João Amílcar Salgado

sábado, 23 de dezembro de 2023

 


CAUSOS CAUSADORES DE APLAUSOS

João Amílcar Salgado

Minhas lembranças em O RISO DOURADO DA VILA (2020) ficariam diminuídas se faltasse o que digo ali das famílias Menezes, Junqueira e Unes. Essa gente ficou inesquecível para mim pela comovente amizade entre meu pai e o João Menêis, o José Junqueira e o Alfredo Unes. Joãozinho, o neto do Menêis, se casou com a Vilma, também Menezes, e se revelou um dos maiores intelectos da Vila, abrilhantado ainda mais por indisputável memória. Sem sua ajuda, ficariam incompletos pelo menos três livros, o da Denise Garcia, OS GARCIA FRADES (1990), e os meus NEPOMUCENO - SINTESE HISTÓRICA (2017) e o citado RISO. Acrescento que a Vilma concorria em tais dotes com o esposo, os quais ela herdou de seu inapagável pai, meu padrinho Vavico. No caso do Joãozinho, seu DNA intelectual vem do avô Menêis, que foi meu fundamental guru - raro fenômeno de esfuziante memória iletrada. Estudei nele o reforço da verbalização pela abolição da gesticulação, pois falava fascinante e incansavelmente, sentado imóvel, com as mãos presas sob as coxas. Já o José Junqueira e meu pai, amigos de juventude, foram os galãs da Vila, causadores de paixões ostensivas ou bem disfarçadas. De meu lado, aos dez anos, me apaixonei por minha linda professora Cidinha, nada menos que a filha do Junqueira. Odiei seu noivo, o competentíssimo engenheiro José Unes, quando ela nos comunicou que deixaria de ser nossa mestra, para preparar o casório. O Zé Unes se imortalizou no episódio pedagógico ocorrido quando foi professor de matemática. É causo que causou aplauso, quando o descrevi aos especialistas da UFMG.  E quem era pai deste outro Zé? Nada menos que o veloz enxadrista Alfredo Unes, outro queridíssimo companheiro da saudosa juventude dourada da Vila.  A finalíssima do campeonato de dama, em que um UNES enfrentou um AntUNES, foi relatada por mim a boquiabertas plateias locais e no exterior. Para completar - as façanhas de meu imenso amigo Barão, filho do primeiro José, eu as releio com os olhos úmidos, me perguntando por quê nos deixou tão cedo...

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