O BAR DO SÔVINICO
JOÃO AMÍLCAR SALGADO
Quando
o célebre Bar do Michel foi fechado, a Vila foi brindada com o Bar do Sôvinico
(Alvim Reis), com duas ótimas notícias: as filhas do dono eram lindas (três
delas casadas com parentes meus) e suas mesas de sinuca eram de nível
profissional. Para meu pai, a ausência do amigo Michel foi compensada por mais
um udenista na roda da farmácia. Bem mais tarde, a Vila foi felicitada pelos bisnetos
do dono: os talentosíssimos Danton e Selton Melo, consanguíneos de meus filhos.
Mais
uma dádiva à cidade: o filho Paulo Reis, o Marolo, além de braço direito do Sôvinico,
se transformou, graças ao usufruto do sinuca, no maior astro deste esporte no
Sul de Minas. Por minha vez, fui colega de ginásio e amicíssimo do irmão mais
jovem Haroldo. Mais que isso, fui namorado adolescente da neta Sônia,
inseparável de minha irmã Neusa e de magnético encanto.
Nós,
a molecada da cidade, queríamos copiar a elegância e as jogadas mágicas do
Paulo. No Colégio Marista, os colegas sinuqueiros pediam que repetíssemos a
legenda do Marolo. Quando surgiram os canais de sinuca no vídeo, foi como se eu
revivesse todo aquele mundo. Passei a assistir da cama coisa muito melhor. Vejo
tudo confortavelmente, em vez de no salão varginhense, onde fui fumante passivo
por inúmeras horas e, pior, com medo de que chegasse o delegado Rogedo, para
prender os menores de idade. Pelas tramas da vida, foi com emoção que topei o
José Carlos, filho do Rogedo, hoje ilustre médico, entre meus alunos na
faculdade.
Fiquei
fã de vários sinuqueiros do vídeo, entre eles, os nossos Rui Chapéu e Baianinho,
a quem acrescento o filipino Efren Reyes:
https://youtu.be/yg4JiMGYq0ohttps
NOTA: espero que a família, o Serginho
ou o Nilo me consigam pelo menos as
fotos do Sôvinico , do Paulo e do bar.