João Amílcar Salgado

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

 

THOMAS LOVEJOY

João Amílcar Salgado



Se o heróico José Maria Rabelo morreu em 29/12, antes dele, no dia de natal, faleceu o também herói deste século Thomas Lovejoy (Nova Iorque22 de agosto de 1941 — Washington25 de dezembro de 2021). Segundo a Wikipedia, foi um ambientalista e biólogo norte-americano especializado em conservaçãoecologia e biologia tropical. Fez estudos superiores na Universidade de Yale, desde 1965 trabalhou principalmente no Brasil, e em sua distinta carreira ocupou posições de destaque. Entre 1973 e 1987 dirigiu a seção norte-americana do World Wildlife Fund, e de 1985 a 1987 foi seu vice-presidente internacional. Presidiu o Heinz Center for Science, Economics, and the Environment, foi conselheiro dos presidentes Reagan, Bush e Clinton, do Instituto Smithsonian, dos jardins botânicos de Nova Iorque e de Londres, conselheiro-chefe do Banco Mundial para biodiversidade e seu principal especialista sobre o ambiente latino-americano, presidiu a Society for Conservation Biology, foi conselheiro do Yale Institute for Biospheric Studies e desde 2010 deu aulas na Universidade George Mason. No Brasil sua atuação se desenvolveu junto ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, sendo o principal responsável por um projeto de grande escala que investiga o funcionamento de fragmentos florestais e os efeitos do desmatamento sobre a ecologia regional. Preparou muitos mestres e doutores. Foi membro de muitas associações e sociedades científicas, incluindo a American Academy of Arts and Sciences, a American Association for the Advancement of Sciences, a American Ornithologists' Union, a American Philosophical Society, a Royal Society e a Linnean Society of London. Foi membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências.  Foi considerado um dos principais líderes do movimento ambientalista e o "pai da biodiversidade", termo que ele cunhou (originalmente como "diversidade biológica"), foi um pioneiro na biologia da conservação, elucidou o conceito de Tamanho Mínimo Crítico para os ecossistemas, e foi uma figura importante para chamar a atenção internacional para os problemas ambientais da Amazônia. Também ganhou notoriedade na década de 1970 com suas previsões sobre uma possível extinção em massa decorrente da destruição ambiental.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 


JOSÉ MARIA RABELO FAZ LEMBRAR JOSÉ NILO TAVARES

João Amílcar Salgado

Recebi este comentário: "Bela homenagem, João! Lembro-me de que, aos 15 anos, recém-chegado (de São Gotardo) a BH, lia o BINÔMIO (pelo menos a primeira página, pendurado em bancas de revista, porque não tinha um tostão no bolso). Era dirigido pelo José Maria Rabelo e por Euro Arantes. O Zé Maria tornou-se meu herói, ao trocar socos e tapas com um tal de General Punaro Bley. Outro dia fiquei pensando por que os bons morrem muito mais que os canalhas. É que estes já estão mortos por dentro. São, como diz o poeta, "cadáveres ambulantes que procriam". Um vasto abraço do Antônio Sérgio."

CARO ANTONIO, O AUTOR DA REPORTAGEM SOBRE PUNARO BLEY FOI MEU CONTEMPORANEO NO COLEGIO MARISTA EM VARGINHA: O JOSE NILO TAVARES – UM LÍDER MUITO PARECIDO COM O BETINHO. ELE FOI ESCALADO PARA DOCUMENTAR NAS PÁGINAS DO BINOMIO O PASSADO NAZISTA DE BLEY. ESTE SAIU DO QUARTEL COM O BINOMIO NA MÃO PARA OBRIGAR O ZÉ NILO A ENGOLIR A EDIÇÃO INTEIRA. SUPUNHA QUE ERA DESSSES JORNALISTAS FRANZINOS E É RECEBIDO PELO GRANDÃO ZÉ MARIA, QUE DISSE AO GENERAL SER O RESPONSÁVEL POR TUDO O QUE ESTAVA ALI ESCRITO. ENTÃO O MILITAR VEIO COM A PAPELADA NA DIREÇÃO DA BOCA DO MEU PRIMO E ESTE ACABOU DANDO UMA SURRA NO AGRESSOR. QUANDO SEUS OFICIAIS O ENCONTRARAM TÃO AMARROTADO, INVADIRAM O EDIFÍCIO E JOGARAM TUDO QUE HAVIA NA REDAÇÃO DA JANELA LÁ EM BAIXO. O ZÉ MARIA JÁ TINHA LEVADO O ARQUIVO DO JORNAL PARA UM ESCONDERIJO EM CAMPOS GERAIS.Na abertura democrática, o Carlo Fatini e eu reintegramos o varginhense Zé Nilo à UFMG. Ele e eu escreveríamos um livro sobre o nacionalista Artur Bernardes, quando ele cedo faleceu. Felizmente saiu uma coletânea em sua memória

 JOSÉ MARIA RABELO - JORNALISTA REVOLUCIONÁRIO

João Amílcar Salgado

JOSÉ MARIA RABELO, falecido em 29/12/21, nascido em Campos Gerais e primo dos Rabelo e dos Abreu Salgado de Nepomuceno, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros, Ficou célebre como um dos criadores do jornal BINOMIO. Para quem quiser conhecê-lo melhor há os livros BINÔ


MIO - EDIÇÃO HISTÓRICA e OS CAMINHOS DO EXÍLIO (este em co-autoria com a Teresa sua esposa). No exílio abriu uma livraria em Paris, ponto de encontro dos exilados da ditadura. Visitei a livraria deste, além de primo, querido amigo

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

 


NEGACIONISMO ANTI-CHAGAS

João Amílcar Salgado

O erudito pediatra Paulo Pimenta lembra oportunamente o atual negacionismo anti-científico, comparado ao negacionismo contra a descoberta da doença de Chagas. Minha resposta ao Paulo é a seguinte.

Sua mensagem me chega no momento quando mando para a gráfica o livro intitulado DOENÇA DE CHAGAS – O CASO BERENICE. O texto vem sendo escrito desde 1961, até que surgiu o projeto genoma. Então decidi só publicar o livro com o genoma do tripanosoma que isolei da Berenice, apelidado de cepa Berenice. Assim, um dos capítulos é este. Outro capítulo é sobre a controvérsia negacionista, que foi revivida num debate aqui, quando quatro indivíduos, querendo aparecer, diminuíram meu depoimento sobre o prêmio Nobel a Chagas. Acusei-os de negacionistas e fiz uma observação que os deixou deste tamaninho: desses hereges metidos a sábios, nenhum é mineiro da gema, pois um deles é carioca e os outros três são alienígenas. No livro, a ser lançado em breve, revelo o estudo inédito que fiz sobre o despeito rancoroso de Afrânio Peixoto contra Chagas, resultante do despeito dos baianos contra os paraibanos, depois da posse de Epitácio no lugar que seria de Rui Barbosa. Acontece que as famílias Pessoa e Chagas eram intimamente ligadas. Enfim posso escrever um ou mais livros sobre o negacionismo em ciência e em tudo o mais.

João Amílcar Salgado

domingo, 26 de dezembro de 2021

 


BISPO TUTU – PROFESSOR HONORIS CAUSA DA UFMG

João Amílcar Salgado

 

              Em 21-5-1987, o bispo Tutu recebeu o título de professor honoris causa  da UFMG. Em reunião na reitoria, discutimos a programação da visita dele à Universidade e quando levantamos a possibilidade de, na oportunidade, dar-lhe o título honoris causa, houve nítida reação de desagrado de parte dos presentes, que inclusive deram a desculpa de que havia uma burocracia a ser cumprida e que não daria tempo. Alguém disse: será que esse preto merece tão alto título? Pois bem, foi uma das coisas mais emotivas que aconteceu nesta instituição. No gabinete da reitoria, saboreávamos o coquetel de recepção, quando todos fomos para as janelas, pois iniciava-se vibrante batuque, executado uníssono, ali no pátio em frente, por quase todos os grupos de congado de Minas. A seguir descemos para diante de um palanque. Nele o bispo Tutu, acompanhado de padres negros e mulatos, e também de oficiantes  de várias religiões, concelebrou arrepiante Missa Conga. Só mesmo Cid Veloso, o primeiro reitor federal eleito pelo voto direto, poderia ter-nos brindado com tão inesquecível cena. Hoje, com o falecimento de Tutu neste natal, 26/12/21, relembro que minha participação nesta façanha foi o ponto mais alto de minha atuação no poder central de minha Universidade.

 

sábado, 25 de dezembro de 2021

 


TRISTE PÁGINA

João Amílcar Salgado

Se o Brasil fosse um país sério e se não estivesse, como agora, brincando à beira de um precipício, o Conselho Federal de Medicina já estaria cuidando de gravíssimo processo para punir o ministro da saúde.  E a Sociedade Brasileira de Cardiologia já teria expulso de seus quadros o mesmo ministro, que dela incrivelmente consta como presidente licenciado. Sou historiador da medicina brasileira e autor de estudo sobre a criação efetiva dos Conselhos de Medicina, em 1958, pelo médico mineiro JK, então Presidente da República. E sendo historiador da medicina mineira, também sou autor de estudo sobre a criação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, pelo mineiro Dante Pazzanese, em 1943. As inconcebíveis atitudes negacionistas desse ministro no enfrentamento da atual pandemia ficarão como triste página da memória da saúde, nacional e mundial.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

 


AINDA MAIS OUTRO APLAUSO AO ATLÉTICO MINEIRO

João Amílcar Salgado

No aplauso ao Atlético, merecem ser lembrados os uruguaios MAZURKIEWICZ e CINCUNEGUI, que jogaram no time, na década de 70 do século passado. O primeiro era goleiro e o segundo lateral e apontados como os melhores do mundo. O argentino Perfumo nessa época jogou no Cruzeiro, também apontado como o melhor zagueiro mundial. Meus filhos, Carlos e João, e meus sobrinhos, se habituaram com a presença dos dois uruguaios  e o argentino nos finais de semana, no clube Umuarama. O clube tinha área enorme, mas a maior parte se transformou em favela.  Lamento até hoje a desativação do Umuarama, injustificável e obscura. Ali reencontrei amigos como Ronaldo Correa, Luiz Eduardo Gonzaga, Raimundo Bastos, Edvar Cota, Aparício Assis e Luiz Carneiro.   Curiosamente, era um ponto único de recreação de desportistas e cientistas, entre estes Eurico Figueiredo, Ângelo Machado, Carlos Diniz, Ênio Cardillo, José de Souza Andrade,  Aloisio Sales Cunha, Aprígio Salgado, Ibraim Heneine, José Malheiros e Romeu Cançado.  Para os menos informados, o goleiro MAZURKIEWICZ é aquele que por um triz não leva incrível gol do Pelé na Copa de 70 (vídeo anexo). Sobre o Perfumo, o caso mais marcante é sua estreia cruzeirense em Salvador, que deixou de acontecer, porque alguém sabotou sua comida no hotel com azeite de dendê.  

https://youtu.be/2B-Rcp7BXlY