O APLAUSO AO ATLÉTICO
MINEIRO CONTINUA
João Amílcar Salgado
Hà
também múltipla relação entre o Galo e Nepomuceno. Na história do clube, médicos
sírio-libaneses ocupam lugar especial, já que o ortopedista Neilor Lasmar e seu
filho Rodrigo chegaram a médicos da seleção brasileira. Acontece que a família
Lasmar está presente em três cidades mineiras, Bambuí, Piumi e Nepomuceno. Em O
RISO DOURADO DA VILA (2003) aparecem a dona Dalila Lasmar Mansur, seus
filhos e seu irmão Frederico Lasmar, este a quem atribuo a invenção do mito do
super-homem, depois aproveitado por Holywood. De Piumi é Jorge Lasmar, meu
amigo e colega, historiador da maçonaria. De Bambui é José Elias Lasmar, o
Juquita, também outro grande amigo - e colega tanto na medicina como no estudo
da doença de Chagas. O Juquita, pai do Neilor e avô do Rodrigo, é também
contra-parente de meu tio Aprígio, pois é casado na família Pace.
Quando me formei, trabalhei com um excelente ortopedista
e clínico, o Abdo Arges, cujo auxiliar era o Haroldo Lopes da Costa – um era
médico do Galo e outro seu craque-médico. Outro árabe foi presidente do
atlético, o Paulo Curi, que tem interessante ligação com a Vila através do
Marcly Vilela. Ambos estudavam em Alfenas, o Paulo odontologia e o Marcly
farmácia, e eram craques do time da faculdade. O primeiro me disse que meu
primo, apelidado ali de Roy Rogers, foi, apesar da menor
estatura, o melhor goleiro que conheceu. Paulo é de Campestre, onde foi
alfabetizado pela notável educadora Maria José de Pádua Duca, prima de meu pai.
Mais um árabe indissociável do Galo é Adelmar Cadar, amicíssimo meu e triplo
colega: na medicina, no humor e nas letras. O Abdo e o Paulo foram vítimas de
intrigas cruéis, perfidamente injustas.
Por
último, mas não o menos importante, vem o Roberto Drummond, ligado à Vila
através da carreira de nosso artista Jarbas Juarez. Há a lenda de que seu livro
HILDA FURACÃO (1991) surgiu de nossa conversa na barbearia do Gonçalves,
sobre o romantismo dos anos dourados. Foi quando mencionei a fofoca anti-esquerdista
de que o frei Mateus teria frequentado furtivamente a zona boemia. E o Roberto,
como tremendo ficcionista, teria exclamado: vou ligar o frei à Hilda. Minha arriscada
proposta era mais que isso: incluir no enredo a hipótese ficcional de que a
Hilda era neta ou bisneta do bandoleiro nepomucenense Urias Maia.
O querido Roberto está ligado para sempre à história do
Atlético Mineiro pelo tropo: SE HOUVER UMA CAMISA PRETA E BRANCA PENDURADA NO
VARAL DURANTE UMA TEMPESTADE, O ATLETICANO TORCE CONTRA O VENTO.