João Amílcar Salgado

domingo, 19 de janeiro de 2025

 

HOMENAGEM A SEBASTIÃO LOPES PEREIRA

João Amílcar Salgado

A competição pelo ENEM (1998) e pelo SISU (2010), acaba trazendo à internete uma espécie de olimpíada de redação, de matemática e de ciências. Isso me faz homenagear meu queridíssimo amigo e colega, desde o exame vestibular, Sebastião Lopes Pereira. Eu disse dele: soberano tanto no vernáculo como na clínica geral, na pediatria e na anestesia. Conheci-o no “cursinho do Guerra”, quando ficou famoso por vencer um desafio de gramática feito pelo filólogo Hilton Cardoso, cujo prêmio era um cafezinho. Nasceu na mineiríssima cidade de Coimbra, sobrenome do fundador Manoel, vizinha a Viçosa. A Coimbra sertaneja tem, pois, um filho cujos atributos intelectuais impõem necessária relação com a tradição culta acumulada às margens do luso Mondego. Após o vestibular, indiquei-o para meu substituto como professor de redação no curso pré-médico, criado por nós no diretório acadêmico. Ele ali foi uma das estrelas do esplêndido corpo docente, tendo a seu lado, Ângelo Machado, Marcos dos Mares Guia, Armando Gil, Lineu Freire Maia e Jáder Siqueira, cujos QIs somados chegavam a perto do mil. Esse nosso cursinho – público, democrático e destinado aos vestibulandos sem recursos - causava inveja não só ao José Guerra Pinto Coelho, mas ao Mário de Oliveira, donos dos cursinhos privados de então, ambos meus enaltecidos professores no Colégio Estadual.

O interesse pela medicina e pela objetividade levou o Sebastião inicialmente para a clínica pediátrica, quando foi interno no Hospital São Vicente, ao lado do José Costa Val, do João Cândido dos Santos e da Penha Campos. A seguir, adicionou a seu preparo a ciência e a técnica da anestesia, aproveitando sua especial afinidade pela farmacologia. Exerceu-a ao lado de grande amigo comum, Erivaldo Couto, da turma e 1959 de nossa Faculdade, no Hospital Sara Kubitschek e no Hospital Maria de Lourdes Drummond, ao mesmo ttempo em que  atendia pediatria no sistema estadual de saúde. Nisso fez parte de minha inspiração para a proposta da equipe mínima de três médicos para cidades do interior, na qual o pediatra acumula a anestesia.

O petequista Sebastião se casou com a Célia Azevedo, bisneta do Coronel Manoel Alves de Azevedo, o legendário Mané Marreco da fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio, próxima a Nepomuceno - daí minha alegria de, sendo parente dela, ser contraparente do Tião. Estudo a legenda do Marreco, de quem meu avô João de Abreu Salgado era compadre e de cujas duas esposas era consanguíneo.  Por outro lado, para além de Ferreiras de Brito e de Azevedos, estudo as ascendências de qualquer Lopes e qualquer Pereira do mundo. Tenho dados que remetem os Pereira à família real e os Lopes a nada menos que Miguel de Montaigne, com quem, aliás, o Sebastião Lopes tem muitos pontos em comum.

 

 

 

 

 

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