FEMINICÍDIO
EM 1437
Em texto anterior falei de Linus Pauling e do caso de
Coqueiral. Aproveito para relatar um feminicídio ocorrido há quase 600 anos, em
março de 1437. Tal escândalo faz parte da história de um dos ramos de minha
família. João Gonçalves Gomide, de volta de expedição real, soube da traição da
esposa. Teve um acesso de fúria e assassinou Leonor Vaz de Albuquerque, bisneta
do rei D. Diniz, com quem era casado, sendo genitores dos órfãos Isabel,
Gonçalo, Lopo e Tereza. Isabel é mãe de Afonso de Albuquerque, vice-rei da
Índia e temido entre os chineses como “Leão dos Mares”. O marido feminicida foi
degolado em praça pública, em Évora, e os filhos foram proibidos de assinar o
sobrenome Gomide, substituído pelo Albuquerque materno. Quem viajar a Lisboa
deve visitar a mansão da família Gomide-Albuquerque, hoje museu Saramago.
Pedro Álvares Cabral pertence ao tronco Gomide e pode ter
sido comandante por influência de Afonso. Conforme Marcos Figueiredo, teve seu
Álvares abreviado para Alves, subsistente nos Alves Vilela, Alves Carrilho,
Alves Figueiredo, Alves Taveira, Alves Garcia, Alves Coutinho e outros, no Sul
de Minas. Camões faria Afonso herói de Os Lusíadas, mas o substituiu por
Vasco da Gama, por causa do episódio na família. Há quem indique ser a palavra
Gomide derivada de Goldschmidt ou Goldsmith (ourives), neste caso pertencente à
macro-linhagem Ferreira-Mendo-Meir.
Em Nepomuceno, são Gomide os descendentes do casal
Joaquim Alves Vilela e Amélia Ribeiro de Oliveira Costa (Correa Lima pela mãe).
Joaquim (Major Quinca) é filho (único do
lado Vilela e meio irmão dos do lado Cardoso) de Laura Gomide. Assim, os Gomide
da Vila são os Cardoso Vilela, Vilela Teixeira, Vilela Correa, Vilela
Salgado e parte dos Vilela Lima.
Em
20/9/2000 o jornalista Antônio Pimenta Neves assassinou a também jornalista
Sandra Gomide - feminicídio clamorosamente impune e o segundo célebre, em
séculos, na família Gomide.