João Amílcar Salgado

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

 


DA IRA À FÚRIA

João Amílcar Salgado

Depois principalmente do ataque às Torres Gêmeas, EUA, em 11/9/2001, os estudos de psiquiatria coletiva incluem a busca da prevenção e da neutralização de iniciativas terroristas, sobretudo suicidas, surgidas entre grupos de fanáticos ou do chamado lobo solitário. A urgência para tais métodos se agigantou depois daquele ano, decorrente da rede planetária de comunicação via internete.

A atenção maior então se volta para fatores que ativem e agucem  a ira terrorista, fazendo-a passar de ira a fúria. Por exemplo, o remorso grupal pela inocultavel desigualdade social, pode ser fator de apelo ao terror. Se essa desigualdade for mostrada com contundência, então a ira e a fúria se manifestam, sempre sob pretextos esfarrapados. 

Diante disso, o impacto da comovente cena da transmissão da faixa presidencial se revelou insuportável para aqueles em situação de ira e fúria iminentes. A resposta aos consequentes vandalismo e terrorismo pode ser tão insuportável ou mais: a posse da índia Sônia Guajajara no ministério dos POVOS INDÍGENAS, a posse da Anielle Franco, irmã da assassinada Marielle, no ministério da IGUALDADE RACIAL e a promulgação da lei que acaba com a espúria distinção entre injúria racial e racismo. Ainda mais que a Sônia tomou posse cantando o hino nacional no idioma ticuna.

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