DA
IRA À FÚRIA
João
Amílcar Salgado
Depois principalmente do ataque às
Torres Gêmeas, EUA, em 11/9/2001, os estudos de psiquiatria coletiva incluem a
busca da prevenção e da neutralização de iniciativas terroristas, sobretudo
suicidas, surgidas entre grupos de fanáticos ou do chamado lobo solitário. A
urgência para tais métodos se agigantou depois daquele ano, decorrente da rede
planetária de comunicação via internete.
A atenção maior então se volta para
fatores que ativem e agucem a ira
terrorista, fazendo-a passar de ira a fúria. Por exemplo, o remorso grupal pela
inocultavel desigualdade social, pode ser fator de apelo ao terror. Se essa
desigualdade for mostrada com contundência, então a ira e a fúria se
manifestam, sempre sob pretextos esfarrapados.
Diante disso, o impacto da comovente cena
da transmissão da faixa presidencial se revelou insuportável para aqueles em
situação de ira e fúria iminentes. A resposta aos consequentes vandalismo e
terrorismo pode ser tão insuportável ou mais: a posse da índia Sônia Guajajara
no ministério dos POVOS INDÍGENAS, a posse da Anielle Franco, irmã da
assassinada Marielle, no ministério da IGUALDADE RACIAL e a promulgação da lei
que acaba com a espúria distinção entre injúria racial e racismo. Ainda mais
que a Sônia tomou posse cantando o hino nacional no idioma ticuna.

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