácia. Bem mais tarde,
a Vila foi felicitada pelos bisnetos do dono: os talentosíssimos Danton e
Selton Melo, consanguíneos de meus filhos, dos quais e dos irmãos a amorosa
Sônia ajudou a mana Selva a cuidar.
Mais uma
dádiva à cidade: o filho Paulo Reis, o Marolo, além de braço direito do
Sôvinico, se transformou, graças ao usufruto da sinuca, no maior astro deste
esporte no Sul de Minas. Por minha vez, fui colega de ginásio e amicíssimo do
irmão mais jovem Haroldo. Mais que isso, fui namorado adolescente da neta
Sônia, inseparável de minha irmã Neusa e de magnético encanto. Incrível caber
nas duas meninotas tanta meiguice e tanto romantismo!...
Não faz muito
tempo, minha querida prima Helenice me recebeu, junto a amigas, para um
café-da-tarde. Fiquei feliz de reencontrar ali a Sônia, a quem manifestei meu pesar
pelo falecimento do meu amigo Luiz. Ela revelou que proporcionei a ele as
últimas boas risadas de sua vida. Pedia a ela que lesse a lista de apelidos de
meu livro O RISO DOURADO DA VILA. E fez isso por repetidas vezes. Emocionado,
lembrei-lhes quão querida era a família dele, pois fui colega de turma ginasial
do Tião, do Hair e da futura esposa deste, a encantadora Julita. E a bela irmã
deles, Maria Helena, se casou com meu primo Dane.
Eu tinha 13
anos, quando a Neusa e a Sônia aguardaram nossa farmácia fechar e foram
inspecionar um tesouro para elas: a vitrine de perfumes, esmaltes e batons. De
lá vieram com um batom vermelho rutilante. Logo estavam com os lábios de vampe,
me chamando pela casa. Eu estava lendo “A Guerra dos Mundos” (de H. G. Wells) e
as duas me disseram que eu era a cobaia do batom. Cada uma me beijou num dos
lados da face. Fomos para o espelho e achamos lindo! Exigi que limpassem aquilo
e fui para o footing na Rua Direita. Na porta do Sôvinico, quem aparece? A
filha Lalá que me vem cumprimentar e diz: Oh quem te beijou? Quem beijou limpou,
mas a marca ficou! Quem foi? Sendo ela tia da Sônia, fiquei mudo e saí de
fininho. No dia seguinte as duas queriam repetir a coisa com outros batons. Eu
disse que só aceitaria se a Sônia me deixasse beijá-la na boca. Ela deixou e
exclamou: “ delícia!” e eu respondi: “sua boca tem perfume de gardênia...”
Desde então as músicas A LENDA DO BEIJO e PERFUME DE GARDENIA, passaram a ser
nossas, de nós três - e minhas até hoje. Cliquem nos youtubes abaixo.
Em visita a
Nova Friburgo, fui presenteado com três mudas de gardênia e uma delas perfumou
nosso jardim por largo tempo. A Sônia passou em frente e pedi que viesse sentir
aquele perfume. Ela veio e se lembrou de tudo. Sendo ela viúva e eu
desimpedido, beijei-a mais uma vez. E o amor ficou “eterno novamente”.
https://youtu.be/pqowd8ZIFjY?list=RDpqowd8ZIFjY
https://youtu.be/1QTgqPBXil8?list=RD1QTgqPBXil8
https://youtu.be/q8cfnPc7Cx4?list=RDq8cfnPc7Cx4
VOLIBOLISTAS: Renilze, Telma, Maria,
Ivone, Marlene, Hulda, Glória e Sõnia. A Simone, replica da beleza da mãe, me
prometeu fotos adicionais.


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