ASPECTOS DA RELIGIÃO, DA CIÊNCIA E DA SAÚDE NA AMAZÔNIA
João Amílcar Salgado
O escrivão PEDRO
VAZ DE CAMINHA em 1/5/1500 relata a descoberta do Brasil, parecendo simpático
aos índios brasileiros. Diz deles que “A feição deles é serem pardos, um tanto
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas
vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos
traziam o beiço de baixo furado e metido nele um osso verdadeiro, de
comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na
ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que
lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a modo de roque de xadrez. E
trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa, nem lhes põe estorvo no
falar, nem no comer e beber.”
O frade dominicano ANTÔNIO DE
MONTESINOS: Todos vós estais em
pecado mortal. Nele
viveis e nele morrereis, devido à crueldade e tiranias que usais com estas
gentes inocentes. Dizei-me, com que direito e baseados em que
justiça, mantendes em tão cruel e horrível servidão os índios? –
Sermão do Advento de 21-12-1511, na Ilha de São Domingos.
ANTÔNIO VIEIRA em 1634, ao fazer os três
votos exigidos para o sacerdócio jesuíta, acrescentou um quarto voto: o de
dedicar a sua vida aos escravos, negros e índios, do Brasil. Para tanto, passou
a falar as línguas tupi-guarani e quimbundo. Em 1652 percorreu a floresta
amazônica e, por discordar da escravidão de indígenas e africanos, foi forçado
a embarcar do Maranhão para a Europa, em 1661.
O
cientista CHARLES-MARIE DE LA CONDAMINE, de 1719 a 1735, com a missão de medir
os três primeiros graus do meridiano, percorre a Amazônia e numa aldeia às
margens do rio, cuida de uma epidemia de varíola.
O
geógrafo ALEXANDER VON HUMBOLDT e o botânico
AIMÉ BONPLAND iniciam em 1799 sua célebre viagem pelas Américas.
O naturalista galês ALFRED WALLACE descobriu,
em 1858, que cada margem dos rios amazônicos possuía sua população peculiar do
mesmo macaco. Essa descoberta é anterior ou concomitante às conclusões de
Darwin sobre a origem das espécies.
Em 1861, o imigrante alemão FRITZZ
MUELLER confirma, em crustáceos do litoral catarinense, no Brasil, a teoria de
Darwin e se corresponde com ele; Darwin então o cita nas edições posteriores de
A Origem das Espécies.
Em 1861 o poeta ANTONIO GONÇALVES DIAS
percorre o Rio Negro e escreve diário e relatório dessa viagem.
O sábio mineiro DOMINGOS SOARES
FERREIRA PENNA, em 1883, funda o Museu Paraense, depois denominado Emilio
Goeldi.
O zoólogo suiço EMÍLIO
GOELDI, executa completa organização no Museu Paraense, a partir de 1894.
Em 1906, três anos antes de
descobrir a doença de Chagas, Carlos Chagas descobre a transmissão
intradomiciliária da malária, em viagem pela Amazônia.
Em 1907, Euclides da Cunha
descreve a Amazônia como PARAISO PERDIDO.
Em 1912 o paraense Gaspar
Vianna descobre a cura da leishmaniose – o primeiro tratamento quimioterápico
da história da medicina.
Em 11/11/1936 surge o
INSTITUTO EVANDRO CHAGAS (nome dado em homenagem ao filho do descobridor Carlos
Chagas) em Belém, Pa
Em 1937, o sábio mineiro Afonso
Arinos de Melo Franco publica o livro O ÍNDIO BRASILEIRO E A REVOLUÇÃO
FRANCESA - AS ORIGENS BRASILEIRAS DA TEORIA DA BONDADE NATURAL
O alemão
Curt Nimuendajú publica, em 1944, o MAPA
ETNO-HISTÓRICO DO BRASIL E REGIÕES ADJACENTES
Em 1967
o médico mineiro Antonio da Silva Melo publica o livro A SUPERIORIDADE DO
HOMEM TROPICAL
Em 1979
Eduardo e Heloisa Manzano criam as CARTILHAS COMUNITÁRIAS de PORTO NACIONAL
Em 1984
a paraense Maria Deane e sua equipe documentam A URINA DE GAMBÁ como
transmissora da doença de Chagas.
Em 1985
o paraense Wladimir Lobato Paraense é reconhecido como a maior autoridade
mundial em malacologia aplicada à saúde.
Em 1990
Jeremy Wade documenta a tribo amazônica dos Matis como IMUNE AO PORAQUÊ.
Em 30 de
março de 2005 ficou confirmado que 26 pessoas foram contaminadas por doença de
Chagas, após a ingestão de SUCO DE AÇAÍ, na localidade de Igarapé de Fortaleza,
próxima a Macapá, AP.
Em
14/9/21 Sebastião Salgado apresenta sua exposição internacional AMAZÔNIA.
São 200 painéis fotográficos sobre a região, exibida na
5ª reunião por videoconferência do Observatório
do Meio Ambiente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), transmitida até Paris e internacionalmente via YouTube