João Amílcar Salgado

terça-feira, 22 de outubro de 2024

 


PROJETO PÃO DO POVO ANTECEDIDO PELO PÃO DOS POBRES DE NEPOMUCENO

Em Nepomuceno, o doutor Juca (médico José Augusto de Oliveira Lima diplomado em 1911) integrou a Associação Beneficente PÃO DOS POBRES e foi o primeiro provedor da Santa Casa. O PÃO DOS POBRES foi fundado em 1908 por Francisca Custódio da Costa, Ana Idalina de Oliveira Lima, Alexandrina Custódio de Souza Costa, Maria de Paula Silva, Maria Elisa de São José de Lima, Clara Custódio da Veiga, Cristina de Resende Lima e Helena Alves do Espírito Santo. Daí resultaram a Santa Casa e logo a seguir as casinhas do Asilo, construídas em terreno doado pelo doutor Juca, atrás do qual ele doou lotes para famílias carentes e ainda construiu o campo de futebol dos “morenos”.  O asilo surgiu ali em torno da cruz erguida pelo padre João Tomás de Souza, em 1853.  A Santa Casa foi criada em 1916. O efetivador de fato do Pão dos Pobres foi o notável filantropo Joao Bernardes dos Reis. Sua incansável dedicação lhe valeu o apelido popular de João Pão. Em outubro de 2024, dois outros brasileiros Ricardo Frugoli e Carlos Augusto Monteiro são reconhecidos pela ONU por magníficas iniciativas ligadas ao pão.

Ricardo por seu projeto PAO DO POVO DA RUA alcançou o prêmio FoodHero 2024 da ONU, em Roma, por ter inventado e distribuir um pão que é macio, inclusive para desdentados, prolongadamente gostoso e excepcionalmente nutritivo. Já Carlos ficou célebre por seu estudo sobre a classificação alimentar em 4 grupos: 1) alimentos in natura e minimamente processados, 2) ingredientes culinários processados, 3) alimentos processados e 4) alimentos ultraprocessados.

O PÃO DOS POBRES nepomucenense está diretamente relacionado ao parentesco das principais famílias com a família ALVES BULHÕES  TAVEIRA, tronco luso do franciscano SANTO ANTÔNIO (nascido Fernando), o santo do pão. A Vila é o maior reduto de TONINHOS até agora conhecido.

 

domingo, 13 de outubro de 2024

 


ARMÍNIO FRAGA E CARLOS AMÍLCAR SALGADO

João Amílcar Salgado

O avô do economista Armínio Fraga tinha o mesmo nome do neto. Era dermatologista e irmão do famoso professor Clementino Fraga, colega e amigo de Carlos Chagas, citado por Pedro Nava. Assim o economista é sobrinho neto do Clementino e primo do Clementino Filho, colega e amigo do João Amílcar Salgado.  Armínio, cidadão ianque e brasileiro, é apontado como o mais respeitado economista do Brasil. Na foto, Armínio, Carlos, Paulo Rebello, Eliete Bouskela e Fábio Baccheretti.  Evento promovido pelo professor e pesquisador Rudi Rocha, da FGV e do IEPS. O primeiro Clementino Fraga consta do livro A PACIENTE BERENICE DA DOENÇA DE CHAGAS (2024), ora em lançamento.

sábado, 12 de outubro de 2024

 


HIROSHIMA E O PRÊMIO NOBEL DA PAZ

João Amílcar Salgado

Em outubro de 1985 o grupo  MÉDICOS INTERNACIONAIS PARA A PREVENÇÃO DA GUERRA NUCLEAR (IPPNW) recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Foi organizado em 1980, sob a liderança de dois cardiologistas, o lituano (naturalizado estadunidense, inventor do desfibrilador)  Bernhard Lown e o mais distinto clínico russo-soviético Evgeny Chazov. David S, Greer, cofundador desse grupo, pioneiro em geriatria e pedagogo, esteve em Belo Horizonte, onde me ouviu sobre nossa inovaçao do ensino médico. Ficou surpreso diante da riqueza de nosso Centro de Memória: com grande interesse,  me pediu explicação sobre cada ítem. Agora, em outubro de 2024, a Confederação Japonesa de Organizações de Sofredores de Bombas Atômicas e de Hidrogênio, também recebeu o Prêmio Nobel da Paz. O líder sobrevivente Toshiyuki Mimaki, em prantos, dificilmente acreditou no anúncio da premiação. Lamentavelmente o sobrevivente que veio viver no Brasil, Takashi Morita, faleceu, aos cem anos, dois meses antes. Podemos ler sua história no livro A ÚLTIMA MENSAGEM DE HIROSHIMA: O QUE VI E COMO SOBREVIVI À BOMBA ATÔMICA (2017). Nasceu em 1924 na própria Hiroshima e foi membro da Kempeitai, temida Polícia Militar do Exército Imperial do Japão.

Podemos ler também de Bernard Lown A ARTE PERDIDA DE CURAR (1996).

 

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

 


O ESPECTRO TRINITÁRIO NA HISTÓRIA HUMANA É BEM AMPLO

João Amílcar Salgado

No estudo de minha proposta para a equipe mínima de três médicos, para atender pequenas cidades, fiz o levantamento da ocorrência trinitária na história humana. Isso faria parte de meu doutorado, mas foi suprimido por questão de referenciação bibliográfica.  A ideia da miniequipe busca superar a competição pela cooperação.

O xamã é o médico inaugural da espécie humana, tendo sido a medicina apenas uma de suas atribuições, enquanto o filho do xamã é o primeiro médico exclusivamente médico. Esta relação pai-filho, na origem da medicina, está presente em todas as sociedades primitivas, inclusive entre os indígenas da América, por meio do trio XAMÃ-CACIQUE-PAGÉ A partir da África faraônica, temos TOT-RA-IMOTEPE, ILU-NINAZU-NINGISHZIDA, BRAMA-VINSHNU-KRISHNA, ZEUS-HÉLIO-ASCLÉPIO, JÚPITER-APOLO-ESCULÁPIO, JEOVÁ-ABRÃO-ISAQUE, TAO-FUHSI-SHENNUNG, OXALÁ-NANÁ-OBALUAÊ.

Por outro lado, o cooperativismo surgiu na Inglaterra em 1844, quando trabalhadores criaram um armazém para alimentos adquiridos em maior quantidade. No Brasil, em 1889, foi fundada a cooperativa dos funcionários de Ouro Preto para aquisição conjunta de produtos da roça. Em 1927, imigrantes japoneses fundam a grande Cooperativa Agrícola de Cotia, SP. O decreto federal 5893, de 1943, regula as cooperativas, estabelecendo que são sociedades de pessoas e não de capitais, não sujeitas à falência. Em 1951, é criado o Banco Nacional de Crédito Cooperativo, junto ao Ministério da Agricultura. JK certo de que seria reeleito em 1965, planejou para esse banco a função de sustentáculo de uma revolução agrícola, a partir do centro-oeste. Nos últimos dias de sua presidência, destinou deste banco os recursos para a instalação da COOPMED. Uma cooperativa criada pelos estudantes para editar livros universitários ficou então com o estranho vínculo inicial ao Ministério da Agricultura.  Eu, que fui ativista disso tudo, hoje sou sócio de duas cooperativas de café: Cooxupé e Cocatrel.

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

 


CÔNEGO VÍTOR E A VILA

João Amílcar Salgado

Fiquei impressionado com a fé dos devotos do Cônego Vítor da Vila. A eles quero lembrar nossas ligações com o extraordinário santo negro, que foi corajosamente ordenado por Dom Viçoso, antes da libertação dos escravos. O mais forte laço dele com Nepomuceno é representado por meu avô professor João de Abreu Salgado, diretor do Grupo Escolar Coronel Joaquim Ribeiro, hoje Escola Estadual. Durante sua diretoria e a de sua discípula Alice Lima, os conterrãneos receberam a notícia da vida, das realizações e dos milagres do santo. João de Abreu foi batizado e aluno do Padre Vítor e foi seu legítimo herdeiro no método de ensino original, caracterizado por ser suave e eficaz, diferente das demais escolas. A família Abreu Salgado, quase toda de professores, do pré-primário ao pós-doutorado, segue esta tradição.  Meu pai João Salgado Filho é afilhado de batismo do admirável sacerdote, de quem recebeu de presente sua milagrosa bengala. No dia do batismo, o cônego estava acamado e o bebê foi levado ao leito para ser abençoado. Outra igualmente forte ligação com a Vila é representada por João Brandão, o Quidinho. O milagre do incêndio no posto de gasolina do Quidinho foi decisivo para a beatificação.

A primeira e principal biografia do Conego Vítor foi escrita por João de Abreu Salgado em 1946, cuja reedição foi lançada para a beatificação, com novo título VIDA DO PADRE VÍTOR (2015)

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

 


HISTORIADORES E PSIQUIATRAS

João Amílcar Salgado

O 28º Congresso Brasileiro de História da Medicina, de 19 a 21/9/2024, em Barbacena, pelo qual lancei meu livro “A PACIENTE BERENICE DA DOENÇA DE CHAGAS”, também lembrou os 120 anos do hospital psiquiátrico público de Barbacena, ocorridos no ano passado. A psiquiatria mineira de fato data de 1814 quando Antônio Gonçalves Gomide divulgou a Impugnação analítica de um suposto milagre, na verdade uma síndrome psicótica.

A reunião de historiadores com psiquiatras foi muito interessante. Um destes, meu amigo desde a faculdade, me disse que os psiquiatras não se dão bem com historiadores, temerosos de que estes tratem sua especialidade como religião. Outro psiquiatra afirmou, em sua palestra, ignorar haver algum cirurgião inteligente. Entre os ouvintes estavam dois ilustríssimos neurocirurgiões, que democraticamente não protestaram, ao contrário sorriram. Um deles é Sebastião Gusmão, apontado por colegas como o maior neurocirurgião do país e que acumula este título com outro: é um gigante historiador internacional. O outro é Jair Raso, exímio e elegante tanto na cirurgia como nas artes cênicas e na cultura geral. Para aquela afirmação, o infeliz palestrante estava autoconvicto de ostentar um intelecto muitas vezes superior ao de ambos somados.

 


AULA MAGNA SOBRE O LIVRO A PACIENTE BERENICE DA DOENÇA DE CHAGAS

João Amílcar Salgado

SEXTA FEIRA, 20/9, OCORREU O LANÇAMENTO NACIONAL DO LIVRO A PACIENTE BERENICE DA DOENÇA DE CHAGAS (2024) EM BARBACENA, DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DO 28º CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTORIA DA MEDICINA. PARA ISSO O AUTOR PROFESSOR JOÃO AMÍLCAR SALGADO PROFERIU A AULA MAGNA DE ABERTURA, QUANDO FOI APLAUDIDO EFUSIVAMENTE.

FOI UMA FELIZ OPORTUNIDADE DE REENCONTRO FRATERNO ENTRE OS HISTORIADORES DE BARBACENA E DE TODO O BRASIL. MAIS UMA VEZ O LÍDER JAIRO FURTADO TOLEDO E SUA ESPOSA FLORA SE ESMERARAM NO ACOLHIMENTO DE TODOS, AUXILIADOS PELO PRIMOROSO ARTISTA E ERUDITO HISTORIADOR EDSON BRANDÃO.

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