HOMENAGEM A
SEBASTIÃO LOPES PEREIRA
João Amílcar Salgado
A competição
pelo ENEM (1998) e pelo SISU (2010), acaba trazendo à internete uma espécie de
olimpíada de redação, de matemática e de ciências. Isso me faz homenagear meu
queridíssimo amigo e colega, desde o exame vestibular, Sebastião Lopes Pereira.
Eu disse dele: soberano tanto no vernáculo como na clínica geral, na pediatria
e na anestesia. Conheci-o no “cursinho do Guerra”, quando ficou famoso por
vencer um desafio de gramática feito pelo filólogo Hilton Cardoso, cujo prêmio
era um cafezinho. Nasceu na mineiríssima cidade de Coimbra, sobrenome do
fundador Manoel, vizinha a Viçosa. A Coimbra sertaneja tem, pois, um filho
cujos atributos intelectuais impõem necessária relação com a tradição culta
acumulada às margens do luso Mondego. Após o vestibular, indiquei-o para meu
substituto como professor de redação no curso pré-médico, criado por nós no
diretório acadêmico. Ele ali foi uma das estrelas do esplêndido corpo docente,
tendo a seu lado, Ângelo Machado, Marcos dos Mares Guia, Armando Gil, Lineu
Freire Maia e Jáder Siqueira, cujos QIs
somados chegavam a perto do mil. Esse nosso cursinho
– público, democrático e destinado aos vestibulandos sem recursos - causava
inveja não só ao José Guerra Pinto Coelho, mas ao Mário de Oliveira, donos dos
cursinhos privados de então, ambos meus enaltecidos professores no Colégio
Estadual.
O interesse
pela medicina e pela objetividade levou o Sebastião inicialmente para a clínica
pediátrica, quando foi interno no Hospital São Vicente, ao lado do José Costa
Val, do João Cândido dos Santos e da Penha Campos. A seguir, adicionou a seu
preparo a ciência e a técnica da anestesia, aproveitando sua especial afinidade
pela farmacologia. Exerceu-a ao lado de grande amigo comum, Erivaldo Couto, da
turma e 1959 de nossa Faculdade, no Hospital Sara Kubitschek e no Hospital Maria
de Lourdes Drummond, ao mesmo ttempo em que
atendia pediatria no sistema estadual de saúde. Nisso fez parte de minha
inspiração para a proposta da equipe mínima de três médicos para cidades do
interior, na qual o pediatra acumula a anestesia.
O petequista
Sebastião se casou com a Célia Azevedo, bisneta do Coronel Manoel Alves de
Azevedo, o legendário Mané Marreco da fazenda Ariadnópolis, em Campo do Meio,
próxima a Nepomuceno - daí minha alegria de, sendo parente dela, ser
contraparente do Tião. Estudo a legenda do Marreco, de quem meu avô João de
Abreu Salgado era compadre e de cujas duas esposas era consanguíneo. Por outro lado, para além de Ferreiras de
Brito e de Azevedos, estudo as ascendências de qualquer Lopes e qualquer
Pereira do mundo. Tenho dados que remetem os Pereira à família real e os Lopes
a nada menos que Miguel de Montaigne, com quem, aliás, o Sebastião Lopes tem
muitos pontos em comum.
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