João Amílcar Salgado

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

 PELÉ É O PELÉ, PORQUE...

 

João Amílcar Salgado

 

Carlos Caiafa Filho diplomou-se médico na UFMG, em 1934. Vários de sua juventude acadêmica se tornaram celebridades na medicina e no futebol. Neste, citamos dois do Galo. O 1º é  o goleiro Perigoso, apelido esportivo de Osvaldo Costa, depois o maior dermatologista das Américas. O 2º é o Mário de Castro, apelidado Orion, um dos maiores artilheiros do clube,  ao lado de Guará, Reinaldo e Dario. Caiafa, sendo de família italiana, seria cruzeirense, mas sua amizade pela vida toda com o colega de turma Mário o fez galista fanático, inclusive conselheiro. 

Mais outro craque representa surpreendente ligação entre o Caiafa e a história atleticana. É nada menos que Dondinho, o pai de Pelé. Isso porque Carlos foi o primeiro treinador do Dondinho (João Ramos do Nascimento), na equipe da Congregação Mariana de Campos Gerais, entre 1936 e 1938. Em seu livro VIDA DE MENINO ANTIGO (1986), Caiafa Filho diz que o Dondinho antes era da turma rival de meninos, com a qual seu grupo entrava em briga de rua, quase a cada dia. Brigavam contra “a turma do Carlito do Euzébio (sobrinho do Padre Maurício), entre os quais estavam o Rodão, o João Rabelo, o Geraldo do Guilherme Surdo, o Benedito Rabelo, o Marcelo, o Gaguinho, o Dondinho (futuro pai do PELÉ), o Morais, o João Trancolino (o Dá Um Pé...) e outros de que não me lembro agora.”  O sonho do garoto Dondinho devia ser poder “chutar bola  no campinho do Largo da Matriz”, em frente à Casa Caiafa. Ali o Caiafinha “era o dono da bola, do campo, do time e até de alguns jogadores, como o Canhão da Flausina ...”, seu grande amigo.

Em Florença, eu estava na praça do Mercado Novo (do Porcelino), quando uma turma animada, que só conversa futebol, soube que eu era brasileiro – e me cercou. Na prosa, cheia de gargalhadas, quiseram saber se eu admirava o futebol italiano. Respondi que só duas gentes jogam o fino do futebol: os negros e os italianos. Perguntaram: o melhor negro é o Pelé e o melhor italiano é quem? Respondi que o Pelé é o Pelé porque acumula as virtudes de negros e italianos. Foi um entusiasmo só, queriam que eu desse entrevista à LA GAZZETTA DELLO SPORT, mas me esquivei, porque não poderia comprovar que entre os ascendentes do Dondinho, consta um imigrante italiano, tal como se comenta há décadas em Campos Gerais.

 



quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

 


SPRAY DE FUTEBOL

João Amílcar Salgado

Durante toda a copa do mundo de 2022, houve suspeito silêncio sobre a invenção do spray de futebol (spray demarcador de distância nas cobranças). Em cada disputa presenciamos seu uso.  Até a data desta competição, a imprensa tem registrado que o inventor desse spray é um mineiro de Ituiutaba, o Heine Allemagne Vilarinho Dias, que no ano de 2000, teve a ideia de usar uma espuma volátil e biodegradável, capaz de marcar o gramado de futebol por um minuto e logo  desaparece. Foi usado experimentalmente na Taça BH de Júniores de 2000 e, no mesmo ano, a CBF autorizou seu uso na Copa Joao Havelange. A FIFA finalmente aprovou seu uso em 2012. O direito à patente tem sido o pretexto para tal silencio. Se o Heine é o inventor, negar seu direito é um crime.

Estudo outras invenções principalmente as mineiras, começando por Santos Dumont. Outra também ocorrida em Minas é a invenção usurpada do jipe, que fiz questão de documentar em meu livro O RISO DOURADO DA VILA (2021).  Ali está  também minha invenção, com a colaboração do Sebastião Soares Leal, do Tarcísio Campos Ribeiro e do Luiz de Paula Castro. Trata-se do mais potente antiácido disponível, hoje com o nome de SIMECO-PLUS, depois de usurpado pela Wyeth. O novo governo deve tomar conhecimento e providências sobre tão fundamentais direitos.

 

domingo, 25 de dezembro de 2022

 


O BAIACU E OS MORTOS-VIVOS

João Amílcar Salgado

Em 1982, o etnobotânico Wade Davis descobriu a tetrodotoxina, veneno do peixe baiacu, milhares de vezes mais letal que o cianeto. Ela faz o corpo parecer morto, o que gerou a lenda haitiana dos zumbis e a série de filmes de mortos ambulantes. Terapeutas nativos do Haiti usam a mistura dessa toxina com ervas alucinógenas, o que deixa a pessoa morta-viva em 25 minutos. O principal texto de Wade é  A SERPENTE E O ARCO-IRIS (1986). O peixe venenoso voltou às manchetes, porque raro baiacu oceânico foi achado, neste final de 2022, numa praia britânica da Cornualha, por Constance Morris, especialista em animais marinhos. Meu neto pescou um baiacu em Arraial d´Ajuda e, depois de ouvir-me, perguntou: “Tudo bem, estou contaminado, mas em quantas horas serei um zumbi?”.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

 


RAW VERSUS VEIGA SALES

João Amílcar Salgado

O administrador científico Isaías Raw faleceu em 13/12/22, aos 95 anos. Em 2010 ele esteve nas manchetes, acusado de desleixo pelo incêndio escandaloso do Instituto Butantã. Sua biografia tem dois pontos em comum com Nepomuceno. O mais recente ocorreu quando ambos participamos de uma mesa num congresso de ensino da medicina na Unicamp. Estávamos preparando a sessão, quando ele me disse: “me indicaram você para meu auxiliar como moderador do debate, pois não estou suficientemente enfronhado nas questões programadas”. No final ele me agradeceu muito. No cafezinho a seguir, o procurei, mas já tinha saído. Era para conversar sobre o segundo ponto, que foi a disputa que ele travou com João Batista Veiga Sales, pela cátedra de bioquímica da Usp, em 1957.

O João é meu parente pelo lado Sales, filho da nepomucenense Mariana da Veiga e do lavrense José Salles Botelho. Essa disputa está envolta em mistério, pois meus amigos da Usp, Sérgio Almeida, Dalton Chamone, Luiz Décourt, Fúlvio Pileggi, Michel Jamra, Luiz Carlos Junqueira, Afonso DiDio, Oscar Resende Lima, Adib Jatene, Guilherme Rodrigues, Eduardo Krieger e os queridos conterrâneos Carlito e Jaime Pimenta, pouco me puderam informar. Mais dois outros meus amigos catedráticos da Usp, Sebastião Sampaio e Carlos Lacaz, segredaram-me algum pormenor, mas alegaram ser cedo para adiantar a íntegra – e ambos faleceram nesse silêncio. Outros três parentes sulmineiros, José Ribeiro do Vale, Adauto Barbosa Lima e Carlos Ribeiro Diniz poderiam contribuir, sendo que este me prometeu relato, desde que apenas oral, do ocorrido, mas a conversa com eles ficou sempre adiada. Ainda outro sulmineiro, o geneticista Newton Freire Maia, desafiou o grupelho de uspeanos obcecados pelos dólares da Rockefeller (ver seus livros). Por fim,  Sebastião Baeta e Olga Bohonoletz também adiaram nossa conversa.  Assim, o manto plúmbeo da ditadura, com imperdoável poder na cúpula direitista da Usp, parece ter influído na discrição de meu chefe João Galizzi e de demais condiscípulos baetianos, dos colegas da turma de 1937, da viúva Gelsa e de demais familiares do João Batista. Curiosamente, a morte do Raw quase coincidiu com a do Mariano, sobrinho dele. Tudo indica que os perversos obstáculos contra o brilhantíssimo Veiga Sales foram incrivelmente mesquinhos e evidentemente indignos daquela grande universidade. Sua estrondosa vitória nessa competição deve ser cultuada com imenso orgulho por nós todos nepomucenenses.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022


 

OLHO DE VIDRO

João Amílcar Salgado

Hoje, 13/12/22, é dia de Santa Luzia. Nesta data, no século 19, aconteceu o caso do OLHO DE VIDRO. Este é o apelido de um comandante que agendou um treinamento de equitação para 13/12. Os soldados pediram-lhe que respeitasse a Santa. Ele respondeu que essa devoção não lhe dizia respeito. Como era exímio chicoteador, reafirmou sua autoridade, iniciando o treino com uma exibição de seu chicote de luxo, do alto de seu belo cavalo.  Justo no primeiro lance, a ponta do chicote vazou-lhe um dos olhos, substituído por uma prótese.

José Viera Fazenda (1847-1917) relata o episódio no capítulo O CHAFARIZ de seu texto ANTIQUALHAS E MEMÓRIAS DO RIO DE JANEIRO. Ele foi o primeiro grande  historiador da cidade do Rio de Janeiro. Era médico e historiador, neste e noutros aspectos muito parecido comigo. Abolicionista, diplomou-se aos 24 anos e clinicava sem cobrar. Foi um elogiado intendente da cidade no mandato 1895-6. A partir de 1896, publicou suas pesquisas no jornal A NOTÍCIA, depois reunidas, de 1919 a 1924,  na REVISTA DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO, sob o título citado, e reeditadas em livro em 2011.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

 

O MISTÉRIO DE EZEQUIEL

       

João Amílcar Salgado

O ilustre psiquiatra Jairo Furtado Toledo escolheu um profeta de Aleijadinho para ser o logotipo do 6o Congresso Brasileiro de História da Medicina de 2001. Luiz Savassi Rocha, ao ler meu texto sobre o psiquiatra Rosa, lembrou que Karl Jaspers é autor de estudo sobre possível esquizofrenia do profeta Ezequiel. Daí, concluímos que Guimarães Rosa insinuara a insanidade do profeta, ao escolher o nome de chefe Zequiel para uma personagem com sintomas pertinentes. Se o congresso era na cidade psiquiátrica de Barbacena e um psiquiatra escolhera aquele logotipo, perguntamos a este a razão da escolha.  Toledo respondeu que a escolha se deu por acaso, ou melhor, por razões estéticas.  Disse mais: até aquele momento, não sabia que aquele profeta era o Ezequiel e muito menos que Ezequiel era suspeito de doença mental.

        O chefe Zequiel surge em 1956 na novela BURITI, incluída no livro CORPO DE BAILE. Em 1983, o montesclarence Carlos Alberto Prates Correia dirige o filme NOITES DO SERTÃO, no qual Zequiel é vivido pelo cantor mineiro-adotivo Milton Nascimento. Em 2001, acontece o relatado mistério do profeta Ezequiel.

O profeta Ezequiel foi um sacerdote hebreu, levado como escravo para a Babilônia, pelo rei Nabucodonosor, em cerca de 597 a.C. Ele profetizou a conjunção de fome, epidemias e guerra no Oriente Médio, quadro muito parecido com a atual fome no mundo e no Brasil, a pandemia de covide, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a denúncia de numerosos trabalhadores submetidos a condições similares à escravidão.

 



quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

 


FERNANDA AO VÔÃO

João Amílcar Salgado

EM  26/11/22, HOUVE A HOMENAGEM AOS AVÓS NO COLÉGIO SANTO  AGOSTINHO, EM BH.

PARA SEU AVÔ VÔÃO, FERNANDA, JÁ CONHECIDA COMO DESENHISTA, SE FEZ ESCRITORA E POETA:

ESCREVEU O LIVRO A HISTÓRIA DE JOÃO E O POEMA ACRÓSTICO AO VOÃO.

 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

 


GABRIEL CHEIB FAZ SUCESSO NO COLÉGIO E NO YOUTUBE

João Amílcar Salgado



Durante o evento do Projeto Memória do 6º ano fundamental do Colégio Santo Agostinho, em BH, neste sábado, 26/11/22, meu queridíssimo sobrinho-neto Gabriel Salgado Cheib deu um show. Ele exibiu seu impressionante talento para o canto. Convido meus amigos para acompanharem sua atividade artística pelo youtube.

https://youtu.be/zcIAItTId5w

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

 


A COP27 TEM A OBRIGAÇÃO DE SER COERENTE COM A GLÓRIA EGÍPCIA

João Amílcar Salgado

A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito, de 6 a 18/11/22. Por transcorrer em lugar tão glorioso para a civilização humana, ela se obriga a ter os melhores resultados de todas as COPs. O contraditório tratamento dado pelo 1º  Mundo seja às façanhas faraônicas, seja à África em geral, está sendo posto à prova nesta Conferência.

Recentemente, no Cairo, em 3-4-2021, houve o desfile de 22 múmias de 18 faraós e 4 “faraoas”, transferidas do antigo Museu Egípcio para a inauguração do novo Museu Nacional da Civilização Egípcia. Isso se dá logo depois da descoberta de uma espécie de Pompeia egípcia, enterrada sob a areia, com incalculável riqueza de objetos notavelmente preservados. A cidade é do reinado de Amenotepe 3º (cerca de 1370 aC), estendendo-se a Tutancâmon e Aí, e foi escavada  no final de 2020, entre os templos de Ramsés 3º e Amenófis 3º. Dista cerca de 500 km ao sul do Cairo. Ambos os acontecimentos me oferecem a oportunidade para relembrar algo que publiquei há 20 anos, sobre a medicina faraônica.

Na época, obtive grande sucesso com textos divulgados pelo periódico do Conselho Federal de Medicina. O conselho estadual paulista então me convidou para escrever algo apropriado para a edição de natal de 2002 de seu periódico. Pedi que sugerissem o tema e me encomendaram uma síntese da medicina faraônica. Achei que ficou um belo resumo, bastante substancial, com requintada ilustração. Recebi elogios de toda parte. Aconteceu, entretanto, que um médico lhes enviou um protesto, em defesa de sua fé, contra o trecho final. Ali declaro que o episódio bíblico no qual Isaque escapa da morte é uma transposição de escape similar de Obaluaê, na mitologia africana. Como uma das escravas de Abrão era africana sugiro ser esta a circunstância da transposição religiosa. O periódico disse que, entre tantos aplausos, houve apenas essa objeção. Pediu que eu respondesse e me limitei a sugerir que publicasse o protesto, deixando o julgamento por conta dos leitores. 

A íntegra do texto faraônico está em http: amircasal.blogspot.com.br.

 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

 


NOSSO SARGADINHO MORRE NOVAMENTE

João Amílcar Salgado

Em 2004, em seu programa de domingo pela manhã, o Rolando Boldrin começa com meu livro O RISO DORADO DA VILA na mão.  E diz:  um médico de Minas escreveu este livro de causos e diz que nele eu estou homenageado; agradeço muito e o livro vai ser guardado com carinho na minha estante. Hoje, 9/11/22, morreu o querido Rolando, meu colega no nobre ofício, que é a doce tarefa de fazer o povo rir. Ele divulgou meu texto nacionalmente. Na dedicatória que lhe fiz, digo que ele contava causo igualzinho ao nepomucenense Sargadinho, além de serem fisicamente muito parecidos.

O Sargadinho (Joaquim Teófilo Salgado) era assim chamado, no diminutivo, para não ser confundido com o Sargado (João Salgado Filho), também contador de causos, e dono da farmácia, onde o primeiro chegava diariamente, para sentar-se em sua cadeira de vime preferida, e passar horas às gargalhadas com os demais frequentadores. Quando vi o Boldrin pela primeira vez, não acreditei: era o próprio Sargadinho que estava ali contando causos muito parecidos com os que eu ouvia desde menino. O Joaquim morreu, mas sobreviveu transfigurado no magistral Rolando - e agora morre novamente. 

Só que o nepomucenense não era músico e o artista era - e dos bão. Sua principal canção é uma maravilha musical: VIDE VIDA MARVADA, que redobrou minha admiração por ele. Nos EUA, a pedido de um importante maestro, fiz, de improviso, uma lista de dez de nossas maravilhas musicais e nela estão: Cantilena, Trenzinho Caipira, Tico-Tico no Fubá, Águas de Março, Se todos Fossem Iguais a Você, Vide Vida Marvada, Saudade da Minha Terra, Feira de Mangaio, Assum Preto e Tocando Em Frente. 

Boldrin é paulisteiro, apelido dos originários da divisa entre o sul de Minas e São Paulo, tal como, entre outros, os artistas Jair Rodrigues, Zequinha de Abreu, Carlos Barbosa Lima e Portinari. Nosso Sargadinho, em vez de canções, produziu nepomucenenses ilustres: as lindas Julita e Neomisa, Fernandinho, Tenir e Joaquim Carlos Salgado, sendo este sumidade em Filosofia do Direito.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

 



FEMINICÍDIO EM 1437

            Em texto anterior falei de Linus Pauling e do caso de Coqueiral. Aproveito para relatar um feminicídio ocorrido há quase 600 anos, em março de 1437. Tal escândalo faz parte da história de um dos ramos de minha família. João Gonçalves Gomide, de volta de expedição real, soube da traição da esposa. Teve um acesso de fúria e assassinou Leonor Vaz de Albuquerque, bisneta do rei D. Diniz, com quem era casado, sendo genitores dos órfãos Isabel, Gonçalo, Lopo e Tereza. Isabel é mãe de Afonso de Albuquerque, vice-rei da Índia e temido entre os chineses como “Leão dos Mares”. O marido feminicida foi degolado em praça pública, em Évora, e os filhos foram proibidos de assinar o sobrenome Gomide, substituído pelo Albuquerque materno. Quem viajar a Lisboa deve visitar a mansão da família Gomide-Albuquerque, hoje museu Saramago.

            Pedro Álvares Cabral pertence ao tronco Gomide e pode ter sido comandante por influência de Afonso. Conforme Marcos Figueiredo, teve seu Álvares abreviado para Alves, subsistente nos Alves Vilela, Alves Carrilho, Alves Figueiredo, Alves Taveira, Alves Garcia, Alves Coutinho e outros, no Sul de Minas. Camões faria Afonso herói de Os Lusíadas, mas o substituiu por Vasco da Gama, por causa do episódio na família. Há quem indique ser a palavra Gomide derivada de Goldschmidt ou Goldsmith (ourives), neste caso pertencente à macro-linhagem Ferreira-Mendo-Meir.

            Em Nepomuceno, são Gomide os descendentes do casal Joaquim Alves Vilela e Amélia Ribeiro de Oliveira Costa (Correa Lima pela mãe).  Joaquim (Major Quinca) é filho (único do lado Vilela e meio irmão dos do lado Cardoso) de Laura Gomide. Assim, os Gomide da Vila são os Cardoso Vilela, Vilela Teixeira, Vilela Correa, Vilela Salgado  e parte dos Vilela Lima.

Em 20/9/2000 o jornalista Antônio Pimenta Neves assassinou a também jornalista Sandra Gomide - feminicídio clamorosamente impune e o segundo célebre, em séculos, na família Gomide.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

 


LINUS PAULING – SOU FÃ DELE DESDE VESTIBULANDO

João Amílcar Salgado

Citei o Pauling a propósito de meu conceito de muletas sucessivas em educação. Quero complementar com os demais dados de minha admiração por ele, por sinal ligada ao mundo farmacêutico. Para começar, ele e eu somos filhos de farmacêuticos. Fiz um estudo de importantes clínicos, cirurgiões e cientistas filhos de farmacêuticos ou que foram ex-aprendizes de farmácia. Muito do que aconteceu ao Pauling atribuo a isso. Por outro lado, fui aluno de química do farmacêutico Elias Murad, que, como eu, foi aluno dos maristas em Varginha e se formou médico na UFMG, no final de meu primeiro ano ali. Enquanto foi meu professor no Colégio Estadual e sextanista de medicina, morou na célebre República Nepomuceno da rua Tomé de Souza. Quando publicou seu livro didático de química, deduzi que ele nos trouxe a experiencia de Pauling como docente pré-universitário nos EUA. A partir daí acompanhei as façanhas do genial cientista ianque. Quando soube que Robert Oppenheimer veio parar em Belo Horizonte e verifiquei que ele trabalhou com Pauling, fiquei maravilhado. Ambos se tornaram pacifistas, mas se distanciaram, porque este desconfiou que o colega se apaixonara por sua esposa, Ava Helen. E não é que fato semelhante tinha acontecido aqui em Coqueiral, quando um compadre se apaixonou pela mulher do outro, mas neste caso foi morto. E coincidentemente este último era farmacêutico. Uma de minhas maiores alegrias ocorreu em 1962, quando Pauling recebeu um segundo prêmio Nobel. Recebeu antes o de química, em 1954 (exatamente em meu ano de vestibulando), e o segundo foi da paz. Ele teve um final de vida infeliz, pois uma indústria farmacêutica explorou sua perturbação senil, para fazer dele mero balconista de vitamina C.

 [Ver meus textos sobre filhos de farmacêuticos e sobre Oppenheimer em Minas.]

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

 


TRIPLO TRIUNFO DE GANDHI SOBRE CHURCHILL

João Amílcar Salgado

 

Há sete anos, publiquei a seguinte comemoração intitulada DUPLO TRIUNFO DE GANDHI SOBRE CHURCHILL: “No livro O Riso Dourado Da Vila (2003, 2020), narro que meu pai, na época da guerra mundial, me fez admirador de Churchill e que mais tarde, ao ler sobre a vida de Ghandi, passei a desprezar Churchill, porque este se recusara a receber este líder defensor da independência da Índia. Simplesmente alegou que nada tinha a falar com um faquir semi-nu. Não muito tempo depois o arrogante político teve de aceitar a independência pela qual o pacifista lutava. Hoje, 14-3-2015, Ghandi completa seu triunfo sobre Churchill, pois nesta data é inaugurada no centro de Londres a estátua de Ghandi, bem perto da estátua em homenagem a Churchill.  Meu regozijo pelo fato me obriga a homenagear meu pai, que me fez entrar indiretamente neste enredo, e a homenagear os que tiveram a iniciativa da estátua, num momento histórico em que se faz urgente exaltar a grandeza da doutrina da não-violência, difundida mundialmente por Ghandi.” Hoje, 24-10-2022, faço nova comemoração, pois acaba de acontecer um terceiro triunfo de Ghandi sobre Churchill, com a eleição de Rishi Sunak, de origem indiana, para primeiro-ministro britânico.

 

 

 

 

domingo, 23 de outubro de 2022

 


EXAME NACIONAL DE RESIDÊNCIA (ENARE): COSMÉTICA INFELIZ

João Amílcar Salgado

Sou Ex-Coordenador de Pedagogia Médica da UFMG (disciplina obrigatória na pós-graduação da área profissional médica), Ex-Consultor CFE/CAPES para credenciamento de cursos de pós-graduação e Ex-Consultor OPS/OMS para o Cadastro Nacional de Escolas Médicas. Fiz parte e fui relator da primeira comissão para implantar a residência médica na UFMG, em 1971, depois de participar da implantação da residência médica no Departamento de Clínica Médica, no mesmo ano. 

Como historiador da medicina, apresentei várias vezes nas instancias referidas, o histórico da residência médica. Desde sempre, distingui a residência médica original, vitoriana, romântica, monástica, celibatária e liberal – da residência de consumo, do pós-guerra-mundial: mão-de-obra barata, assalariada, de mercado, de demanda e vigente nos EUA, donde passou a modelo para o mundo. Em minha tese de doutorado, caracterizei o fenômeno das muletas sucessivas, pelo qual cada etapa da educação passa a ser muleta da etapa anterior. De 1971 a 1984, a demanda de médicos qualificados fez concentrar na residência médica a esperança de que se tornasse uma muleta definitiva das precariedades da graduação. De 1984 até hoje esse tamponamento pedagógico não só não resolveu as precariedades crescentes, como culmina agora, em 2020-22, com a muleta máxima, aberração das aberrações anteriores, ou seja, a criação do exame nacional de residência médica.

Nos próprios EUA, o fenômeno da muleta educacional é, sem esse nome, congênito à inovação flexneriana de Johns Hopkins do ensino da medicina, a partir de 1876. A seguir foi estendido conceitualmente ao sistema educacional amplo por Linus Pauling, com base em sua experiência de docente ginasial. As “muletas sucessivas” podem ser referidas de modo menos duro, pelo conceito pedagógico de não-terminalidade das etapas, correlato ao fenômeno pelo qual cada etapa, em vez de terminal, é travestida de etapa iniciática à subsequente. A única vez que concordei com meu mestre Hilton Rocha, em pedagogia, foi quando ele espinafrou o coronel Newton Sucupira, na institucionalização equívoca da pós-graduação, durante a ditadura. Sucupira não pôde reagir, porque Hilton era oculista do general Golbery. A explosão dos cursos comerciais de medicina - com a diplomação de milhares de profissionais inseguros e o consequente colapso assistencial - só poderia resultar em uma confessada degringolada, representada pelo exame nacional de residência. Trata-se de desesperada tentativa de remendar o irremendável.

Apontem-me alguém do MEC que possa falar algo sobre isso. Talvez aqueles pastores ora processados por grossa corrupção?

sábado, 15 de outubro de 2022

 


HOMENAGEM AO ZICO LOURENÇONI

João Amílcar Salgado

Ainda em referência à família Lourençoni, presto aqui uma homenagem ao Zico, que disputou com seu irmão Luiz Lourençoni (meu tio e padrinho) o posto de maior amigo de meu pai. Excepcional administrador rural, escapava da lida para chegar a nossa farmácia e procurar alguém que o enfrentasse no jogo de dama. Na falta de um adulto, me chamava e dizia: “Cuidado! não me desmoralize como da outra vez!”. Seus contendores de fato eram o Alfredo Unes e o Zequinha Antunes. No fim das férias, o Vander me diz: “não compre o bilhete do ônibus, meu pai quer te convidar para irmos em nosso carro pra Belo Horizonte, ele falou que quer ir batendo papo com esse menino”. A viagem era porque o sobrinho Décio tinha marcado um check-up para ele. Durante o trajeto, ele me perguntou tudo sobre tudo. Pensei: este fazendeiro merecia ter chegado à universidade! Sua amizade por meu pai e seu carinho por mim deixaram marcas muito saudosas e muito profundas.

Esta foto foi-me ofertada pela grande amiga Teresa do Deca. O Joãozinho Meneis e ela moravam vizinhos na rua Nova (rua de cima ou João Inácio) e eram meus inesgotáveis historiadores comparsas.  Perguntei a ela se tinha foto do Felipe Capelo e família. Ela garantiu que tinha vários pacotes de fotos e me daria todos de presente. Por enquanto, me adiantou esta. Aí está provado que o casamento de Lourençonis com Salgados resultou em gente muito bonita. Onde estão os pacotes?

terça-feira, 4 de outubro de 2022

 LIÇÃO ANTI-RADICAL

João Amílcar Salgado


Fato muito curioso para os nepomucenenses aconteceu na eleição de 2/10/22. A família Lourençoni teve dois de seus parentes disputando o governo de dois Estados: Onix Lourençoni, no Rio Grande do Sul, e Renato Casagrande, no Espírito Santo. E é ainda mais curiosa a ideologia oposta de ambos: Ônix é direitista e Renato é esquerdista. Em meu livro O RISO DOURADO DA VILA, ora lançado em 2ª edição, descrevo a ONOMATOMANCIA NEPOMUCENENSE, que é o hábito de nossa gente de ver em qualquer um o sósia de outro. No caso dos dois candidatos, o dentista e historiador de memória genial, João Menezes Neto, apontou que Ônix e Renato eram coincidentemente sósias de dois irmãos Lourençoni: respectivamente Nivaldo e Nilson.  Esta é uma lição que nossa cidade dá ao Brasil, contra a polarização política.

 

NOSSA VILA E OS DOIS CENTENÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA

João Amílcar Salgado



        Hoje, 30/9/22, finda o mês dos 200 anos de nossa Independência, que comemorei lançando a 2ª edição de “O RISO DOURADO DA VILA”.  Carlos Amílcar teve a feliz ideia de fazer o lançamento, entre várias boas opções, no ótimo ESPAÇO SANTÉ CASARÃO. Coincide que este prédio se liga à comemoração, em Nepomuceno, dos 100 anos da Independencia, descrita no livro. Na festa do centenário na Vila, se envolveram o dono deste palacete, minha mãe e meu avô. O dono Antenor Barbosa, ilustre farmacêutico por Ouro Preto, compareceu ao Rio, e na exposição comemorativa foi premiado com a criação do medicamento SANALGINA. Minha mãe, com apenas 15 anos, também foi ao Rio e se maravilhou com a festança. Já meu avô, o educador João de Abreu Salgado, então diretor do Grupo Escolar Coronel Joaquim Ribeiro, e o pároco padre José Domingues comandaram a comemoração municipal, minuciosamente transcrita em meu livro “NEPOMUCENO – SÍNTESE HISTÓRICA”.

Em “O RISO DOURADO” lembro que minha mãe, Evangelina Alves Vilela (Vange, futura nora de Salgado) e sua prima Antonieta Correa Lima (Caixinha) ficaram hospedadas em luxuoso hotel carioca. As jovens não conheciam a luz elétrica. O gerente alertou-as para não deixar de apagar a luz durante a noite. Como apagar a luz?  Ambas subiram num móvel e ficaram soprando a lâmpada. Cansadas de tanto soprar, afinal pediram ajuda.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 


MANIFESTO CONTRA O SAQUE AO ACERVO ARTÍSTICO E HISTÓRICO DE MINAS GERAIS

 

Os participantes do Congresso Mineiro de História da Medicina, realizado em Barbacena, de 14 a 16 de agosto de 2004, bem como historiadores e estudantes do Centro de Memória da Medicina de Minas Gerais, por sua maioria, aprovam o seguinte manifesto sobre o contínuo saque ao acervo artístico e histórico do Estado de Minas Gerais.

Minas Gerais foi e continua sendo origem de invejável conjunto de bens artísticos e históricos, dignos do maior zelo por parte não só dos mineiros, mas dos brasileiros em geral. Desgraçadamente, desde o esboço deste crescente tesouro, a cultura mineira vem sendo vítima de contínuo saque, que já se estende por três séculos.  A triste crônica de tal agressão não deixa dúvida de que a ostensiva impunidade quer dos saqueadores, quer dos cúmplices locais, é responsável por sua perpetração contínua e crescente. Autoridades maiores a quem deveria caber o mais desvelado cuidado vêm demonstrando tal e tão cínica omissão ao longo do tempo que lhes cabe clara parcela de cumplicidade. Tamanha vilania clama por medidas objetivas e eficazes e, por meio deste manifesto, estamos desafiando os órgãos governamentais, as instituições não-governamentais e a sociedade em geral a que dêem às futuras gerações uma resposta condigna. E que esta esteja à altura do incomensurável patrimônio atingido, que soma à insubstituível porção já dilapidada, a valiosíssima fração que resta em flagrante perigo.

            As tímidas medidas, esboçadas de tempos em tempos, estão eivadas de evidências de que a complacência para com os criminosos prosseguirá.  Tratá-los como meros contraventores, em vez de autores de gravíssimo crime, é o pior sinal. Chamar eufemisticamente o traficante de marchand e o receptador de colecionador é a contraprova da cumplicidade oficial. Reduzir o conjunto desejável de medidas enérgicas à conscientização das pessoas é flagrante ingenuidade, principalmente agora quando medidas eficazes em favor do turismo cultural e ecológico estão em andamento. Apoiamos plenamente tanto o turismo como tudo que vise à consciência coletiva  do valor de nossos bens históricos, artísticos e paisagísticos.  Mas isso não dispensa e, ao contrário, exige a vigilância cada vez mais sofisticada dos mesmos, pois sua exposição estará multiplicada tanto quanto a cobiça sobre eles, com o inevitável uso de métodos criminosos peculiares ao crime organizado.  Os saqueadores são imunes à conscientização e só são contidos pela certeza de que a impunidade será substituída por punições severas e incontornáveis.

Em relação às obras de Aleijadinho ou de artistas de mesmo nível, a lei já deveria ter proibido a comercialização, com seu imediato recolhimento aos museus públicos mineiros.  O catálogo com minuciosa descrição de cada uma, mesmo das de autenticidade duvidosa, deveria ser de elaboração oficial, estar na internet e sem o anonimato dos atuais depositários.  Assim como a televisão e a demais imprensa divulga telefones para devolução voluntária de peças desviadas, os atuais depositários deveriam receber prazo para a entrega ao governo de seus aleijadinhos e congêneres. Os profetas de Congonhas já deveriam ter sido resguardados contra qualquer deterioração e isso já deveria ter sido realizado desde quando foram feitos os moldes ora recolhidos à UFMG.

            Trair os interesses da cultura mineira com medidas de marketing, que encubram providências firmes e efetivas, é crime tão grave quanto aquele que fingem combater.  Até aqui, tecnocratas da cultura, historiadores, mestrandos, doutorandos e consulentes em geral não sofrem qualquer controle e foi inevitável que começassem a aparecer nos noticiários como membros de quadrilhas capazes não só de saquear bens, mas de sua danificação irreversível. O esbulho de bens culturais é terrivelmente semelhante à devastação de nossas florestas, ou seja, encontram-se submetidos à mais cruel e sórdida das tolerâncias.

Solicitamos aos Senhores Presidente da República, Governador do Estado de Minas Gerais, Ministro da Cultura e Secretário de Estado da Cultura que se manifestem oficialmente diante de cada questão acima mencionada

 

 

 

O ESCANDALO DA COLEÇÃO DE ARTE


João Amílcar Salgado

O escândalo da coleção de arte do romeno Jean Boghici é a oportunidade para se discutir a questão dos mercadores de obras artísticas. Boghici, de morador de rua, chegou a milionário nesse negócio. Aproveitou muito bem sua incrível capacidade para se aproximar de intelectuais em evidência, usufruindo de seu prestígio. Sua valiosíssima coleção foi mal armazenada e com isso artistas de enorme importância tiveram suas obras destruídas, perdidas ou alienadas a estrangeiros. Diante disso, repetimos aqui um protesto que jamais causou qualquer incomodo aos criminosos da arte, muito semelhantes aos criminosos ambientais, quase sempre acumpliciados a burocratas igualmente vis. O padre Simões de Ouro Preto (cônego José Feliciano da Costa Simões, pároco do Pilar), meu amigo, deve ser consagrado como o maior inimigo desses vendilhões. Chegou a ser preso em S. Paulo, quando se aproximava de um figurão receptador. Importantes autoridades em autenticação artística, como o notável Márcio Jardim e a brilhante Miriam Ribeiro de Oliveira, sofreram em suas garras.

[Na postagem seguinte, leiam nosso protesto]

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

 


ABREUS 3

João Amílcar Salgado

Em O RISO DOURADO DA VILA escrevo que um dos maiores amigos de meu pai era o Sebastião de Abreu. Depois da morte paterna, quando eu chegava de BH, se apressava em conversar comigo, dizendo: Cê parece tanto com seu pai que quero matar a saudade que tenho dêle. Seu filho foi para SP e lá foi procurado pelo genealogista José de Abreu e daí a família me presenteou com o livro deste, MIL ANOS DE HISTORIA  - FAMILIA ABREU, de 2002. Mais um Abreu que incluo no texto é o pitoresco sósia do Jose Maria Alkmim, o Manuel de Abreu (Nelico), outro grande amigo (ver o texto sobre os 4 Manueis de Abreu que publiquei no facebook).

Quando fui biografar o Conego Menezes deduzi que ele chegou de Campo Belo a Nepomuceno já muito rico. Ele adquiriu as propriedades dos Abreus, ao longo da antiga estrada da Vila a Lavras. Construiu sua casa perto da cidade e perto do quilombo da Quizumba, do qual lhe nasceu Mariana Januária de Jesus, que criou com desvelo. Suas terras cobriam dali, passando pela Boa Vista, até além do Queixada. Dos Abreus desta área restaram, em parte das glebas, os Penha de Souza, também chamados Firmianos. E ligados a Mariana Januária, incluem-se os Brasileiro de Castro.

               Fora de Minas estudo os Abreus do Nordeste, principalmente José Inácio Abreu-e-Lima, o comparsa de Simon Bolivar (também Lima como eu), e  Capistrano de Abreu, polêmico como muitos Abreus. Este último é mais um João de Abreu.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

 


ABREUS 2

João Amílcar de Abreu Salgado

EM POSTAGEM ANTERIOR ESCREVI:

MEU BISAVÔ ERA JOÃO DE ABREU, MEU AVÔ JOÃO DE ABREU, MEU PAI JOÃO DE ABREU, SOU JOÃO DE ABREU, MEU FILHO É JOÃO DE ABREU, MEU NETO É JOÃO DE ABREU. QUASE TODOS  POETAS OU ARTISTAS. E NA ILHA DA MADEIRA HÁ UM JOÃO DE ABREU POETA, QUE DISSE:

“JUNTA COMO LETRAS

AS FLORES QUE TE MANDEI

ELAS SÃO O POEMA

DE TUA LIBERDADE”

  • DO PAULO ROBERTO DA SILVA: Meu avô materno é Anisio Alves de Abreu, do ramo Gaspar de Abreu. Minha vó paterna , Amanda Custodia de Abreu, de outro ramo, radicado em Ribeirão Vermelho. Ela se casou com Jose Pereira da Silva, o herdeiro de menor idade, que junto com a mãe, viuva, Ana Custodia do Nascimento, venderam, em 1876, à EFOM, a fazenda do Engenho onde se construiu o Complexo Ferroviário de Ribeirão Vermelho e ainda a sede da prefeitura e a igreja matriz da cidade. Os Abreus do ramo materno viveram nas Tres Barras e na região das fazendas Criminoso e Boa Vista às margens direita do rio do Cervo, divisa com o municipio da Vila de Nepomuceno

DO JOÃO AMÍLCAR: QUE REVELAÇÃO MARAVILHOSA, SOMOS PARENTES PELO SALES E PELO ABREU. EM "O RISO DOURADO" FALO NOS ABREUS E LEMBRO QUE A SINHÁ BRABA, A D JOAQUINA DO POMPEU, NÃO ERA CAMPOS MAS ABREU. SEU BRABA VEM DAÍ!

Do PAULO ROBERTO:  Notei muita semelhança entre meu avô e a foto do Sr. Joao Carlos Abreu que voce postou.

DO JOÃO AMÍLCAR: Quando seu primo João Batista Abreu (outro João de Abreu da região) foi ministro, nossos familiares notaram a semelhança dele, na aparência e nos modos, com meu irmão Antônio Lívio de Abreu Salgado. Também em Brasília, a senadora Kátia Abreu parece ter origem nos Abreus de Três Pontas. Como historiador da medicina, estudo Brás Luís de Abreu, o médico que acompanhou o notável governador Antônio Albuquerque a Minas. Esta circunstância pode ter trazido os Abreus para Minas Gerais e vizinhança. Nesse estudo verifiquei que o grande escritor e ex-estudante de medicina, Camilo Castelo Branco é Abreu, talvez parente do Brás, do poeta Casimiro de Abreu e do músico José Maria de Abreu. Numa palestra, falei que alguém identificou o Paulo Nogueira Batista como o único economista que parecia HUMANO e acrescentei que meu parente João Batista Abreu era QUASE HUMANO.

OBS.: SUPONHO QUE, QUANDO SE CONSTITUIU A PRIMEIRA CÂMARA DE LAVRAS, SEUS MEMBROS ERAM SEMI-ALFABETIZADOS (ASSINAVAM E ATÉ LIAM), MAS NÃO ERAM LETRADOS (CAPACIDADE PARA REDIGIR). A TRADIÇÃO LETRADA DOS ABREUS FEZ INCLUIR, ENTRE AQUELES EDIS, DOMINGOS DE ABREU SALGADO, PATRIARCA DE ESCRITORES,  POETAS E HISTORIADORES. MEU PAI, EM MINAS, E ROBERTO ABREU SODRÉ, EM SÃO PAULO, PARTICIPARAM DA FUNDAÇÃO DA UDN, EM SUA PROPOSTA ORIGINAL.

 

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

 


ABREUS

João Amílcar de Abreu Salgado

MEU BISAVÔ ERA JOÃO DE ABREU, MEU AVÔ JOÃO DE ABREU, MEU PAI JOÃO DE ABREU, SOU JOÃO DE ABREU, MEU FILHO É JOÃO DE ABREU, MEU NETO É JOÃO DE ABREU. QUASE TODOS  POETAS OU ARTISTAS. E NA ILHA DA MADEIRA HÁ UM JOÃO DE ABREU POETA, QUE DISSE:

“JUNTA COMO LETRAS

AS FLORES QUE TE MANDEI

ELAS SÃO O POEMA

DE TUA LIBERDADE”

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 


Hidrogênio verde: como o Brasil pode se tornar polo de produção do 'combustível do futuro'

O produto é sustentável e pode ser obtido a partir da água residual da indústria da cana e da quebra das moléculas de etanol. Tecnologia estará em debate na Fenasucro, feira internacional de bioenergia no interior de São Paulo. Por Igor Savenhago,  Ribeirão Preto e Franca,  08/08/2022

     Trata-se da produção de hidrogênio verde em associação com uso de energia eólica e solar.  Considerado o "combustível do futuro", o hidrogênio verde ainda dá seus primeiros passos no Brasil, mas diferentes iniciativas podem colocar o país na rota mundial de produção da substância, vista como uma das principais alternativas para redução do uso de fontes não renováveis com carbono, o principal vilão do efeito estufa e do aquecimento global. O tema estará em debate na Fenasucro, considerada a maior feira de bioenergia do planeta, que será realizada no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho (SP), de 16 a 19 de agosto, 2020. "O termo ‘verde’ significa que o hidrogênio é produzido por fontes renováveis, de zero emissão ou de baixo carbono”, explica Renato Vitalino Gonçalves, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, e coordenador de projetos no Centro de Pesquisa para Inovação em Gases do Efeito Estufa (RGCI).