PEDRO
I COMPOSITOR
Em
“O RISO DOURADO DA VILA” (2020), digo que a elite europeia do século 19 ficou
tuberculosa e, não havendo ainda medicamento eficaz, simplesmente glamurizou a
doença - no teatro, na ópera e em livro: A DAMA DAS CAMÉLIAS (Dumas, 1848), LA TRAVIATA
(Verdi, 1853), O DILEMA DO MÉDICO (Shaw, 1906) A MONTANHA MÁGICA (Mann, 1924) e
O MOLEQUE RICARDO (Rego, 1935). Estudei então o efeito erótico da infecção. O
caso mais impressionante é o de Pedro 1º. Fui presenteado em Portugal com o
livro que transcreve sua necrópsia. O homem foi devastado pela tuberculose e
ainda assim foi insaciável mulherengo. Agora a cravista brasileira Rosana
Lanzelotte lança um livro muito importante, que documenta ter sido ele multi-instrumentista
(clarim, flauta, violino, fagote, trombone e cravo) e compositor de hinos
profanos e religiosos e até de modinhas. As que dedicou à Marquesa de Santos
foram destruídas ou ocultadas. O
religioso irlandês Robert Walsh, em 1829, disse dele: “A atividade a que ele mais se devota é
a música, pela qual ele desenvolveu, em uma idade precoce, uma forte
predileção, e mostrou um decidido talento. Ele não apenas aprendeu a tocar uma
variedade de instrumentos, mas compôs, eu fui informado, muitas das músicas
para a capela de seu pai; e a peça mais popular agora no Brasil, tanto as
palavras quanto a música são de sua composição, atestando seu talento”. Era
também dançarino do fado luso-cigano, da modinha brasileiro-lusa e do lundu
angolano. Paulo Rezzutti no livro “DOM PEDRO – A HISTÓRIA NÃO CONTADA”
(2015) documenta tudo isso, mas seu livro não teve a repercussão que tem agora
a pesquisa da Rosana.
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